Questões de Jornalismo Investigativo (Jornalismo)

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“Os sertões”, de Euclides da Cunha, “Gomorra”, de Roberto Saviano, “Todos os homens do presidente”, de Bob Woodward e Carl Bernstein e “Notícia de um sequestro”, de Gabriel García Márquez são considerados livros-reportagem.

Tais obras são caracterizadas por apresentar elementos do jornalismo

  • A cidadão, baseado na premissa de que a coleta de informações pode ser feita por cidadãos sem formação jornalística.
  • B colaborativo, em que a análise das informações é realizada por um grupo de colaboradores e assistentes do escritor.
  • C de dados, prática de aprofundar uma pesquisa a partir de números e usá-los para contar histórias.
  • D investigativo, em que as circunstâncias dos fatos são mais complexas, e a pesquisa tem maior tempo de duração.
  • E de advocacia, em que se defende um ponto de vista específico, com o objetivo de influenciar a opinião pública.

Leia o trecho abaixo do artigo de Sylvia Moretzsonh.
Eduardo Faustini, o famoso “repórter sem rosto” da TV Globo, que se notabilizou por assumir diversos personagens para realizar denúncias através de câmera oculta – e que, portanto, não “filma” apenas com o olhar –, desenvolve exatamente esse raciocínio na entrevista a Millos Kaiser (2011) para a revista Trip. Considera-se um sacerdote e diz que gosta de “jogar luz em uma zona que está escura”, mas seu propósito está longe de qualquer projeto iluminista. Pelo contrário: embora afirme admirar os profissionais que trabalham mostrando a cara e investigando documentos, ele prefere “resolver a questão numa filmagem”, porque “no dia seguinte, a casa do cara já caiu”.
É sua forma de compensar “a Justiça lenta, ineficiente” – embora ele mesmo não se considere um justiceiro. Mas, ao mesmo tempo, tampouco acha necessário subordinar-se à lei: “A relevância de um fato é sempre mais importante que a infração que estou cometendo. (…) O interesse público é o meu foco. Pra mim, ele é mais importante que qualquer lei ou regra de etiqueta”. Também considera o segredo de justiça um absurdo, porque “não protege a dona Maria ou o seu João, protege apenas o milionário corrupto.”
O “repórter inflitrado” e a câmera oculta: repensando problemas éticos e epistemológicos para a prática do jornalismo - Sylvia Debossan Moretzsohn -
Professora de Jornalismo no Departamento de Comunicação Social e no Programa de Pós-Graduação em Justiça Administrativa da UFF. Jornalista, mestre em Comunicação e doutora em Serviço Social. Pesquisadora de temas que relacionam mídia, ética, senso comum, cotidiano e rotinas de produção no jornalismo. Colaboradora do Observatório da Imprensa.
Assinale a alternativa correta com base no texto acima e em seus conhecimentos.

  • A O emprego da câmera oculta torna-se importante, afinal os fins justificam os meios.
  • B O repórter, ao decidir sozinho pela técnica da câmera oculta, para obter rapidez na denúncia da ilegalidade, está agindo no lugar da Justiça, e, em alguns casos, é essa a função do jornalista.
  • C A câmera oculta infringe à ética jornalística, porque o jornalista precisa se identificar como tal e revelar ao entrevistado que ele está participando de material jornalístico.
  • D O emprego da câmera oculta deve ser incentivado por vários motivos para além da questão ética: a lei maior do jornalista é a opinião pública.
  • E A decisão do emprego da câmera oculta pertence à exclusividade do repórter: o risco é apenas dele.

Analise as afirmativas abaixo acerca do jornalismo investigativo.
1. No Brasil, uma das ferramentas disponíveis ao jornalista investigativo é a Lei de Acesso à Informação (LAI).
2. A premissa para ser jornalismo investigativo é ter investigação e aprofundamento. Sem isso, não poderá ter esta classificação.
3. Os casos que envolvem vazamentos de documentos e registros confidenciais, mesmo que não empreguem investigação do jornalista, devem ser considerados jornalismo investigativo.
4. Produz reportagens aprofundadas relacionadas a empresas privadas ou a agentes públicos. Se diferencia do jornalismo convencional na medida que exige mais profundidade na apuração.
5. Um exemplo histórico de jornalismo investigativo é o caso Watergate, no qual dois jornalistas do Washington Post fizeram uma série de investigações a respeito das ações do presidente Nixon e de seu comitê de campanha para reeleição.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

  • A São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • B São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
  • C São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
  • D São corretas apenas as afirmativas 2, 3, 4 e 5.
  • E São corretas as afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5.

Ao elaborar reportagens investigativas, o profissional, muitas vezes, se vê às voltas com recursos polêmicos de apuração, como informações reveladas em off pelas fontes. Isso significa que, por alguma razão, a fonte não pode ou não quer se identificar. É algo que não chega a ser raro em reportagens que se definem por, justamente, querer revelar aquilo que alguém pretende esconder, mesmo sendo de interesse público.
Considerando esse contexto e a deontologia que rege a profissão de jornalista, avalie as afirmações a seguir.
I. O jornalista, quando recebe uma informação em off, só deve publicá-la depois de verificar sua veracidade por meio de consultas a outras fontes ou documentos.
II. O que permite a publicação de informações obtidas em off em reportagens com uma única fonte é o fato de elas tratarem de denúncia grave e de incontestável interesse público.
III. A fonte de uma informação revelada em off pode ser utilizada como a única em uma reportagem, desde que o leitor fique ciente de que se trata de fonte que não quis ou não pôde identificar-se.

É correto o que se afirma em

  • A I, apenas.
  • B III, apenas.
  • C I e II, apenas.
  • D II e III, apenas.
  • E I, II e III.
Um relatório divulgado em 2016 pela entidade Pew Research Center revelou que as pessoas estão dispostas a se envolver com conteúdo mais longo (ou seja, notícias com mais de 1.000 palavras) em seus telefones. Os principais dados revelados pelo estudo dão conta de que os usuários gastam cerca de duas vezes mais tempo com histórias longas do que com histórias curtas (123 segundos em comparação com 57), e histórias longas atraem leitores na mesma proporção que histórias mais curtas. Partindo dessa premissa e levando em consideração a história do jornalismo digital, assinale a afirmativa que corresponde ao primeiro exemplo de grande reportagem multimídia interativa bem sucedida na internet em todo o mundo, que se tornou um marco desse tipo de produção.
  • A Snow Fall: The Avalanche at Tunnel Creek
  • B La Vida Robot
  • C Tudo sobre: A Batalha de Belo Monte
  • D The Jockey