Questões de Linguagem e Fala (Fonoaudiologia)

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Os transtornos da comunicação incluem déficits na linguagem, na fala e na comunicação. Fala é a produção expressiva de sons e inclui a articulação, a fluência, a voz e a qualidade da ressonância de um indivíduo. Linguagem inclui a forma, a função e o uso de um sistema convencional de símbolos (isto é, palavras faladas, linguagem de sinais, palavras escritas, figuras), com um conjunto de regras para a comunicação. Comunicação inclui todo comportamento verbal e não verbal (intencional ou não) que influencia o comportamento, as ideias ou as atitudes de outro indivíduo.
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.
Nesse contexto, avalie as assertivas a seguir e a relação proposta entre elas.

I. Criança que apresenta dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos, dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos e ausência de interesse por pares, entre outros critérios de diagnóstico presentes, pode-se concluir que essa criança possui Transtorno do Espectro do Autismo.


PORQUE


II. Caracteriza-se por sintoma de padrão restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois sintomas do critério de diagnóstico, atualmente ou por história prévia.

A respeito dessas assertivas, assinale a alternativa CORRETA. 

  • A I é falsa, e II é verdadeira.
  • B I é verdadeira, e II é falsa.
  • C I e II verdadeiras, e II é justificativa da I.
  • D I e II são verdadeiras, mas II não é justificativa da I.
  • E I e II são falsas.

A apraxia de fala na infância (AFI) é um distúrbio motor da fala que afeta a capacidade de a criança planejar e programar movimentos articulatórios para produzir a fala de maneira clara e consistente, apesar de não haver problemas musculares ou de compreensão. Esse transtorno é caracterizado por dificuldades em realizar movimentos motores precisos para a fala, mesmo sabendo o que deseja dizer e possuindo força e controle muscular adequado.

Caso clínico: Desde cedo, os pais notaram que a criança não alcançava marcos de desenvolvimento da linguagem esperados. Aos 2 anos, ainda emitia poucas palavras e apresentava dificuldades para articular sons básicos. A criança frequentemente demonstrava frustração ao tentar se comunicar, diminuindo o que compreendia das palavras, mas tinha dificuldades em produzi-las. Na avaliação com o fonoaudiólogo, foi observado que o menino tinha vocabulário expressivamente limitado e que suas tentativas de fala envolviam omissões, distorções e substituições de fonemas. Ao tentar repetir palavras, os erros eram inconsistentes, o que é característico da apraxia de fala.

Nesse contexto, avalie as assertivas a seguir e a relação proposta entre elas.

I. O plano de intervenção incluiu terapia fonoaudiológica intensiva, com foco na prática de fonemas isolados e na combinação de sílabas em palavras. Usou-se uma abordagem baseada na reprodução e sem feedback sensorial para melhorar a consistência e o controle motor da fala. Sessões frequentes foram recomendadas para maximizar a plasticidade neural e o aprendizado motor.

PORQUE

II. Os testes aplicados incluíram o Demonstration Checklist for CAS (checklist de demonstração para apraxia de fala na infância), o qual demonstrou dificuldades em habilidades motoras sequenciais, ritmo da fala e articulações precisas dos sons. A análise mostrou inconsistências nos erros articulatórios, sobretudo em palavras com sílabas mais complexas, além de uma prosódia atípica (melodia da fala). Essa inconsistência e dificuldade em pronunciar sílabas indicam planejamento motor deficiente.

A respeito dessas assertivas, assinale a alternativa CORRETA.

  • A I e II são verdadeiras, e II é justificativa da I.
  • B I e II são verdadeiras, mas II não é justificativa da I.
  • C I e II são falsas.
  • D I é verdadeira, e II é falsa.
  • E I é falsa, e II é verdadeira.

A linguagem nas modalidades oral e escrita, na educação infantil, é uma prática que visa desenvolver a fala e a escrita, e está relacionada à mudança de comportamento da criança. Para desenvolver a oralidade, pode-se: ler histórias e poesias, fazer brincadeiras de palavras, usar rimas e travas línguas, realizar rodas de conversa etc. Para desenvolver a escrita, pode-se: atuar como escrita do que é falado e vivido pela criança, explorar semelhanças e diferenças entre textos escritos, distinguir desenho de escrita, brincar com os sons das palavras dos textos etc.

Caso clínico: João é um menino de 9 anos, estudante do 3º ano do Ensino Fundamental, cujos pais e professores notaram dificuldades persistentes na escrita, para escrever palavras. Desde o início da alfabetização, apresenta dificuldade em escrever palavras, mesmo as que já foram praticadas várias vezes. Apesar de compreender bem a leitura e ter um bom vocabulário falado, ele frequentemente comete erros na forma escrita de palavras simples, troca letras que possuem sons parecidos (como “f” por “v” e “p” por “b”), e omite letras em palavras. Os pais relatam que João não apresenta problemas em outras áreas, como matemática, e tem um desempenho geral razoável nas outras disciplinas. Ele lê fluentemente, mas a escrita ortográfica está abaixo do esperado para a sua idade e ano escolar. A família não tem histórico de dificuldades de aprendizagem, e João não apresenta problemas visuais ou auditivos que possam justificar o quadro e nem déficit visual ou auditivo e as habilidades cognitivas estão adequadas para a idade.
Resultados das avaliações:

Teste de desempenho escolar (TDE): pontuação abaixo da média em escrita para a idade, especialmente em habilidades de ortografia.
Avaliação fonoaudiológica: identificação de dificuldades específicas na codificação ortográfica e na memória visual para a ortografia das palavras; leitura fluente e boa compreensão.
Avaliação neuropsicológica: memória de curto prazo e habilidades visoespaciais dentro dos parâmetros normais, sem evidências de dificuldades mais amplas de aprendizagem, como dislexia.

Após análise do caso clínico, pode-se concluir que João apresenta

  • A afasia.
  • B agrafia.
  • C disortografia.
  • D disgrafia.
  • E dislexia.

Os estudos recentes consideram que a gagueira apresenta origem multifatorial, fortemente ligada aos fatores genéticos e biológicos, mas não descartam os aspectos psicossociais que envolvem o sujeito. Afirmam, ainda, que não se trata de um distúrbio mental nem comportamental: a gagueira é involuntária.

Nesse contexto, avalie as afirmativas a seguir e a relação proposta entre elas.

I. A gagueira causa ansiedade em relação à fala ou limitações na comunicação efetiva, na participação social ou no desempenho acadêmico ou profissional, individualmente ou em qualquer combinação.

PORQUE

II. A gagueira não é passível de ser atribuída a um déficit motor da fala ou sensorial, à disfluência associada à lesão neurológica (por exemplo, acidente vascular cerebral, tumor, trauma) ou a outra condição médica, não sendo mais bem explicada por outro transtorno mental.

A respeito dessas afirmativas, assinale a alternativa CORRETA.

  • A I é verdadeira, e II é falsa.
  • B I é falsa, e II é verdadeira.
  • C I e II são falsas.
  • D I e II são verdadeiras, mas II não é justificativa da I.
  • E I e II são verdadeiras, e II é justificativa da I.

Uma característica neurológica associada à gagueira persistente em adultos é:

  • A o aumento da atividade cerebral no hemisfério direito durante a produção de fala.
  • B a diminuição da atividade cerebral no córtex motor durante a fala.
  • C A alteração na percepção auditiva, com atraso significativo no feedback da própria voz.
  • D A diminuição da atividade no córtex auditivo durante a escuta ativa.