O caso do México é lapidar para o aclaramento desse processo de dominação indireta. Após a guerra com os Estados Unidos em 1848, que lhe custou a perda de mais da metade de seus territórios originais, o México só conheceu estabilidade política sob a ditadura de Porfírio Diaz, de 1876 a 1911. Esse período de estabilidade política coincidiu com uma era de “progresso” econômico, que colocou o país inteiro sob o domínio de uma restrita oligarquia e do capital norte-americano. Empresas norte-americanas controlavam 3/4 das minas e fundições mexicanas. Imensas áreas de territórios petrolíferos eram cedidas a preços irrisórios, a particulares norte-americanos. Nesse período, o notável crescimento das linhas ferroviárias, de 691 quilômetros em 1876, para 24 mil e 700 km em 1911, não foi feito de modo a integrar economicamente o país, mas sim segundo os interesses das companhias norte-americanas que construíram a maior parte delas. O rumor que corria por volta de 1910, de que os gringos possuíam mais do México do que os próprios mexicanos, estava longe de ser um exagero.
(REZENDE FILHO, 1991 p. 175-176. Fragmento.)
Tanto no México, quanto em outros casos na América Latina, a modernização:
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A Organizou-se a partir do crescimento urbano e, em fins do século XX, com o incremento de atividades industriais nas quais o capital externo raramente esteve presente.
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B Só ocorreu através de movimentos sociais, devido à falta de implantação de um sistema ferroviário, de uma infraestrutura no comércio e de um setor financeiro organizado.
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C Apresentou um caráter conservador, com a penetração do capital estrangeiro, principalmente o de origem inglesa, e uma maior concentração da renda nas mãos das elites econômicas.
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D Desvinculou ainda mais as classes dominantes das demais classes sociais, tanto na extração mineral quanto na produção agrícola, setores sustentados massivamente pelo trabalho escravo.