Questões de Exame De Rotina De Urina: Coleta, Realização E Interpretação (Biomedicina - Análises Clínicas)

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Para a realização de uma avaliação microscópica da urina com competência é fundamental possuir um conhecimento das diversas estruturas morfológicas presentes. Além disso, o biomédico deverá estar atento à importância clínica dos achados urinários e a sua correlação com as anomalias bioquímicas frequentemente associadas à análise microscópica. Diante disso, assinale a afirmativa INCORRETA.

  • A A piúria indica a ocorrência de infecção ou inflamação no trato urinário. Quando acompanhada de cilindros de leucócitos ou cilindros mistos contendo leucócitos e células epiteliais, considera-se que o número aumentado de leucócitos na urina tem origem renal.
  • B O método mais rotineiro de conservação de amostras urinárias é a refrigeração de 2 a 8°C. No entanto, antes da análise química por tiras reagente, a amostra deve atingir a temperatura ambiente. A refrigeração pode causar aumento da gravidade específica e precipitação de fosfatos e uratos amorfos.
  • C O teste de tiras reagentes para nitrito oferece um método rápido para detecção precoce de doença hepática e distúrbios hemolíticos. Quando há diminuição da função hepática, o fígado não consegue processar adequadamente os nitritos, que então se acumulam no sangue e são filtrados pelos rins, aparecendo na urina.
  • D Para interpretar corretamente os achados clínicos, tanto o pH quanto a gravidade específica da amostra devem ser considerados. Um pH alcalino e uma baixa gravidade específica, sobretudo inferior a 1,010, favorecem a lise de eritrócitos e leucócitos. O conhecimento do pH também é útil para a identificação correta dos cristais.

Em um exame químico de uma amostra de urina (EAS) foi feita a análise da fita e o resultado foi “proteína 4+(cruzes)”, que significa uma grande quantidade de proteína na urina, também chamada de proteinúria. Ao realizar-se a sedimentoscopia dessa amostra, pode-se detectar a presença de:

  • A Bactérias.
  • B Cristais de oxalato de cálcio.
  • C Cilindros.
  • D Uratos amorfos.
  • E Leveduras.

Considere o paciente N.R.P.F., 101 anos, sexo masculino, orientado no tempo e no espaço, em bom estado de saúde, respeitando as particularidades decorrentes do envelhecimento fisiológico e as alterações nas funções orgânicas devido exclusivamente aos efeitos da idade avançada. Acompanhante, filha do paciente, reporta que ele se apresenta febril e queixa-se disúria iniciada há três dias. O exame laboratorial de urina rotina solicitado pelo médico apresentou resultado compatível com infecção urinária, sem hematúria. O exame de bacterioscopia ao Gram apresentou características morfotintoriais que sugeriram a presença de enterobactérias como agente etiológico.
Diante do exposto, é possível afirmar que a interpretação de que o paciente N.R.P.F. está com infecção urinária se deu pela presença das seguintes alterações constantes nos exames laboratoriais realizados:

I- Presença de numerosos leucócitos no exame do sedimento urinário.
II- Presença de microbiota aumentada e pesquisa de nitrito positiva no exame de urina.
III- Presença de sangue com predomínio de células isomórficas no exame de urina.
IV- Presença de bactérias Gram negativas, evidenciadas pelo exame de bacterioscopia ao Gram.
V- Presença de bastonetes Gram positivos evidenciados pelo exame de bacterioscopia ao Gram.

Está CORRETO o que se afirma em

  • A I, II e IV, apenas.
  • B I, II, III e IV, apenas.
  • C I e II, apenas.
  • D I, II, III e V, apenas.
  • E II, III e IV, apenas.

São critérios de rejeição de amostras de urina I no laboratório clínico, exceto:

  • A Amostras congeladas.
  • B Amostras enviadas ao laboratório.
  • C Recipientes contaminados do lado de fora.
  • D Urina armazenada fora da geladeira por mais de 4 horas após a coleta.

A análise macroscópica da urina pode ser avaliada pela aparência física, como: cor, turbidez, odor e volume. No entanto, a coloração da urina pode variar na cor de amarelo quase incolor até amarelo escuro, vermelho, verde ou azul. Medicações e corantes naturais presentes nos alimentos, como cenoura e beterraba, também podem alterar a da urina.

Numa análise macroscópica, uma amostra de urina que apresente uma coloração laranja é um elemento indicativo

  • A da ingestão de alimentos ricos em betacaroteno, como a cenoura; pode ser indicativo, também, de doenças no fígado e também uso de certos medicamentos.
  • B da presença de sangue, hemácias, hemoglobina, mioglobina, porfirinas, excesso de bilirrubinas; pode, também, estar relacionada a infecção urinária, problemas renais e também no fígado.
  • C da presença de corantes, medicamentos ou contrastes utilizados em exames de diagnóstico.
  • D da baixa ingestão de água, podendo indicar, também, a presença de bilirrubina.