A reforma psiquiátrica brasileira promoveu uma ruptura com o modelo hospitalocêntrico em saúde mental, resultando em avanços que redirecionaram a assistência destinada às pessoas em sofrimento psíquico. Entretanto, a política de saúde mental tem sofrido desmontes e retrocessos resultantes da diminuição de investimentos públicos no setor, configurando o que os estudiosos identificam como contrarreforma psiquiátrica.
O retorno de práticas manicomiais avança com a aprovação de medidas que expressam um maior comprometimento do Estado com o financiamento das comunidades terapêuticas, duplicando as vagas para o acolhimento das pessoas em situação de dependência química, contrariando a lógica da desinstitucionalização.
Neste contexto, o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) elaborou um documento, baseado em dados e informações obtidas em visitas de fiscalização realizadas pelos Conselhos Regionais de Serviço Social, sobre a inserção de assistentes sociais em comunidades terapêuticas. Esse documento identifica no trabalho realizado por assistentes sociais nesse espaço
- A a inserção de assistentes sociais nas equipes multidisciplinares é frágil, mas o número de profissionais é suficiente para atender as demandas dos usuários dos serviços.
- B as práticas realizadas nas comunidades terapêuticas contextualizam as determinações econômicas e sociais e consideram as contradições sociais oriundas de relações sociais capitalistas.
- C as práticas realizadas nas comunidades terapêuticas refletem os parcos conhecimentos dos assistentes sociais sobre as patologias dos usuários.
- D as práticas realizadas nas comunidades terapêuticas refletem uma tendência de assistentes sociais ocuparem espaços profissionais que deveriam ser ocupados por psicólogos.
- E as práticas realizadas nas comunidades terapêuticas refletem uma tendência que confronta com os princípios fundamentais do Código de Ética da/o Assistente Social.