Questões de Neurologia (Medicina)

Limpar Busca

Na atenção à saúde da pessoa idosa, quanto ao reconhecimento e avaliação de delirium, analise os fatores e/ou características seguintes e assinale a alternativa INCORRETA.

  • A Em pacientes idosos hospitalizados, pode ocorrer em até um terço daqueles com mais de 70 anos de idade, estando ligado à piora do prognóstico, ao prolongamento do tempo de hospitalização e ao aumento de morbimortalidade.
  • B Entre os fatores de risco ou fatores predisponentes estão incluídos a idade avançada, o déficit visual/auditivo, a demência ou as alterações cognitivas, e entre os componentes sindrômicos estão a hipersensibilidade a luzes e sons e dificuldade de fala/linguagem.
  • C Entre as principais causas ou fatores precipitantes estão incluídos os medicamentos, as infecções, as sondas, a constipação, a retenção urinária, a dor e a desidratação.
  • D O delirium hiperativo, caracterizado pela agitação psicomotora, é o mais comum e ocorre na maioria dos indivíduos, representando um grande desafio no manejo dos sintomas, sobretudo os comportamentais.
  • E Entre os critérios diagnósticos da ferramenta Confusion Assessment Method (CAM), versão curta, estão incluídos o estado confusional agudo com flutuação, o déficit de atenção marcante, o pensamento e discurso desorganizados e a alteração do nível de consciência (hipoativo ou hiperativo).
Caso clínico: Paciente feminina, 49 anos, trazida pelo SAMU após relato de cefaleia intensa, crise convulsiva tônicoclônica generalizada, permanecia com escala de coma de Glasgow de 4 pontos após a crise, anisocórica. Foi realizado o atendimento inicial primário com intubação orotraqueal e início de sedoanalgesia contínua com midazolam e fentanil, estabilização hemodinâmica e encaminhada para TC do crânio na urgência, a qual revelou hemorragia subaracnoidea difusa com inundação ventricular (Fisher IV). A paciente foi submetida à neurocirurgia de emergência para implante de derivação ventricular-externa e monitorização da pressão intracraniana, realizada arteriografia, que revelou aneurisma roto de artéria cerebral média direita e sinais de vasoespasmo cerebral. Assim, ela foi conduzida à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para suporte intensivo, em uso de nimodipino 60mg 4/4h. No 6º dia de internação, durante a avaliação clínica no plantão, o médico percebeu que a paciente se encontrava com pupilas midriáticas e arreativas, sem reflexo de tosse. Encaminhada, novamente, para TC do crânio na urgência, o exame revelou extensa isquemia bilateral com edema cerebral e sinais de hipertensão intracraniana compatível com suspeita de morte encefálica. Foi, então, suspensa a sedoanalgesia contínua e acionada a equipe da comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante (CIHDOTT), pois a paciente apresentava função renal e hepática preservadas. Diante desse relato, assinale a alternativa CORRETA quanto ao seguimento do protocolo de morte encefálica.
  • A Deve haver o período mínimo de tratamento e observação hospitalar de 8 horas e, em caso de encefalopatia hipóxico-isquêmica, o período passa para 24 horas.
  • B Deve haver, pelo menos, dois exames clínicos, realizados em intervalos de 6 horas, comprovando coma aperceptivo e ausência de reflexos de tronco por médicos capacitados.
  • C Deve-se aguardar o tempo de 5x a meia vida das drogas sedativas após a suspensão delas, para o início do protocolo; logo, no caso descrito, deve-se aguardar 10 horas da suspensão.
  • D Deve a paciente apresentar temperatura corporal superior a 36 ºC, SatO2 acima de 92%, PA sistólica acima de 90mmHg ou PA média acima de 65 mmHg.
  • E Deve-se realizar o teste de apneia como parte do protocolo, o qual é considerado positivo quando há ausência de movimentos respiratórios com PaCO2 > 65 mmHg.

Paciente masculino, sem identificação e sem acompanhante, fora trazido a Urgência pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), inconsciente, com presença de sangue em cavidade oral e sinais de hematêmese. Fora resgatado em via pública já desacordado. Pedestres que acionaram o serviço relataram que o homem vomitou conteúdo sanguinolento em grande quantidade momentos antes do desmaio. Sem outros relatos. Na avaliação inicial, checa-se responsividade, pulso e respiração. O paciente permanece inconsciente, tem pulso rápido e fraco e permanece respirando. Sua conduta imediata é baseada no mnemônico MOV e em ressuscitação volêmica. No entanto, poucos instantes depois, você percebe que o pulso do paciente se encontra ausente. A partir de agora, qual a conduta mais adequada a ser tomada pelo médico?

  • A Promover imediatamente uma via aérea definitiva seguida de ressuscitação cardiopulmonar. É importante manter a expansão volêmica enquanto se segue o protocolo de RCP, visto que a causa provável da parada é a hipovolemia – estando entre os 5 Hs e 5 Ts – sendo necessário corrigir o quanto antes.
  • B Iniciar compressões torácicas com profundidade de 5 a 6 cm, na frequência de 100 a 120 por minuto. A via aérea avançada pode ser adiada para os próximos minutos, devendo ser priorizada a RCP. Se houver monitorização disponível e viável, é importante checar o ritmo do paciente a cada 2 minutos. Na presença de um ritmo não chocável, como fibrilação ventricular, não se realiza o choque e deve ser administrada a primeira dose de epinefrina imediatamente.
  • C Checar respiração do paciente, pois se ele não estiver respirando, trata-se de uma parada cardiorrespiratória, sendo necessário iniciar o protocolo de RCP com promoção rápida de via aérea definitiva. O paciente em questão pode ter broncoaspirado sangue, sendo está a causa da PCR. Adquirir uma via aérea definitiva é fundamental nesse momento.
  • D Iniciar compressões torácicas de forma eficaz, na frequência de 100 a 120 por minutos e checar o ritmo a cada 2 minutos. Na vigência de um ritmo chocável, realiza-se o choque imediatamente e retoma-se as compressões, sempre priorizando a RCP e sua eficiência.

O Senhor Silva, um homem de 40 anos, chega ao seu consultório com um semblante cansado. A dor de cabeça que o acompanha há dois anos tem se tornado cada vez mais frequente e intensa, afetando a sua qualidade de vida e a sua produtividade. Ele descreve a dor como uma sensação de peso na região frontotemporal, bilateral, de intensidade moderada, durando cerca de 10 horas e ocorrendo quase todos os dias. Durante o exame físico, o médico observa uma tensão muscular palpável em seus ombros e pescoço, além de pontos sensíveis à dor na região cervical. Diante desse quadro, o médico considera as opções de tratamento profilático para oferecer alívio ao Senhor Silva. Qual a melhor alternativa para o tratamento profilático da cefaleia do Senhor Silva?

  • A Amitriptilina.
  • B Atenolol.
  • C Carbamazepina.
  • D Indometacina.
  • E Sumatriptano.

Vicentina, 24 anos, chega ao seu consultório visivelmente preocupada com episódios de tontura que a acometem há duas semanas. A jovem relata que a tontura surge subitamente ao movimentar a cabeça, descrevendo a sensação como uma rotação intensa e desagradável, que a impede de realizar as suas atividades habituais, incluindo o trabalho. Felizmente, a tontura é breve e desaparece em poucos minutos. Intrigado com o caso, o médico realiza o teste de Dix-Hallpike. Durante o exame, Vicentina apresenta nistagmo vertical com componente rotatório e relata piora da tontura.

Diante dos sintomas de Vicentina e dos achados do exame físico, qual a conduta mais adequada? 

  • A Aconselhar Vicentina a aguardar a resolução espontânea dos sintomas, evitando intervenção imediata.
  • B Encaminhar ao oftalmologista para investigar causas visuais para a tontura e nistagmo.
  • C Encaminhar ao neurologista com urgência, suspeitando de uma condição neurológica grave.
  • D Prescrever Cinarizina para controle sintomático, com reavaliação em 30 dias.
  • E Realizar a manobra de Epley para reposicionamento de otólitos.