Questões de Jornalismo Opinativo (Comunicação Social)

Limpar Busca

Os autores José Marques de Melo e Francisco de Assis definem gênero jornalístico como uma categoria que agrupa diferentes formatos com características comuns e desempenha uma função social.
Eles listam cinco gêneros jornalísticos e suas respectivas funções, a saber:

• Gênero informativo: vigilância social;
• Gênero opinativo: fórum de ideias;
• Gênero interpretativo: papel educativo e esclarecedor;
• Gênero diversional: distração e lazer;
• Gênero utilitário: auxilio nas tomadas de decisões cotidiana


De acordo com a “Classificação Marques de Melo”, provavelmente uma das mais difundidas no Brasil, os formatos: 1. Perfil; 2. Caricatura; 3. Nota pertencem respectivamente aos gêneros

  • A diversional, interpretativo e utilitário.
  • B opinativo, diversional e informativo.
  • C interpretativo, opinativo e informativo.
  • D informativo, interpretativo e opinativo.
  • E interpretativo, diversional e utilitário.

Leia o último parágrafo do texto publicado em 2020 na versão online do El País e intitulado:

Aborto, um sentimento de alívio,
Por Débora Diniz e Giselle Carino

Por que falamos em alegria como sentimento para o aborto voluntário? Porque só uma mulher convicta de sua própria existência e projeto de vida se move contra a cadeia e o inferno para abortar em condições clandestinas na América Latina. O aborto é uma necessidade de vida para as mulheres, por isso quando uma mulher aborta ela se distancia das normas de gênero como um destino para desafiá-la em uma de suas táticas de controle do corpo das mulheres – a reprodução biológica –. Arriscamos dizer que as mulheres que abortam não são levianas, tampouco alienadas das normas sociais de gênero que insistem em colonizar nossos sentimentos com culpa, vergonha ou arrependimento. Ao contrário: as mulheres que abortam vivem a experiência singular de estranhar o patriarcado, e deslocam a maternidade do campo do destino da natureza para o da norma social. Por isso, imaginamos essas mulheres com a alegria da esperança e não sendo o aborto um trauma que seja também um alívio.


(Debora Diniz é brasileira, antropóloga, pesquisadora da Universidade de Brown. Giselle Carino é argentina, cientista política, diretora da IPPF/WHR.)
Esse trecho faz parte de um(a)

  • A notícia.
  • B artigo.
  • C reportagem.
  • D crônica.
  • E editorial.

Considerando os critérios a seguir na elaboração de textos jornalísticos, de modo a fazer que estes tenham legitimidade e formato apropriado, julgue o próximo item.  


A crônica política procura antecipar fatos e revelar tendências, razão por que se assemelha a um noticiário ou a uma reportagem.

  • Certo
  • Errado

Analise o texto abaixo:
Terror é eficiente e com bons sustos
Filme bagunça realidade e ficção, o que levou jornais do Alasca a reclamarem da imagem negativa que passa do local
ANDRÉ BARCINSKI - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA – Folha de S. Paulo, 01/01/2010
Numa época de ameaças terroristas, aquecimento global e profecias apocalípticas, será que a realidade mete mais medo do que a ficção? Com tantos “Big Brothers” e YouTubes, ainda conseguimos nos impressionar com a imaginação? Ou só a realidade nos apavora?
“Contatos de 4º Grau” é mais um filme recente que usa o recurso da não ficção para atrair o espectador. Como “Atividade Paranormal”, outro thriller sobrenatural em cartaz, finge ser uma experiência verdadeira. Mas “Contatos” vai mais longe: enquanto “Atividade” apenas se passa por documentário, este incorpora cenas (supostamente) reais e aumenta seu impacto. O resultado, verdadeiro ou não, é apavorante.
O filme segue a psicanalista Abigail Tyler (Milla Jovovich), que mora em Nome, no Alasca, uma cidade que, segundo o filme, tem um dos maiores índices de pessoas desaparecidas nos EUA (humm…). Tyler percebe estranhas coincidências entre seus pacientes: sofrem de insônia, acordam toda noite à mesma hora e veem uma enigmática coruja no jardim. (…)
Como filme de terror, “Contatos” é eficiente. Não são poucos os sustos, e a combinação das cenas “reais” e ficcionais realmente impressiona. Já como documento de presença alienígena, não tem a mesma sorte: jornais do Alasca acusam os produtores de terem inventado toda a história e reclamam da imagem negativa que o filme passa de Nome. Buscas pela verdadeira dra. Tyler não deram em nada. Famosos críticos de cinema, como Roger Ebert, reclamam que a farsa foi “uma enorme decepção”.
Minha reação foi exatamente a oposta: isso só me fez gostar mais ainda de “Contatos”. O que era apenas um bom terror barato virou um evento. Que audácia desse diretor, mentir para o público! Ora, não é exatamente a mesma coisa que Orson Welles fez quando simulou uma invasão alienígena pelo rádio, assustando meio mundo? Quer dizer que Welles pode, mas Osunsanmi não? Devíamos é agradecer a “Contatos”, por mostrar que a ficção ainda pode bagunçar a realidade.

Assinale a alternativa correta quanto à classificação do gênero jornalístico do texto:

  • A O texto é uma resenha, já que é uma posição subjetiva do autor sobre um filme.
  • B O texto é notícia, já que o mais importante é a factualidade: a busca pela dra. Tyler na cidade de Nome.
  • C O texto é editorial, pois marca a posição do veículo de comunicação diante do fato.
  • D É uma coluna fixa, como revela a identificação do autor. Trata-se de texto meramente informativo sobre assuntos do momento.
  • E Constata-se que se trata de crônica, porque aborda assuntos atemporais pela ótica do cronista, sem compromissos com a realidade.

Em uma das classificações registradas por José Marques de Mello (2003), são considerados textos jornalísticos opinativos:

  • A Artigos, charges, colunas e resenhas.
  • B Artigos, colunas, reportagens e resenhas.
  • C Artigos, notas, colunas e reportagens.
  • D Notas, colunas, notícias (matérias) e reportagens.
  • E Notas, notícias (matérias) e reportagens.