Questões de Médico da Família (Medicina)

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O Senhor José, um homem de 55 anos, morador de Governador Valadares, procura ajuda na UBS, queixando-se de formigamento e dormência nas mãos, que o incomodam há cerca de 2 anos. Ele também relata dores e uma sensação de choque na região dos cotovelos, além de dificuldade para sentir alguns objetos com as mãos. O Senhor José nega outros problemas de saúde e afirma que nunca fumou ou bebeu em excesso.
É realizado um exame físico completo, e não se encontra lesões na pele. Os exames laboratoriais (hemograma, glicemia, hemoglobina glicada, hormônios da tireoide, vitamina B12, vitamina D) estão todos normais. As sorologias para HIV, sífilis e hepatites B e C são negativas, assim como o fator antinuclear (FAN). Ao examinar os nervos do Senhor José, nota-se um espessamento nos nervos ulnares (próximos ao cotovelo) e, ao testar a sensibilidade com monofilamentos, percebe que ele só consegue sentir o monofilamento mais grosso (vermelho, 4g) em alguns pontos das palmas das mãos.
Para investigar melhor o problema, solicita-se uma eletroneuromiografia (ENMG) dos quatro membros.
Considerando o quadro clínico e os achados do exame físico, qual o padrão eletroneuromiográfico mais frequentemente encontrado em casos como o do Senhor José?

  • A Mononeuropatia.
  • B Mononeuropatia múltipla.
  • C Miopatia.
  • D Neuropatia axonal sensitivo-motora.
  • E Polineuropatia.

O Senhor Joaquim, de 57 anos, buscou auxílio na Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima à sua residência, queixandose de uma profunda fadiga que o acompanha há cerca de uma semana. Mesmo ciente de que a UBS está priorizando o atendimento a pacientes com diabetes e hipertensão naquele dia, ele decide tentar a sorte. Sensibilizado com a situação do Senhor Joaquim, o médico o acolhe com atenção, demonstrando que cada paciente é único e merece ser ouvido. Durante a consulta, o Senhor Joaquim se abre sobre os problemas familiares que vêm tirando o seu sono há semanas. Relata que dorme pouco e acorda ainda mais cansado, sem energia para enfrentar o dia a dia. Compartilha também o seu estilo de vida sedentário e a ausência de doenças crônicas preexistentes. Diante desse quadro, assinale a alternativa que apresenta a opção terapêutica mais resolutiva para o Senhor Joaquim e os princípios da Atenção Primária à Saúde (APS) relacionados ao caso.

  • A Buscar estabelecer vínculo de cuidado a partir da compreensão dos sentimentos, ideias, funções e expectativas do paciente com o problema, para que, juntamente com a equipe, possa construir em outros encontros, com o médico ou membro da equipe, um Projeto Terapêutico Singular (PTS), buscando compreender melhor a dinâmica familiar do paciente. Nessa conversa inicial, pode-se sugerir uma mudança no estilo de vida e orientar cuidados de higiene do sono. Princípios: 1. Universalidade. 2. Integralidade.
  • B Estabelecer um plano terapêutico que inclui a prática de atividades físicas. Solicitar uma polissonografia e avaliação psiquiátrica. Princípios: 1. Universalidade e 2. Integralidade.
  • C Encaminhar o Senhor Joaquim para um especialista, como um neurologista ou psiquiatra, para investigação aprofundada da astenia. Princípios: 1. Coordenação do cuidado. 2. Integralidade.
  • D Iniciar um sedativo para propiciar descanso para o paciente. Definir com a equipe uma frequência de visitas do Agente Comunitário de Saúde (ACS), dentro de um PTS, buscando compreender melhor a dinâmica familiar do paciente. Nessa conversa inicial, pode-se sugerir uma mudança no estilo de vida e orientar cuidados de higiene do sono. Princípios: 1. Equidade. 2. Integralidade.
  • E Iniciar um sedativo para propiciar o descanso para o paciente. Juntamente com a equipe, construir, em outros encontros, com o médico ou membro da equipe, um PTS, buscando compreender melhor a dinâmica familiar do paciente. Encaminhar o paciente para avaliação psiquiátrica. Princípios: 1. Universalidade. 2. Integralidade.

A família Silva, residente na comunidade da Vila Esperança, procura a Unidade de Saúde da Família (USF) com queixas de episódios recorrentes de diarreia nos últimos seis meses. Preocupado com a situação, o médico da USF realiza uma visita domiciliar para investigar mais de perto o caso. Na residência, encontra-se Dona Joana, de 32 anos e seus dois filhos, Melissa, de 8 anos, e Arthur, de 1 ano. Dona Joana relata que todos em casa têm apresentado diarreia esverdeada, explosiva, aquosa, fétida e em grande quantidade, com presença de restos alimentares nas fezes. As crianças queixamse de cólicas e aumento do volume abdominal, e Arthur apresenta discreto abaulamento abdominal. Dona Joana ainda comenta que notou que o consumo de leite parece piorar os sintomas, por isso suspendeu o leite da dieta das crianças. Ela já havia procurado atendimento na UBS, onde exames laboratoriais foram solicitados, mas não foram realizados por dificuldades de acesso. Ao exame físico, tanto Dona Joana quanto seus filhos apresentam bom estado geral, estão bem hidratados, sem sinais de febre, e com coloração normal da pele. Nenhuma anormalidade significativa foi observada no exame clínico.
Com base nos dados clínicos e epidemiológicos, qual o diagnóstico mais provável para a família Silva?

  • A Ascaridíase.
  • B Diarreia por rotavírus.
  • C Doença celíaca.
  • D Giardíase.
  • E Intolerância à lactose.

Ana, de 42 anos, chega à consulta com relato de tristeza profunda há dois meses, acompanhada de desânimo, choro fácil, perda de prazer em atividades antes prazerosas, falta de apetite e emagrecimento de 5 kg no período. Além disso, a paciente menciona grande dificuldade para sair da cama, faltas frequentes ao trabalho e isolamento social. Durante a consulta, Ana diz que se sente um "peso para a família" e revela uma falta de energia que a impede até de cuidar da própria higiene pessoal. Ela possui antecedentes de hipertensão arterial e dislipidemia. No exame físico, a sua pressão arterial está elevada (170x110 mmHg), mas o restante do exame é normal.
Diante desse quadro, qual seria a conduta mais adequada para Ana?

  • A Iniciar amitriptilina 25 mg/dia, recomendar psicoterapia, psicoeducação e não questionar sobre ideação suicida.
  • B Iniciar venlafaxina 75 mg/dia, recomendar psicoterapia, psicoeducação e questionar sobre ideação suicida.
  • C Iniciar sertralina 50 mg/dia, recomendar psicoterapia, psicoeducação e questionar sobre ideação suicida.
  • D Iniciar risperidona 1 mg/dia, recomendar psicoterapia, psicoeducação e questionar sobre ideação suicida.
  • E Encaminhar para internação psiquiátrica, considerando a gravidade do quadro depressivo e o risco de suicídio.

O Senhor Cosme, um homem de 48 anos que vive sozinho, é um rosto conhecido na comunidade. Seu histórico de alcoolismo, com consumo diário de 15 doses de aguardente ao longo de 20 anos, é motivo de preocupação para os seus vizinhos. Recentemente, ele foi hospitalizado com gastrite e, diante do diagnóstico, decidiu interromper o consumo de álcool. Dois dias após a alta hospitalar, o Senhor Cosme começou a apresentar sintomas preocupantes: tremores nas mãos, ansiedade, náuseas, insônia, irritabilidade e sudorese. No terceiro dia, o seu quadro agravou-se significativamente, com tremores generalizados, agitação, alucinações visuais, auditivas e táteis, vômitos, sudorese intensa, febre alta e taquicardia. Preocupados com a situação, os seus vizinhos acionaram o corpo de bombeiros, que o levou às pressas para o pronto-socorro. Na avaliação inicial, o hemograma, a função renal e a creatinofosfoquinase apresentaram resultados normais.
Diante desse quadro, qual a conduta mais adequada para o Senhor Cosme?

  • A Internação em enfermaria e prescrição de altas doses de diazepam associado a tiamina, para tratamento de síndrome de abstinência de álcool.
  • B Internação em UTI e prescrição de bromocriptina com resfriamento corporal, para tratamento de síndrome neuroléptica maligna.
  • C Internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e prescrição de tiamina e diazepam em altas doses, para tratamento de delirium tremens.
  • D Hidratação vigorosa com soro fisiológico e administração de complexo B por via intramuscular, seguida de alta hospitalar com orientações para buscar apoio no CAPS.
  • E Prescrição de diazepam, tiamina e hidratação, com retorno em 24 horas, para reavaliação e encaminhamento para tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).