De acordo com Emília Ferreiro e Ana Teberosky (Psicogênese da língua escrita. 4.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985), no processo de aquisição da escrita, a criança passa por cinco níveis de hipóteses: a hipótese pré-silábica, hipótese silábica sem valor sonoro, hipótese silábica com valor sonoro, hipótese silábico-alfabética e hipótese alfabética. Acerca da terceira hipótese, pode-se dizer que apresenta a seguinte característica:
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A Ao descobrir que a escrita está relacionada com as partes orais que pronuncia ao falar as palavras, a criança supõe que apenas uma letra pode representar as sílabas graficamente. Assim, tende a colocar uma letra para cada sílaba pronunciada, mesmo que as letras não correspondam às sílabas orais da palavra escrita.
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B A criança se preocupa em colocar não só uma letra para cada sílaba da palavra que está escrevendo, mas também letras que correspondem a sons contidos nas sílabas orais daquela palavra, sendo comum o emprego de vogais.
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C Embora não compreenda ainda a correspondência entre a escrita e os sons das palavras, a criança elabora diversas hipóteses, simbolizando a escrita por meio de traços, linhas, rabiscos, desenhos e outros sinais gráficos.
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D A criança começa a compreender o princípio alfabético, percebendo unidades sonoras menores do que as sílabas, os fonemas, e, gradualmente, dominam suas correspondências com os grafemas (letras). Realiza escrita correta das palavras ainda que com erros ortográficos e eventuais trocas de letra.
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E A criança aprimora seu entendimento sobre a correspondência entre os sons e a escrita das palavras. Ao escrever uma palavra, ora a criança associa uma letra a cada fonema da sílaba, ora volta a pensar conforme a hipótese silábica e usa apenas uma letra para uma sílaba inteira.