Segundo Giulio Carlo Argan (1993), em História da Arte como História da Cidade, a arquitetura é responsável por dar corpo e estrutura à cidade, atribuindo-lhe significância com os simbolismos presentes em suas formas. Desse modo, embora a arquitetura seja uma disciplina autônoma, é parte constituinte e expressiva do sistema cultural urbano. Os escritos desse autor, que datam da década de 1960, demonstram suas preocupações sobre as intervenções de arquitetos modernos nas cidades, para ele: “É preciso [...] que se pare de considerar a arquitetura como uma das ‘belas artes’ e se reconheça que é a primeira das técnicas urbanas, à qual, portanto, cabe toda a responsabilidade da gestão da cidade e de suas transformações” (Argan, 1993, p. 245).
Conforme a crítica apresentada por Argan (1993), assinale a alternativa que esteja coerente com o contexto de sua escrita:
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A Com o rápido crescimento das cidades europeias no contexto pós-guerra, a crítica de Argan estava voltada para aqueles arquitetos modernos cuja atuação respondia aos interesses do Estado e da especulação, e não às necessidades reais da sociedade. Por isso, reforça o papel da disciplina nas transformações das cidades e o afastamento de sua consagração enquanto uma das belas-artes.
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B Escrito no período de crise da arquitetura moderna, Giulio Argan critica a excessiva racionalidade dessa produção arquitetônica que visava apenas à construção de grandes monumentos destinados às camadas abastadas da sociedade, e evidencia os problemas que essa prática gerou na gestão das cidades.
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C O pensamento de Giulio Argan manifesta seu desinteresse pela arquitetura historicista, vista como uma das belas-artes, e realça a importância do predomínio da arquitetura moderna no tecido urbano das grandes cidades, defendendo a substituição de edifícios históricos pelos novos modelos arquitetônicos.
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D No auge da produção da arquitetura moderna na Europa, o autor destaca a necessidade de participação dos arquitetos famosos nas decisões das transformações das cidades, e enaltece a arquitetura moderna, essencialmente anticlássica, que conseguiu afastar a disciplina das belas-artes.