Segundo de Almeida, JRC et al. (2006), os marcadores tumorais são macromoléculas existentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e/ou alterações em suas concentrações estão relacionados com a gênese e o crescimento de células neoplásicas. O marcador ideal contém as características de diagnóstico precoce de neoplasias e de sua origem, estabelecimento da extensão da doença, monitorização da resposta terapêutica e detecção precoce de recidiva, além de ser órgão-sítio específico e ter meia-vida curta, permitindo acompanhar temporariamente as mudanças do tumor. Embora este marcador ainda não esteja disponível no Brasil, alguns marcadores são confiáveis para o diagnóstico de muitos tipos de canceres, como é o caso do antígeno do câncer 125 (CA 125) que é formado por uma glicoproteína de alto peso molecular. Assim, com relação ao marcador CA 125 é correto afirmar que
-
A este marcador tumoral tem elevada especificidade para cancro, mas sem sensibilidade de órgão. No momento do diagnóstico, cada órgão possui uma respectiva porcentagem de sensibilidade, sendo: 55% para câncer de cólon, 50% para câncer de estômago, 45% para pâncreas e trato biliar e 63% para carcinoma mucinoso de ovário. O valor de referência desse marcador é 6U/mL.
-
B é também conhecido como antígeno de Lewis. Esse marcador é liberado na superfície da célula cancerosa e penetra na corrente sanguínea, onde pode ser detectado. Seu valor normal de referência é 37U/mL e é um marcador tumoral indicado no auxílio ao estadiamento e à monitoração de tratamento em primeira escolha de câncer de pâncreas e trato biliar e, em segunda escolha, no câncer colorretal.
-
C atualmente, sua principal aplicação é permitir o seguimento da resposta bioquímica ao tratamento e predizer a recaída em casos de câncer epitelial de ovário. Seu valor de referência é 35U/mL, podendo ser considerado 65U/mL quando o objetivo é uma maior especificidade. A sensibilidade para diagnóstico de câncer de ovário é de 80% a 85% no tipo epitelial, variando de acordo com o estadiamento, sendo 50% no estádio I, 90% no estádio II, 92% e 94% nos estádios III e IV, respectivamente.
-
D é uma glicoproteína produzida pelas células epiteliais glandulares, sendo considerado o marcador tumoral, por excelência, do câncer de mama, pois é o mais sensível e específico, sendo superior ao CEA. Seu valor normal de referência é 25U/mL. A elevação desse antígeno varia de acordo com o estadiamento da paciente, sendo de 5% a 30% no estádio I, 15% a 50% no estádio II, 60% a 70% no estádio III, e de 65% a 90% no estádio IV11. A sensibilidade varia de acordo com a massa tumoral e o estadiamento clínico, sendo de 88% a 96% na doença disseminada.
-
E este marcador é expresso pela maioria dos carcinomas epiteliais, como: câncer gastrintestinal e de pâncreas. Possui sensibilidade semelhante ao CA 19.9, não sendo indicado o uso simultâneo deles. Também pode ser expresso por doenças benignas hepáticas e das vias biliares e pancreatite. Oitenta a 97% dos pacientes com câncer pancreático apresentam níveis elevados desse antígeno, e nos estádios mais avançados do câncer colorretal também ficam bem elevados.