Questões de Imunologia Básica (Biomedicina - Análises Clínicas)

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A imunoquímica é um ramo da química que estuda a funcionalidade específica e os mecanismos do sistema imunológico a nível molecular, observando especificamente as interações entre anticorpos e antígenos. Considerando os princípios e fundamentos da imunocitoquímica, assinale a afirmativa incorreta.

  • A A imunocitoquímica investiga o processo de visualização de proteínas ou antígenos específicos e a interação de anticorpos de ligação em células inteiras e intactas.
  • B Os estudos em imunocitoquímica nos fornecem dados que permitem avaliar se as células expressam antígenos específicos.
  • C A imunocitoquímica é utilizada para localizar proteínas numa célula ou população de células e tem como fundamento a utilização de anticorpos específicos, como IgGs, mas também IgMs contra a proteína que se pretende identificar e localizar numa dada célula.
  • D A imunocitoquímica é uma metodologia que permite detectar com facilidade proteínas intracelulares, uma vez que os anticorpos são moléculas bastante pequenas e, por isso, têm acesso direto ao citoplasma. Assim, não se faz necessário fixar ou permeabilizar as células, fato que permite a realização de análises com células vivas.
  • E A imunocitoquímica permite a conjugação de um marcador a um anticorpo sem causar dano à ligação estabelecida entre o antígeno e o anticorpo, possibilitando a observação microscópica dos locais ocupados pelos anticorpos e, consequentemente, pelo antígeno, seja em um componente normal ou patológico.

O teste Western Blot (WB) consiste em um Imunoensaio empregado na confirmação laboratorial de doenças infecciosas, tais como a infecção pelo HIV. Sobre este teste imunológico assinale a afirmativa correta:

  • A É uma técnica de eletroforese em gel utilizada para a separação e identificação de proteínas antigênicas de um determinado agente infeccioso em amostras biológicas.
  • B É um método que combina a eletroforese em gel de poliacrilamida com um ensaio imunoenzimático, utilizado para a detecção de anticorpos séricos específicos contra antígenos de um determinado agente infeccioso.
  • C Consiste em uma técnica imunológica que combina a eletroforese em gel de poliacrilamida com um ensaio imunoenzimático, utilizada para a detecção e identificação de antígenos séricos específicos de um agente infeccioso.
  • D Corresponde a um método eletroforético utilizado para separação de moléculas por tamanho e peso molecular com posterior reação imunoenzimática para detectar e quantificar determinados antígenos proteicos de um agente infeccioso na amostra biológica.

Sobre os testes Imunocromatográficos (Testes Rápidos) para detecção de Imunoglobulinas para o diagnóstico Laboratorial do Dengue assinale a afirmativa CORRETA:

  • A Anticorpos conjugados a partículas coloidais são fixados na região Teste da membrana de nitrocelulose ou membrana de nylon do kit, para a detecção e quantificação de anticorpos específicos para os diferentes sorotipos virais do Dengue.
  • B A detecção específica de anticorpos IgM e/ou IgG por este método é capaz de auxiliar na diferenciação entre uma infecção primária ou secundária na Dengue.
  • C Para detecção de anticorpos séricos anti-Dengue são utilizados anticorpos monoclonais fixados na região de captura da membrana (Teste) e na região controle um "pool" de antígenos dos vírus Dengue associados a partícula coloidal para reação com os anticorpos específicos para os vírus Dengue.
  • D O teste para detecção de IgG sérico anti-Dengue baseia-se no uso de um anticorpo de captura ligado à membrana do kit na região Teste e um segundo anticorpo marcado com partícula colorida/coloidal, específico para a imunoglobulina da amostra na região do controle.

Segundo de Almeida, JRC et al. (2006), os marcadores tumorais são macromoléculas existentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e/ou alterações em suas concentrações estão relacionados com a gênese e o crescimento de células neoplásicas. O marcador ideal contém as características de diagnóstico precoce de neoplasias e de sua origem, estabelecimento da extensão da doença, monitorização da resposta terapêutica e detecção precoce de recidiva, além de ser órgão-sítio específico e ter meia-vida curta, permitindo acompanhar temporariamente as mudanças do tumor. Embora este marcador ainda não esteja disponível no Brasil, alguns marcadores são confiáveis para o diagnóstico de muitos tipos de canceres, como é o caso do antígeno do câncer 125 (CA 125) que é formado por uma glicoproteína de alto peso molecular. Assim, com relação ao marcador CA 125 é correto afirmar que

  • A este marcador tumoral tem elevada especificidade para cancro, mas sem sensibilidade de órgão. No momento do diagnóstico, cada órgão possui uma respectiva porcentagem de sensibilidade, sendo: 55% para câncer de cólon, 50% para câncer de estômago, 45% para pâncreas e trato biliar e 63% para carcinoma mucinoso de ovário. O valor de referência desse marcador é 6U/mL.
  • B é também conhecido como antígeno de Lewis. Esse marcador é liberado na superfície da célula cancerosa e penetra na corrente sanguínea, onde pode ser detectado. Seu valor normal de referência é 37U/mL e é um marcador tumoral indicado no auxílio ao estadiamento e à monitoração de tratamento em primeira escolha de câncer de pâncreas e trato biliar e, em segunda escolha, no câncer colorretal.
  • C atualmente, sua principal aplicação é permitir o seguimento da resposta bioquímica ao tratamento e predizer a recaída em casos de câncer epitelial de ovário. Seu valor de referência é 35U/mL, podendo ser considerado 65U/mL quando o objetivo é uma maior especificidade. A sensibilidade para diagnóstico de câncer de ovário é de 80% a 85% no tipo epitelial, variando de acordo com o estadiamento, sendo 50% no estádio I, 90% no estádio II, 92% e 94% nos estádios III e IV, respectivamente.
  • D é uma glicoproteína produzida pelas células epiteliais glandulares, sendo considerado o marcador tumoral, por excelência, do câncer de mama, pois é o mais sensível e específico, sendo superior ao CEA. Seu valor normal de referência é 25U/mL. A elevação desse antígeno varia de acordo com o estadiamento da paciente, sendo de 5% a 30% no estádio I, 15% a 50% no estádio II, 60% a 70% no estádio III, e de 65% a 90% no estádio IV11. A sensibilidade varia de acordo com a massa tumoral e o estadiamento clínico, sendo de 88% a 96% na doença disseminada.
  • E este marcador é expresso pela maioria dos carcinomas epiteliais, como: câncer gastrintestinal e de pâncreas. Possui sensibilidade semelhante ao CA 19.9, não sendo indicado o uso simultâneo deles. Também pode ser expresso por doenças benignas hepáticas e das vias biliares e pancreatite. Oitenta a 97% dos pacientes com câncer pancreático apresentam níveis elevados desse antígeno, e nos estádios mais avançados do câncer colorretal também ficam bem elevados.

O uso de anticorpos monoclonais é um campo em ascensão na medicina oncológica e outras especialidades. Na prática clínica, a nomenclatura desses anticorpos recebe os sufixos monab, ximab ou zumab, baseada no grau de:

  • A humanização do anticorpo murino
  • B pureza da molécula do princípio ativo
  • C precisão de atingir somente as células-alvos
  • D solubilidade do anticorpo no sangue humano