O relatório representa um desafio para as capitais europeias com um volume de obras das antigas colônias semelhante ao da França, onde haveria pelo menos 90000 objetos procedentes da África subsaariana; 70000 deles são mantidos no Museu do Quai Branly, em Paris. Londres, Berlim, Bruxelas e Viena deram, nos últimos anos, sinais de abertura. Por exemplo, o Museu Britânico lidera o grupo de diálogo da cidade de Benin, que encabeça a criação de um centro etnográfico na antiga Edo, situada ao sul da atual Nigéria, com empréstimos que cederia ao grande museu londrino. Na Alemanha, o Ministério da Cultura anunciou há alguns meses novas subvenções para pesquisar a origem das obras que serão expostas no novo Humboldt Forum, em pleno debate público sobre a questão. Na Bélgica, o antigo Museu Real da África Central, que possui 180.000 objetos originários do continente, reabriu no início do mês rebatizado como Museu África e com um percurso repensado, que pretende refletir uma simetria entre europeus e africanos, segundo seus responsáveis.
O debate apontado pelo Relatório Sarr-Savoy (2018), a partir do levantamento de peças não ocidentais nos museus europeus e suas condições de aquisição, colocou na pauta
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A a possibilidade de restituição de peças de continentes colonizados que foram roubadas ou espoliadas pelas metrópoles.
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B os estudos voltados para a preservação desses objetos de outras culturas, com materialidades específicas.
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C o cuidado no fornecimento de informação para os visitantes desses museus, que necessitam precisão nos dados apresentados sobre a procedência dos objetos.
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D a importância de, nas curadorias, mediações educacionais e conteúdos publicados, informar as origens territoriais de cada objeto de outro continente que não o europeu.
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E a necessidade de desenvolver sistemas de categorização mais eficientes e detalhados a partir de uma coleção que não se alinha à história ocidental.