Questões de Motricidade Orofacial (Fonoaudiologia)

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A dificuldade durante a deglutição – ato de engolir – pode trazer graves consequências à saúde, tendo em vista que os desvios de alimentos ou saliva podem obstruir parcial ou completamente as vias respiratórias. O envelhecimento natural de estruturas envolvidas na deglutição como lábios, língua e bochechas, bem como doenças neurológicas (Parkinson, Alzheimer, Acidente Vascular Cerebral), distrofias musculares e câncer de cabeça e pescoço podem facilitar esses desvios.

Caso clínico: A Sra. Maria Silva, 78 anos, tem hipertensão controlada, diabetes tipo 2, artrite reumatoide, relata: “Estou com dificuldade para engolir, sinto que a comida fica presa na garganta.” Nos últimos seis meses, começou a sentir dificuldades para engolir alimentos sólidos, especialmente carnes e pães. Segundo ela, a comida frequentemente “parece entalar’, e tem que tomar vários goles de água para ajudar a descer. Nas últimas semanas, notou que a dificuldade também se estende a alimentos mais pastosos e, ocasionalmente, até líquidos. Sra. Maria Silva menciona, ainda, que está perdendo peso, pois reduziu a quantidade de comida para evitar o desconforto ao engolir, a voz fica mais rouca após as refeições e que, em alguns momentos, engasga-se com líquidos. Não apresenta dor significativa, mas descreve uma sensação de “peso” na garganta. Não há relatos de tosse ou febre.

Exame físico: peso: 60 kg (perda de 5 kg nos últimos três meses); pressão arterial: 130/80 mmHg; frequência cardíaca: 72 bpm; orofaringe sem sinais de inflamação ou infecção visíveis; ausculta pulmonar normal; sem linfonodos cervicais palpáveis.

Exames complementares:

- Endoscopia digestiva alta: sem sinais de obstrução mecânica ou tumores.
- Videofluoroscopia da deglutição: evidência de lentificação na fase oral da deglutição, com resíduo alimentar na região faríngea e ocasional penetração de líquidos na laringe, sem aspiração.
- Avaliação fonoaudiológica: Identificação de dificuldades no controle motor fino da língua e lábios, além de redução da força e da coordenação na musculatura da deglutição.


Diante do caso clínico relatado, é possível afirmar que essa paciente apresenta  

  • A disfagia psicogênica.
  • B disfagia orofaríngea sensorial.
  • C disfagia neurogênica.
  • D Disfagia mecânica.
  • E Disfagia no idoso.

A apraxia de fala na infância (AFI) é um distúrbio motor da fala que afeta a capacidade de a criança planejar e programar movimentos articulatórios para produzir a fala de maneira clara e consistente, apesar de não haver problemas musculares ou de compreensão. Esse transtorno é caracterizado por dificuldades em realizar movimentos motores precisos para a fala, mesmo sabendo o que deseja dizer e possuindo força e controle muscular adequado.

Caso clínico: Desde cedo, os pais notaram que a criança não alcançava marcos de desenvolvimento da linguagem esperados. Aos 2 anos, ainda emitia poucas palavras e apresentava dificuldades para articular sons básicos. A criança frequentemente demonstrava frustração ao tentar se comunicar, diminuindo o que compreendia das palavras, mas tinha dificuldades em produzi-las. Na avaliação com o fonoaudiólogo, foi observado que o menino tinha vocabulário expressivamente limitado e que suas tentativas de fala envolviam omissões, distorções e substituições de fonemas. Ao tentar repetir palavras, os erros eram inconsistentes, o que é característico da apraxia de fala.

Nesse contexto, avalie as assertivas a seguir e a relação proposta entre elas.

I. O plano de intervenção incluiu terapia fonoaudiológica intensiva, com foco na prática de fonemas isolados e na combinação de sílabas em palavras. Usou-se uma abordagem baseada na reprodução e sem feedback sensorial para melhorar a consistência e o controle motor da fala. Sessões frequentes foram recomendadas para maximizar a plasticidade neural e o aprendizado motor.

PORQUE

II. Os testes aplicados incluíram o Demonstration Checklist for CAS (checklist de demonstração para apraxia de fala na infância), o qual demonstrou dificuldades em habilidades motoras sequenciais, ritmo da fala e articulações precisas dos sons. A análise mostrou inconsistências nos erros articulatórios, sobretudo em palavras com sílabas mais complexas, além de uma prosódia atípica (melodia da fala). Essa inconsistência e dificuldade em pronunciar sílabas indicam planejamento motor deficiente.

A respeito dessas assertivas, assinale a alternativa CORRETA.

  • A I e II são verdadeiras, e II é justificativa da I.
  • B I e II são verdadeiras, mas II não é justificativa da I.
  • C I e II são falsas.
  • D I é verdadeira, e II é falsa.
  • E I é falsa, e II é verdadeira.

Para diagnosticar uma alteração miofuncional orofacial é preciso examinar os constituintes do sistema estomatognático e as funções orofaciais, identificando as alterações morfológicas e funcionais, bem como a relação de causa e efeito entre elas. Além do exame presencial junto ao paciente, análises mais refinadas ou detalhadas podem ser realizadas por meio de fotos, no que diz respeito às estruturas estáticas, como também por meio de filmagens, para os aspectos dinâmicos.

Leia atentamente o caso clínico:
Identificação e queixa: V.A.B.F.C., 17 anos, encaminhado para a Clínica de Fonoaudiologia pelo ortodontista ao final do tratamento ortodôntico, utilizando a placa Hawley com recordatório, pois apresentava interposição lingual durante a fonação e deglutição. Dados da avaliação: na avaliação, por meio do Exame Miofuncional Orofacial MBGR, foi observado que o paciente apresentava importante alteração de postura corporal, com cabeça inclinada à esquerda e anteriorizada, ombros com rotação anterior, além de tipo facial longo com terço inferior aumentado, padrão facial II (convexo) e ângulo nasolabial obtuso. No exame extraoral, observaram-se lábios ora entreabertos ora selados com tensão no repouso e com a mucosa externa ressecada, lábio superior em “asa de gaivota” e curto, lábio inferior com eversão discreta. A língua apresentava largura aumentada e marcas dentárias, sendo que, durante o repouso, o paciente mantinha a postura de língua no assoalho da boca. O palato duro possuía profundidade aumentada e largura adequada. Quanto aos dentes, o paciente apresenta dentadura permanente, boa relação entre os arcos dentários, relação molar Classe I de Angle, sem falhas dentárias e com uso da contenção fixa. O tônus de lábios, língua e bochechas estavam diminuídos e de mento aumentado, não tendo sido observada alteração de mobilidade e sensibilidade orofacial. Quanto às funções, o paciente apresentou respiração modo nasal diurno, apesar de ser ruidosa, e oronasal noturno (segundo informação do paciente). Também foi observada mastigação bilateral alternada, deglutição atípica com interposição de língua e contração excessiva dos músculos orbicular da boca e mentual, além de discreta interposição de língua durante a produção de fones linguodentais.

Diante do exposto, marque a alternativa que melhor se apresenta como uma hipótese diagnóstica:

  • A Distúrbio Miofuncional Orofacial caracterizado por alteração de postura habitual de lábios e língua e de tonicidade orofacial, além de deglutição adaptada e distúrbio fonológico. Também, foi observado possível quadro de respiração oronasal noturno e inadequação da postura corporal.
  • B Distúrbio Miofuncional Orofacial caracterizado por alteração de postura habitual de lábios e língua e de tonicidade orofacial, além de deglutição atípica e distúrbio fonológico. Também, foi observado possível quadro de respiração oral noturno e inadequação da postura corporal.
  • C Distúrbio Miofuncional Orofacial caracterizado por alteração de postura habitual de lábios e língua e de tonicidade orofacial, além de deglutição adaptada e distúrbio fonético. Também, foi observado quadro de respiração oronasal e inadequação da postura corporal.
  • D Distúrbio Miofuncional Orofacial caracterizado por alteração de postura habitual de lábios e língua e de tonicidade orofacial, além de deglutição atípica e distúrbio fonético. Também, foi observado possível quadro de respiração oronasal noturno e inadequação da postura corporal.
  • E Distúrbio Miofuncional Orofacial caracterizado por alteração de postura habitual de lábios e língua e de tonicidade orofacial, além de deglutição atípica e distúrbio fonético. Também, foi observado possível quadro de respiração oral noturno e inadequação da postura corporal.

Qual a importância do aleitamento materno para a motricidade orofacial do bebê:

  • A Aumenta a concentração do bebê
  • B Fortalece a musculatura orofacial do bebê
  • C Melhora a visão do bebê
  • D Aumenta a estatura do bebê

Quais profissionais podem atuar em parceria com o fonoaudiólogo na área da Motricidade Orofacial:

  • A Dentistas, médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, enfermeiros e psicólogos
  • B Engenheiros, arquitetos e economistas
  • C Programadores, designers gráficos e jornalistas
  • D Advogados, juízes e policiais