Questões de Luta Antimanicomial (Psicologia)

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A partir da Reforma Psiquiátrica [...] inaugura-se um corajoso e potente modo de conceber a loucura e o seu cuidado, assim como se coloca em discussão a relação entre trabalhador de saúde e usuário.” (Ferreira e Silva, 2017)
Segundo o texto em destaque, É CORRETO afirmar que a relação entre trabalhador de saúde e usuário, no âmbito da saúde mental, será pautada por:

  • A Implicação, descentralização e acolhimento.
  • B Corresponsabilização, descentralização e horizontalidade.
  • C Horizontalidade, corresponsabilização e implicação.
  • D Acolhimento, horizontalidade e implicação.

Basaglia (1985) destaca que o discurso antipsiquiátrico não se restringe ao campo de ação da Psiquiatria na medida em que ele é antiespecialístico.
Com relação às implicações epistêmicas da reforma psiquiátrica antimanicomial para a Psicologia, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.

( ) Busca de nexos causais para a compreensão do quadro clínico e psicossocial do paciente, baseados nas definições de normal e patológico.
( ) Enfatiza as necessidades sociais e de saúde que se inscrevem nas queixas dos usuários dos serviços, levando em consideração a sua territorialidade.
( ) Considera os mecanismos sociais, raciais, sexistas e as diversas formas de exclusão que operam em nossa sociedade.

As afirmativas são, respectivamente,

  • A F – V – F.
  • B F – V – V.
  • C V – V – F.
  • D V – F – F.
  • E V – F – V.

Abílio da Costa-Rosa (2000), ao caracterizar os modelos asilar e psicossocial, faz a seguinte afirmação: Não será, portanto, com critérios como o de bom ou mau, melhor ou pior, humano ou desumano, democrático ou autocrático etc., que poderemos caracterizar a alternatividade de dois modos de ação em saúde mental. Por exemplo, poderemos concordar que um modelo 'hospitalocêntrico' e 'médicocentrado' é diferente de um modelo centrado no ambulatório e no trabalho da equipe multiprofissional; percebemos, porém, que nem por isso os dois são alternativos, pois tanto o ambulatório pode continuar ocupando o lugar de 'depositário' que é do hospital psiquiátrico, por exemplo, quanto a equipe interprofissional pode continuar depositando na medicação a expectativa da eficácia das suas ações, não prescindindo do hospital psiquiátrico para atender a clientela da área em que se situa; assim como pode continuar situando-se como sujeito da especialidade (da disciplina) perante a clientela concebida como objeto inerente de sua intervenção. COSTA-ROSA, A. O Modo Psicossocial: um paradigma das práticas substitutivas ao modo asilar. 2000. p. 144.
Avalie as asserções a seguir.
I- No modo asilar de assistência, a divisão do trabalho correspondente à 'linha de montagem' da produção, os sujeitos são fragmentados e encadeados na linha de atendimento.
II- O modelo psicossocial compreende os fatores políticos e biopsicosocioculturais como determinantes, e não apenas de maneira genérica.
III- O modelo psicossocial rompe com a dimensão de indivíduo orgânico, permitindo a ênfase que se atribui ao sujeito como participante principal ao tratamento.
IV- No modelo asilar, a loucura não é considerada um fenômeno exclusivamente individual, é também familiar, por isso o isolamento é prescrito, afasta-se do que produz adoecimento.
V- Há, no modo psicossocial, um deslocamento fundamental das mudanças, do indivíduo para a instituição e o contexto, o sofrimento psíquico não tem que ser reintegrado, e sim ser removido.

É CORRETO o que se afirma em:

  • A I e II, apenas.
  • B I, IV e V, apenas.
  • C II, III, IV e V, apenas.
  • D I, II e III, apenas.
  • E III, IV e V, apenas.

Considerando o contexto apresentado, julgue o item a seguir:


A Reforma Psiquiátrica Brasileira preconiza a exclusão de tratamentos farmacológicos em favor de abordagens exclusivamente psicossociais.

  • Certo
  • Errado

Sobre o processo de Movimento pela Reforma Psiquiátrica, Amarante (1996) afirma:
Os projetos de reforma não podem ser tomados em conjunto, isto é, não são homogêneos, no sentido dessa maior maturidade. Muito embora exista 'atualmente' uma hegemonia dessa tendência apontada por Birman, os conceitos e as práticas quanto à reforma psiquiátrica são muito diversos entre os atores que a exercitam. A luta pela cidadania dos doentes mentais, embora seja um aspecto extremamente importante, não é delimitador exclusivo dessas tendências. [...] O que efetivamente demarca uma real distinção entre os projetos de reforma [...] é a forma do lidar prático e teórico da desinstitucionalização, conceito este que sofre metamorfose substancial e que abre novas possibilidades para o campo da reforma psiquiátrica.
Avalie as afirmações a seguir, a partir das propostas de desinstitucionalização discutidas por Amarante (1996).
I- Desinstitucionalização, como desospitalização, nascida dos projetos de psiquiatria preventiva e comunitária, opera uma crítica ao sistema psiquiátrico, por ser centrado na assistência hospitalar e condena também a natureza do saber que o autoriza.
II- A causa da falência do sistema psiquiátrico não estaria na psiquiatria, mas na má aplicação desta, conforme visão da desinstitucionalização como desconstrução.
III- A desinstitucionalização como desospitalização é marcada pela predominância da crítica epistemológica ao saber médico constituinte da psiquiatria.
IV- A desinstitucionalização vista como desassistência entende que a desinstitucionalização significaria abandonar os doentes, produzindo 'desamparo', não substituindo o modelo hospitalar por outras modalidades de assistência e cuidado.

É CORRETO o que se afirma em:

  • A I e II, apenas.
  • B I, II e IV, apenas.
  • C III e IV, apenas.
  • D III, apenas.
  • E IV, apenas.