Questões de Escrita de Sinais - transcrição e tradução de língua de sinais (Libras)

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Maria é professora em uma escola bilíngue. Para avaliar o desenvolvimento em Libras dos seus alunos, ela costuma solicitar um relato narrativo várias vezes ao ano, gravando-o como forma de registro da produção em Libras. Ela também realiza a transcrição para destacar e perceber detalhes que favoreçam uma comparação entre as formas de dizer de um mesmo sujeito em momentos diferentes ao longo do ano e entre sujeitos de uma mesma turma ou de turmas diferentes.


No contexto da avaliação de estudantes surdos sobre essa prática de Maria, é correto afirmar que:

  • A Não está adequada, pois essa prática consome muito tempo, que poderia ser mais bem utilizado em atividades de aprendizagem mais tradicionais, assim, os estudantes estariam preparados mais adequadamente para avaliações futuras que não envolvam esse recurso.
  • B Está adequada, pois ações desse tipo podem auxiliar professores a identificarem pontos frágeis da produção em Libras por parte das crianças, pontos que podem ser mais bem trabalhados em sala de aula e, ao mesmo tempo, compreenderem as dificuldades enunciativas em Libras que possam estar relacionadas às dificuldades enunciativas em português escrito.
  • C Não está adequada, visto ser apenas para alunos que já têm um nível avançado em Libras, pois iniciantes não conseguiriam expressar suas ideias de forma clara a ponto de estabelecerem uma narrativa; isso possibilitaria uma avaliação que não demonstra a real aprendizagem por parte dos estudantes.
  • D Não está adequada, pois o uso de gravações e transcrições limita a diversidade de métodos de avaliação e não considera outras formas de expressão dos alunos, como atividades práticas ou dinâmicas em grupo; desse modo, deveriam ser priorizados outros formatos que possibilitassem aos estudantes surdos a expressão do uso da Libras e também permitissem a avaliação do português escrito.
  • E Está adequada, pois a transcrição das gravações é sempre 100% precisa e objetiva; desse modo, é possível lançar mão de uma técnica que não envolva interpretações subjetivas que possam levar a distorções no processo avaliativo.

A autora Audrei Gesser (2009), em sua obra ‘Libras? Que língua é essa?” defende que as línguas de sinais não são línguas ágrafas, ou seja, elas possuem escrita.
A proposta de escrita usada no Brasil é o:

  • A Signsocial
  • B Signumber
  • C Signwriting
  • D Signdance

Como professor de Libras, é importante conhecer os diferentes sistemas de transcrição e escrita das Língua de Sinais para apoiar o ensino e a documentação dessas línguas, tendo em vista essa necessidade. Considerando os métodos abaixo, é correto afirmar que:

  • A A HamNoSys, é um sistema técnico utilizado principalmente por linguistas, o qual facilita a compreensão detalhada dos aspectos gramaticais da língua de sinais em sala de aula.
  • B O SignWriting, sendo um sistema visualmente intuitivo, permite que os alunos surdos escrevam e leiam a Língua de sinais de uma forma acessível, ajudando-os ler na sua língua natural.
  • C As glosas, que utilizam palavras em português para representar sinais, são a forma mais adequada de alfabetização, pois simplificam a transcrição da Língua de Sinais para os alunos, aproximando-os da língua oral escrita.
  • D O sistema Stokoe, sendo o primeiro a ser desenvolvido para a língua gestual, é o mais adequado para uso na sala de aula devido à sua simplicidade e ao facto de ser amplamente conhecido na educação de surdos.

Criado em 1972 por Valerie Sutton, o sistema denominado SignWriting (SW) representa hoje uma das possibilidades de registro por escrito para as línguas de sinais. Gumiero (2020, p. 47), narra que, de 1974 aos dias atuais, esse sistema de escrita foi utilizado em vários países. Ferramentas e softwares próprios para esse tipo de escrita foram criados, dentre eles o SW-Edit, uma criação brasileira que foi amplamente difundida e que serviu de base e influência para a criação do software SignPuddle. Sobre o SW, pode-se afirmar que:

  • A A escrita em SW pode ser realizada à mão ou por softwares como o SignPuddle.
  • B Pelo grau de complexidade, apenas é possível realizar o registro em SW por softwares especializados.
  • C O SW não possibilita o registro escrito das expressões não manuais das línguas de sinais.
  • D Embora recente, o SW já integra os currículos escolares sendo amplamente utilizado pelos surdos brasileiros.

Segundo Felipe et al. (2001), no contexto educacional de Libras como L2, pode-se utilizar-se ou deparar-se com o sistema de transcrição de Libras. Sobre esse sistema, analise as assertivas abaixo:

I. Um sinal traduzido por duas ou mais palavras em Língua Portuguesa será representado pelas palavras correspondentes separadas por hífen. Exemplos: CORTAR-COM-FACA = 'cortar', QUERER-NÃO = 'não querer', MEIO-DIA = 'meio-dia', AINDA-NÃO = 'ainda não'.

II. Na Libras, não há desinências para gênero (masculino e feminino) e número. O sinal representado por palavra da Língua Portuguesa que possui essas marcas será terminado com o símbolo @ para reforçar a ideia de ausência e não haver confusão. Exemplos: AMiG@ = 'amiga ou amigo', FRI@ = 'fria ou frio', EL@ = 'ela ou ele', ME@ = 'minha ou meu'.

III. Os sinais da Libras, para efeito de simplificação, serão representados por itens lexicais da Língua Portuguesa em letras maiúsculas. Exemplos: CASA, ESTUDAR, CRIANÇA.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I.
  • B Apenas III.
  • C Apenas I e II.
  • D Apenas II e III.
  • E I, II e III.