Questões de Desnutrição (Nutrição)

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Sabe-se que “Desnutrição é um estado mórbido secundário a uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais, que se manifesta clinicamente ou é detectado por meio de testes bioquímicos, antropométricos, topográficos ou fisiológicos” (Waitzberg, 2001). Com base nesse conceito, diversos casos de desnutrição chegaram ao Posto de Saúde do município X, em um intervalo de três meses. Crianças menores de 5 anos eram particularmente afetadas pela doença. O relato dos responsáveis cuidadores tinha em comum a falta de alimento, de saneamento e de trabalho. Com a finalidade de estabelecer as estratégias de ação, a equipe local deste Posto de Saúde (médico clínico geral, enfermeiro e nutricionista) definiu, como parte do protocolo de atendimento a desnutridos. Marque a afirmativa que tenha as ações prioritárias nesse contexto:

  • A O diagnóstico através de medidas antropométricas, exames laboratoriais, sinais clínicos e fatores sociais e econômicos, a fim de definir causas e as principais carências nutricionais envolvidas nesse processo de desnutrição.
  • B A prioridade da intervenção deve ser na recuperação da massa muscular, capaz de garantir o suporte energético do crescimento.
  • C Fornecer a garantia de uma alimentação rica em vitaminas e minerais, uma vez que essa conduta é que vai permitir a recuperação do peso.
  • D A garantia da internação, uma vez que isso leva a uma possibilidade maior de sucesso no tratamento.

A desnutrição é um grave problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Com a desnutrição ocorrem diversas alterações hormonais com consequências metabólicas que afetam a capacidade física e as ações necessárias ao funcionamento do corpo humano. Sobre as alterações metabólicas e orgânicas que ocorrem na desnutrição é correto afirmar que:

  • A Na vigência da desnutrição, ocorre aumento da produção de secreções gástricas e biliares, com o supercrescimento bacteriano no intestino delgado de bactérias aeróbicas.
  • B Com a desnutrição proteico-calórica, ocorre a diminuição da concentração de hemoglobina e hemácias que pode estar relacionada à menor necessidade de oxigênio dos tecidos por redução de massa corpórea magra.
  • C O fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular apresentam-se elevados devido ao débito cardíaco na desnutrição.
  • D A diminuição da permeabilidade intestinal em pacientes desnutridos compromete a barreira intestinal e interfere na proliferação bacteriana.
  • E Com a desnutrição crônica ocorre o aumento da miosina dos músculos respiratórios, de forma que a musculatura respiratória acaba em hipotrofia.

Paciente do sexo feminino, com sessenta e oito anos de idade. Queixa principal: “pressão baixa, mal-estar e dor no peito”. Diagnóstico: doença renal crônica em tratamento dialítico, diabetes do tipo II, hipertensão arterial. História patológica pregressa: acidente vascular cerebral em janeiro de 2023 e infarto agudo do miocárdio em 2022. Anamnese alimentar: baixa aceitação da dieta, com uma adequação de 42%. Antropometria: IMC de 18,4 kg/m2 , %PP: 11% em três meses, prega cutânea tricipital indicando depleção grave e circunferência muscular do braço indicando depleção moderada. Exame físico: depleção significativa da bola gordurosa de Bichat, clavículas muito proeminentes e joelho e ombros aparentemente quadrados.
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Consideradas as informações constantes no “Critério GLIM para Desnutrição”, é correto afirmar que, no quadro clínico apresentado, o diagnóstico é de

  

  • A desnutrição moderada e a prescrição indicada é: dieta hipercalórica (32 kcal/kg), normoglicídica (50% CHO), hiperproteica (1,5 g/kg – 19%), normolipídica (31% com até 7% de gordura saturada). Se os níveis séricos de P e K estiverem adequados, seguir recomendações DRI. Em caso de hipertrigliciridemia, prescrever ômega 3 (dosagem determinada de acordo com o nível sérico). Restrição hídrica: 500 mL – 750 mL + volume urinário.
  • B desnutrição grave e a prescrição indicada é: dieta hipercalórica (32 kcal/kg), normoglicídica (50% CHO), hiperproteica (1,5 g/kg – 19%), normolipídica (31%, com até, no máximo, 7% de gordura saturada). Em caso de hiperfosfatemia e hipercalemia, a ingestão de fósforo e de potássio deve ser ajustada para manter os níveis séricos dentro da normalidade. Em caso de hipertrigliciridemia, prescrever ômega 3 (dosagem determinada de acordo com o nível sérico). Restrição hídrica: 500 mL – 750 mL + volume urinário.
  • C desnutrição grave e a prescrição indicada é: dieta hipercalórica (32 kcal/kg), normoglicídica (60% CHO), hipoproteica (0,7 g/kg), normolipídica (31%). Se os níveis séricos de P e K estiverem adequados, seguir recomendações DRI. Em caso de hipercolesterolemia, prescrever ômega 3 (dosagem determinada de acordo com o nível sérico). Restrição hídrica: desnecessária.
  • D desnutrição leve e a prescrição indicada é: dieta hipercalórica (32 kcal/kg), normoglicídica (60% CHO), hipoproteica (0,7 g/kg), normolipídica (31%). Se os níveis séricos de P e K estiverem adequados, seguir recomendações DRI. Em caso de hipercolesterolemia, prescrever ômega 3 (dosagem determinada de acordo com o nível sérico). Restrição hídrica: desnecessária.
  • E desnutrição moderada e a prescrição indicada é: dieta hipercalórica (32 kcal/kg), normoglicídica (60% CHO), hipoproteica (0,7 g/kg), normolipídica (31%). Se os níveis séricos de P e K estiverem adequados, seguir recomendações DRI. Em caso de hipercolesterolemia, prescrever ômega 3 (dosagem determinada de acordo com o nível sérico). Restrição hídrica: 500 mL – 750 mL + volume urinário.

Assinale corretamente uma das principais consequências do marasmo nutricional.

  • A Ganho excessivo de peso e obesidade.
  • B Desenvolvimento muscular aprimorado.
  • C Retardo no crescimento, perda de massa muscular e deficiência de peso.
  • D Redução na ingestão de proteínas.
  • E Aumento da absorção de nutrientes.

Uma mulher com setenta e dois anos de idade realiza acompanhamento com geriatra há, aproximadamente, sete anos, devido a “dor nos ossos”. A partir de 2022, ela passou a realizar acompanhamento médico devido a DPOC. Ela referiu piora do quadro de dispneia em fevereiro de 2023, com prejuízo nas atividades diárias, associada a astenia e tosse produtiva com secreção amarela escura e foi internada em pronto-socorro com “crise de falta de ar” e sensação de empachamento. Tratada, ela recebeu alta; porém, em casa, houve piora progressiva do quadro, com dispneia aos mínimos esforços, que foi acentuada por possível processo infeccioso, razão por que retornou ao pronto-socorro. 

        Diagnóstico nutricional: desnutrição leve.                  Os resultados dos exames laboratoriais da paciente são mostrados na tabela a seguir.  

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Com base no quadro clínico e nos resultados apresentados na tabela precedente, conclui-se que a paciente apresenta

  • A dispneia devido a asma, um tipo de DPOC. A asma associada a pneumonia pode ter levado a uma piora dos sintomas e contribuído para aumento de leucócitos, redução de linfócitos e depleção moderada evidenciada pela contagem total de linfócitos (1,2 –1,5 × 103 ). A redução da hemoglobina pode ser decorrente do processo inflamatório, causado pela descompensação da DPOC e pela pneumonia, ou sugerir algum tipo de anemia, uma vez que o hematócrito também está abaixo do valor de referência. 
  • B dispneia, sintoma comum da DPOC, a qual é uma condição pulmonar heterogênea caracterizada por sintomas respiratórios crônicos decorrentes de anormalidades que causam obstrução ao fluxo aéreo de forma persistente e até progressiva. Como a paciente apresenta desnutrição e DPOC, deve ser feito o uso de suplementos hipoglicídicos e hiperlipídicos, visando a manutenção da massa magra, ganho de peso e melhora da força muscular respiratória. Além disso, segundo as diretrizes GOLD, é necessária a prescrição de suplementação de vitamina D para melhora da força muscular do quadríceps e aumento da proteína sérica, que está reduzida.
  • C dispneia devido a pneumonia. Além disso, a pneumonia levou ao aumento de leucócitos, à redução de linfócitos e à depleção moderada evidenciada pela contagem total de linfócitos (1,2 –1,5 × 103 ). A redução da hemoglobina pode ser decorrente do processo inflamatório, causado pela descompensação do DPOC e pela pneumonia, ou sugerir algum tipo de anemia, uma vez que o hematócrito também está abaixo do valor de referência.
  • D dispneia, sintoma comum da DPOC. Além disso, a pneumonia pode ter levado a uma piora dos sintomas e contribuído para aumento de leucócitos, redução de linfócitos e depleção leve evidenciada pela contagem total de linfócitos (1,2 –2,0 × 103). A redução da hemoglobina pode ser decorrente do processo inflamatório causado pela descompensação do DPOC e pela pneumonia ou sugerir algum tipo de anemia, uma vez que o hematócrito também está abaixo do valor de referência. Como a paciente apresenta desnutrição, recomendam-se, segundo as diretrizes GOLD, suplementos alimentares, visando à melhora da força muscular respiratória e à manutenção da massa magra, e vitaminas antioxidantes (vitaminas C e E, zinco e selênio) para melhora da força muscular do quadríceps e aumento da proteína sérica, que está reduzida.
  • E dispneia, sintoma comum da DPOC. Além disso, a pneumonia pode ter levado a uma piora dos sintomas e contribuído para o aumento de leucócitos, redução de linfócitos e depleção leve, evidenciada pela contagem total de linfócitos (1,2 –2,0 × 103). A redução da hemoglobina pode ser decorrente do processo inflamatório causado pela descompensação do DPOC e pela pneumonia ou sugerir algum tipo de anemia, uma vez que o hematócrito também está abaixo do valor de referência. Como a paciente apresenta desnutrição, recomenda-se, segundo as diretrizes GOLD, suplementos alimentares, visando à melhora da força muscular respiratória e à manutenção da massa magra, e vitamina D para melhora da força muscular do quadríceps e aumento da proteína sérica, que está reduzida.