Questões de Guerra Fria e as ditaduras militares (História)

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Mesmo antes de algumas das ditaduras da América virem à tona, grupos militares de diferentes países vinham ao Brasil para aprender “técnicas de interrogatório” e métodos de repressão, em uma complementação do que era passado na Escola das Américas. Havia formas de ação da rede, que não apenas trocava informações sobre os eleitos subversivos, mas também deslocava os prisioneiros e procurados sem a necessária burocracia e registros de transferência. Em múltiplas formas, a Operação Condor funcionou como um facilitador da repressão, guiada pela supressão do pensamento comunista e revolucionário (especialmente após a criação da Junta de Coordenação Revolucionária) em suas fronteiras e pelo princípio da cooperação internacional.
(QUADRAT, Samantha, 2006, p. 161-181.)

A Operação Condor, apesar do forte apelo anticomunista, visava não apenas aqueles ligados à ideologia. Nessa operação:

  • A Os estrangeiros, principalmente judeus, em sua maioria apoiadores de extrema-esquerda, foram as principais vítimas.
  • B Qualquer opositor dos governos era alvo, tais como líderes democratas e liberais, desde que estivessem no limite de seu próprio país.
  • C Apenas o Chile e a Argentina não participaram, pois preferiram adotar a “via pacífica contra o socialismo”, evitando, assim, atos mais violentos.
  • D A extensão das ações repressivas, além de ser potencializada pela cooperação, mostra que os órgãos repressores não conheciam limites territoriais.

Julgue o item a seguir.


A forma como a Guerra do Paraguai é percebida e nomeada reflete as diferentes perspectivas históricas e políticas entre os Paraguaios e os Brasileiros. Enquanto os Paraguaios frequentemente se referem ao conflito como a Guerra da Tríplice Aliança, destacando a aliança formada pelos países tropicais Brasil, Uruguai e Argentina; no Brasil, o termo mais comum é Guerra do Paraguai ou Guerra das Quatro Nações, evidenciando a multiplicidade de atores envolvidos no conflito. Essas distintas narrativas históricas ressaltam as complexidades e as nuances da memória coletiva e das relações diplomáticas na região.

  • Certo
  • Errado
Considere a afirmação a seguir:
“O golpe militar contra o governo de Salvador Allende no fatídico dia 11 de setembro de 1973 foi provavelmente o mais brutal de todos nas ações para consolidar seu êxito. Nos primeiros dias após o bombardeio do palácio La Moneda, milhares de pessoas foram levadas ao Estádio Nacional, em Santiago do Chile, submetidas a interrogatórios, surras e toda sorte de arbitrariedade. Cerca de mil detidos foram sumariamente executados. Os direitos civis foram suspensos e a população devia obedecer ao toque de recolher, enquanto casas eram invadidas e os suspeitos de contrariar a nova ordem, levados na calada da noite. Muitas vezes para nunca mais voltar.”
PRADO, Maria Ligia; PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014. p. 179.
Entre junho e setembro de 1973, Uruguai e Chile tiveram a derrubada de governos democráticos levada a cabo por ditaduras militares. Esses movimentos foram apenas dois dos vários que ocorreram nos anos 1950, 1960 e 1970 na América Latina. Com base no trecho acima e nos conhecimentos sobre História Contemporânea, assinale a alternativa correta.
  • A A brutalidade do golpe militar no Chile criou aguerridos movimentos de resistência que reverberaram por toda a América Latina, inspirando a ditadura brasileira a decretar o Ato Institucional n.º 5.
  • B O golpe militar contra Salvador Allende foi motivado tanto pelo anticomunismo vigente no período quanto pelas intenções do líder chileno de instaurar uma economia neoliberal.
  • C O autoritarismo nacionalista da ditadura chilena colocou o país em conflito direto com o Reino Unido, tendo como consequência a Guerra das Malvinas.
  • D Os altos níveis de perseguição e violência da ditadura de Augusto Pinochet causaram o distanciamento de outros governos autoritários da região.
  • E O serviço de inteligência do Chile, juntamente com outros países do Cone Sul, esteve envolvido no mecanismo de repressão política conhecido como Operação Condor.

O mameluco rejeita a mãe índia que lhe deu à luz e opõe- -se aos irmãos de sangue das Américas, ao mesmo tempo em que é desconhecido por seu pai branco e banido entre os irmãos de ultramar. Oprimido e opressor, a contradição constrói a identidade dos brasilíndios.
(Darcy Ribeiro, O povo brasileiro)
O excerto aponta, na formação sociocultural do Brasil, para

  • A a miscigenação como aspecto harmonioso da formação da identidade brasileira.
  • B a necessidade de categorizações precisas para identificar a cultura brasileira.
  • C a falta de registros para compreender as origens dos brasileiros.
  • D a constante presença de conflito.
  • E o pouco interesse pela história dos povos que habitam o Brasil.

Durante a Guerra Fria, golpes de Estado foram responsáveis por quase três em cada quatro colapsos democráticos. Porém, há outra maneira de arruinar uma democracia. É menos dramática, mas igualmente destrutiva. Democracias podem morrer não nas mãos de generais, mas de líderes eleitos – presidentes ou primeiros-ministros que subvertem o próprio processo que os levou ao poder. O retrocesso democrático hoje começa nas urnas.

Adaptado de LEVITSKY e ZIBLATT. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar, p. 14-17.


Assinale a afirmativa que descreve corretamente os mecanismos responsáveis pela subversão da ordem democrática nos casos considerados.

  • A Na Venezuela, Chávez e Maduro centralizaram o aparato militar e as instituições de controle fiscal, como os Tribunais de Contas, sem precisar, contudo, interferir no judiciário.
  • B No Chile, a subversão da democracia resultou na derrubada do presidente Allende pela oposição, que apoiou um golpe para deslegitimar o processo eleitoral que o elegeu.
  • C Na Hungria, Viktor Orbán ampliou a Corte Constitucional e modificou as normas de nomeação dos juízes, de modo a controlar o sistema judiciário e favorecer o próprio partido.
  • D Na Rússia, Putin aproveitou a crise da invasão da Ucrânia para remover sistematicamente lideranças de oposição e transferir o controle da mídia televisiva para a holding estatal Gazprom.
  • E Tunísia, Arábia Saudita e Egito apresentam um cenário de degeneração democrática, com restrições à liberdade civis de oponentes, mesmo tendo passado pela Primavera Árabe.