Questões de Linguagem e Pensamento (Filosofia)

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Se alguém se dispõe a instaurar e estender o poder e o domínio do gênero humano sobre o universo, a sua ambição seria, sem dúvida, a mais sábia e a mais nobre de todas. Pois bem, o império do homem sobre as coisas se apoia unicamente nas artes e nas ciências. A natureza não se domina, senão obedecendo-lhe.

BACON, F. Novum Organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. Pará de Minas: M&M Editores. 2003. p. 129.


O trecho acima revela uma característica fundamental da filosofia do inglês Francis Bacon, um dos inauguradores do ciclo moderno de pensamento.
Tal característica está adequadamente resumida em: 

  • A a concepção do conhecimento humano como puramente contemplativo e não utilitário.
  • B a crença de que, para dedicar-se às artes e à ciência, o ser humano precisa abdicar das ambições de domínio sobre a natureza.
  • C a afirmação do caráter utilitário do conhecimento, com o propósito de promover o domínio humano sobre o mundo natural.
  • D a proposta de promover uma integração entre homem e natureza.
  • E um projeto político de governo planetário.
De acordo com o texto A arte diante do mal radical, de Thierry de Duve, a decisão do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque de expor uma série de fotos de pessoas mantidas em campos de extermínio pelo regime de Pol Pot (líder do Khmer Vermelho cambojano entre 1975 e 1979 e responsável pelo massacre sistemático de milhares de civis durante esse período): 
  • A expõe como arte fotos que não são arte, já que desumanas, sendo a arte um patrimônio da humanidade.
  • B convida o espectador a fazer um julgamento estético, levando-o a contemplar as fotos tendo a arte como referência.
  • C faz justiça ao desejo do fotógrafo em ser reconhecido como artista, a despeito das condições em que exerceu sua arte.
  • D justifica atos imorais em nome da arte.
  • E revela que a decisão acerca do status de arte da fotografia compete exclusivamente aos curadores das exposições fotográficas.

No campo da Filosofia da Linguagem, a partir da perspectiva de Mikhail Bakhtin (2003), a Linguagem é compreendida como prática social, num plano dialógico. Para a educação essas ideias implicam que as:

  • A interações entre professores e alunos devem ser marcadas pela fala instrucional do professor.
  • B interações entre professores e alunos devem ser marcadas pela escuta, num movimento alteritário.
  • C interações entre professores e alunos devem ser marcadas, sobretudo, pela consideração dos interesses dos alunos.
  • D interações entre professores e alunos devem extrapolar a instituição educativa.
  • E interações entre professores e alunos não interferem nas aprendizagens escolares.
Assinale a alternativa que apresenta em qual dos seguintes campos da filosofia sobre a natureza do significado seria melhor categorizada como uma discussão. 
  • A Metafísica
  • B Epistemologia
  • C Filosofia da Ciência
  • D Filosofia da Religião
  • E Filosofia da Linguagem

65. [...] Ao invés de indicar algo que seja comum a tudo o que chamamos linguagem, digo que não há uma coisa sequer que seja comum a estas manifestações, motivo pelo qual empregamos a mesma palavra para todas - mas são aparentadas entre si de muitas maneiras diferentes. Por causa deste parentesco, ou destes parentescos, chamamos a todas de “linguagens”.


[...]


116. Quando os filósofos usam uma palavra - “saber”, “ser”, “objeto”, “eu”, “proposição”, “nome” - e almejam apreender a essência da coisa, devem sempre se perguntar: esta palavra é realmente sempre usada assim na linguagem na qual tem o seu torrão natal? - Nós reconduzimos as palavras do seu emprego metafísico de volta ao seu emprego cotidiano. (WITTGENSTEIN, 2007, p. 116; 169, grifos do autor)

WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. In: MARCONDES, D. (Org.).

Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.



Com base nos trechos citados, é correto afirmar que 

  • A segundo Wittgenstein, o emprego metafísico das palavras fundamenta os seus usos habituais.
  • B o uso metafísico da linguagem é o que permite falar com sentido sobre a essência das palavras e das coisas.
  • C embora exista algo comum a tudo que chamamos de “linguagem”, Wittgenstein opta por não partir dessa constatação.
  • D procurar algo comum às diversas linguagens assemelha-se ao procedimento metafísico de buscar a essência das coisas.