Questões de Saúde do Adulto na Atenção Básica (Medicina)

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João, 34 anos, procura atendimento na UBS relatando que, há um mês, teve a sua primeira crise convulsiva, o que o levou a buscar ajuda em um hospital. Na época, exames clínicos e laboratoriais, além de uma tomografia de crânio, descartaram causas agudas para o episódio. Foi então iniciado o uso de valproato em baixa dose (10 mg/kg/dia). Desde então, João não apresentou novos sintomas, e, no momento, o seu exame físico é normal.

Considerando a situação clínica de João e os protocolos do Ministério da Saúde, qual a conduta mais adequada?

  • A Descontinuar o valproato e reavaliar em 3 meses.
  • B Manter a dose de valproato e reavaliar em 3 meses.
  • C Otimizar a dose de valproato e reavaliar em 2 meses.
  • D Realizar ressonância magnética de encéfalo e manter valproato.
  • E Realizar eletroencefalograma e, se alterado, manter valproato.

O uso do tabaco é fator de risco importante para diversas doenças cardiovasculares, neoplasias e enfisema pulmonar, entre outros. Os óbitos atribuídos a doenças relacionadas ao tabaco na população trabalhadora superam, em muitas vezes, aqueles causados por acidentes de trabalho. Considerando os estágios de prontidão para mudança do hábito de fumar propostos pelo modelo transteórico, assinale a alternativa CORRETA.

  • A Manutenção: quando não percebe o tabagismo como um risco à saúde e nem cogita o abandono do hábito.
  • B Preparação: quando já parou de fumar, mas necessita de estímulos contínuos para manter a cessação.
  • C Pré-contemplação: quando podem acontecer recaídas e o retorno a qualquer uma das fases de motivação anteriores.
  • D Ação: quando já parou de fumar, mas iniciou outro hábito de vida inadequado, como etilismo ou abuso alimentar.
  • E Contemplação: quando já pensa em parar de fumar, mas ainda não tomou nenhuma atitude nesse sentido.

O Senhor Cosme, um homem de 48 anos que vive sozinho, é um rosto conhecido na comunidade. Seu histórico de alcoolismo, com consumo diário de 15 doses de aguardente ao longo de 20 anos, é motivo de preocupação para os seus vizinhos. Recentemente, ele foi hospitalizado com gastrite e, diante do diagnóstico, decidiu interromper o consumo de álcool. Dois dias após a alta hospitalar, o Senhor Cosme começou a apresentar sintomas preocupantes: tremores nas mãos, ansiedade, náuseas, insônia, irritabilidade e sudorese. No terceiro dia, o seu quadro agravou-se significativamente, com tremores generalizados, agitação, alucinações visuais, auditivas e táteis, vômitos, sudorese intensa, febre alta e taquicardia. Preocupados com a situação, os seus vizinhos acionaram o corpo de bombeiros, que o levou às pressas para o pronto-socorro. Na avaliação inicial, o hemograma, a função renal e a creatinofosfoquinase apresentaram resultados normais.
Diante desse quadro, qual a conduta mais adequada para o Senhor Cosme?

  • A Internação em enfermaria e prescrição de altas doses de diazepam associado a tiamina, para tratamento de síndrome de abstinência de álcool.
  • B Internação em UTI e prescrição de bromocriptina com resfriamento corporal, para tratamento de síndrome neuroléptica maligna.
  • C Internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e prescrição de tiamina e diazepam em altas doses, para tratamento de delirium tremens.
  • D Hidratação vigorosa com soro fisiológico e administração de complexo B por via intramuscular, seguida de alta hospitalar com orientações para buscar apoio no CAPS.
  • E Prescrição de diazepam, tiamina e hidratação, com retorno em 24 horas, para reavaliação e encaminhamento para tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Paulo, 30 anos, vive com HIV e está em tratamento antirretroviral, incluindo sulfato de indinavir. Ele chega à emergência com dor lombar intensa à esquerda, irradiando para a fossa ilíaca esquerda, acompanhada de disúria e hematúria macroscópica. Ao exame físico, apresenta Giordano positivo à esquerda. Preocupado com a sua saúde, Paulo relata que está em tratamento regular e pergunta qual exame de imagem poderia trazer mais clareza ao seu quadro. A resposta CORRETA à pergunta de Paulo é

  • A radiografia simples de abdome.
  • B ressonância magnética de abdome e pelve com gadolíneo.
  • C tomografia computadorizada de abdome e pelve com contraste iodado.
  • D tomografia computadorizada de abdome e pelve sem contraste.
  • E ultrassonografia das vias urinárias.

O Senhor Joaquim, de 57 anos, buscou auxílio na Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima à sua residência, queixandose de uma profunda fadiga que o acompanha há cerca de uma semana. Mesmo ciente de que a UBS está priorizando o atendimento a pacientes com diabetes e hipertensão naquele dia, ele decide tentar a sorte. Sensibilizado com a situação do Senhor Joaquim, o médico o acolhe com atenção, demonstrando que cada paciente é único e merece ser ouvido. Durante a consulta, o Senhor Joaquim se abre sobre os problemas familiares que vêm tirando o seu sono há semanas. Relata que dorme pouco e acorda ainda mais cansado, sem energia para enfrentar o dia a dia. Compartilha também o seu estilo de vida sedentário e a ausência de doenças crônicas preexistentes. Diante desse quadro, assinale a alternativa que apresenta a opção terapêutica mais resolutiva para o Senhor Joaquim e os princípios da Atenção Primária à Saúde (APS) relacionados ao caso.

  • A Buscar estabelecer vínculo de cuidado a partir da compreensão dos sentimentos, ideias, funções e expectativas do paciente com o problema, para que, juntamente com a equipe, possa construir em outros encontros, com o médico ou membro da equipe, um Projeto Terapêutico Singular (PTS), buscando compreender melhor a dinâmica familiar do paciente. Nessa conversa inicial, pode-se sugerir uma mudança no estilo de vida e orientar cuidados de higiene do sono. Princípios: 1. Universalidade. 2. Integralidade.
  • B Estabelecer um plano terapêutico que inclui a prática de atividades físicas. Solicitar uma polissonografia e avaliação psiquiátrica. Princípios: 1. Universalidade e 2. Integralidade.
  • C Encaminhar o Senhor Joaquim para um especialista, como um neurologista ou psiquiatra, para investigação aprofundada da astenia. Princípios: 1. Coordenação do cuidado. 2. Integralidade.
  • D Iniciar um sedativo para propiciar descanso para o paciente. Definir com a equipe uma frequência de visitas do Agente Comunitário de Saúde (ACS), dentro de um PTS, buscando compreender melhor a dinâmica familiar do paciente. Nessa conversa inicial, pode-se sugerir uma mudança no estilo de vida e orientar cuidados de higiene do sono. Princípios: 1. Equidade. 2. Integralidade.
  • E Iniciar um sedativo para propiciar o descanso para o paciente. Juntamente com a equipe, construir, em outros encontros, com o médico ou membro da equipe, um PTS, buscando compreender melhor a dinâmica familiar do paciente. Encaminhar o paciente para avaliação psiquiátrica. Princípios: 1. Universalidade. 2. Integralidade.