Questões de Gastroenterologia (Medicina)

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O Senhor Cosme, um homem de 48 anos que vive sozinho, é um rosto conhecido na comunidade. Seu histórico de alcoolismo, com consumo diário de 15 doses de aguardente ao longo de 20 anos, é motivo de preocupação para os seus vizinhos. Recentemente, ele foi hospitalizado com gastrite e, diante do diagnóstico, decidiu interromper o consumo de álcool. Dois dias após a alta hospitalar, o Senhor Cosme começou a apresentar sintomas preocupantes: tremores nas mãos, ansiedade, náuseas, insônia, irritabilidade e sudorese. No terceiro dia, o seu quadro agravou-se significativamente, com tremores generalizados, agitação, alucinações visuais, auditivas e táteis, vômitos, sudorese intensa, febre alta e taquicardia. Preocupados com a situação, os seus vizinhos acionaram o corpo de bombeiros, que o levou às pressas para o pronto-socorro. Na avaliação inicial, o hemograma, a função renal e a creatinofosfoquinase apresentaram resultados normais.
Diante desse quadro, qual a conduta mais adequada para o Senhor Cosme?

  • A Internação em enfermaria e prescrição de altas doses de diazepam associado a tiamina, para tratamento de síndrome de abstinência de álcool.
  • B Internação em UTI e prescrição de bromocriptina com resfriamento corporal, para tratamento de síndrome neuroléptica maligna.
  • C Internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e prescrição de tiamina e diazepam em altas doses, para tratamento de delirium tremens.
  • D Hidratação vigorosa com soro fisiológico e administração de complexo B por via intramuscular, seguida de alta hospitalar com orientações para buscar apoio no CAPS.
  • E Prescrição de diazepam, tiamina e hidratação, com retorno em 24 horas, para reavaliação e encaminhamento para tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Carla, uma mulher de 46 anos, enfrenta os desafios da Doença de Crohn há algum tempo. As dores abdominais e os episódios frequentes de diarreia têm impactado a sua qualidade de vida e, apesar dos esforços para controlar a doença, ela se mantém ativa. Agora, uma nova esperança surge: a possibilidade de iniciar a terapia com anti-TNF, um tratamento promissor para casos como o dela.
Antes de iniciar a terapia, o médico, atencioso e responsável, realiza uma avaliação completa de Carla. Ela nega febre, sudorese noturna e sintomas respiratórios, mas relata dores abdominais difusas e diarreia crônica (cerca de 6 vezes ao dia) nos últimos 40 dias. O exame físico revela ruídos hidroaéreos aumentados e dor abdominal difusa à palpação, sem sinais de irritação peritoneal. A radiografia de tórax não apresenta alterações, mas o teste IGRA (que detecta a infecção latente por tuberculose) é positivo.
Diante desse cenário, qual o tratamento mais adequado para Carla, antes de iniciar a terapia com anti-TNF?

  • A Isoniazida, dose diária por 4 meses.
  • B Pirazinamida + etambutol, dose diária por 4 meses.
  • C Rifampicina, dose diária por 6 meses.
  • D Rifampicina + isoniazida + pirazinamida + etambutol, dose diária por 6 meses.
  • E Rifapentina + isoniazida, dose semanal por 12 semanas.

A cirrose hepática é a condição mais avançada da fibrose hepática, que resulta da lesão crônica do fígado, por diversas etiologias. Sobre esta condição, assinale a alternativa correta:

  • A A etiologia da Cirrose Hepática pode ser definida em cerca de 90% dos casos. Método fundamental para identificação da etiologia, é a paracentese diagnóstica em caso de ascite, que deve respeitar o limite de 5 litros, em média, de líquido drenado. Se superior, deve ser feita reposição de proteína.
  • B As varizes esofágicas são complicações da cirrose, que acontecem devido o aumento da pressão no sistema porta hepático. Sua abordagem se dá unicamente via endoscópica, para realização da ligadura, independente do grau.
  • C A colangite esclerosante primária é uma das diversas etiologias da cirrose hepática, em que ocorre um processo inflamatório e cicatricial progressivo nos ductos intra e extra hepáticos.
  • D O uso de diuréticos na ascite, complicação comum da cirrose hepática, está contraindicado caso na análise do líquido ascítico, a contagem de polimorfinucleares seja > 250 células/mm³, típico de Peritonite Bacteriana Espontânea.

Analise as afirmativas a seguir sobre a úlcera péptica.

I-  A maioria das úlceras é secundária à infecção pelo Helicobacter pylori.
II-  A queixa frequente é a dor noturna, que acorda o paciente.
III- O tratamento da infecção por Helicobacter pylori deve ser realizado com um tipo de antibiótico e um inibidor de bomba de protons, por cerca de cinco dias.
IV- O principal mecanismo de toxicidade dos anti-inflamatórios não esteroides envolve o aumento da síntese de prostaglandinas.

Está CORRETO o que se afirma apenas em

  • A I e II.
  • B I e III.
  • C I e IV.
  • D II e IV.
  • E III e IV.

A família Silva, residente na comunidade da Vila Esperança, procura a Unidade de Saúde da Família (USF) com queixas de episódios recorrentes de diarreia nos últimos seis meses. Preocupado com a situação, o médico da USF realiza uma visita domiciliar para investigar mais de perto o caso. Na residência, encontra-se Dona Joana, de 32 anos e seus dois filhos, Melissa, de 8 anos, e Arthur, de 1 ano. Dona Joana relata que todos em casa têm apresentado diarreia esverdeada, explosiva, aquosa, fétida e em grande quantidade, com presença de restos alimentares nas fezes. As crianças queixamse de cólicas e aumento do volume abdominal, e Arthur apresenta discreto abaulamento abdominal. Dona Joana ainda comenta que notou que o consumo de leite parece piorar os sintomas, por isso suspendeu o leite da dieta das crianças. Ela já havia procurado atendimento na UBS, onde exames laboratoriais foram solicitados, mas não foram realizados por dificuldades de acesso. Ao exame físico, tanto Dona Joana quanto seus filhos apresentam bom estado geral, estão bem hidratados, sem sinais de febre, e com coloração normal da pele. Nenhuma anormalidade significativa foi observada no exame clínico.
Com base nos dados clínicos e epidemiológicos, qual o diagnóstico mais provável para a família Silva?

  • A Ascaridíase.
  • B Diarreia por rotavírus.
  • C Doença celíaca.
  • D Giardíase.
  • E Intolerância à lactose.