Questões de Segregação socioespacial e políticas públicas urbanas (Sociologia)

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Como falar em instinto materno, quando sabemos que o infanticídio é um fato muito comum entre diversos grupos humanos? Tomemos o exemplo das mulheres Tapirapé, tribo Tupi do Norte do Mato Grosso, que desconheciam quaisquer técnicas anticoncepcionais ou abortivas e eram obrigadas, por crenças religiosas, a matar todos os filhos após o terceiro. Tal atitude era considerada normal e não criava nenhum sentimento de culpa entre as praticantes do infanticídio.
Laraia, R.B. Cultura, um Conceito Antropológico. Rio de Janeiro: 2009.

No trecho acima, o autor faz uma crítica ao:

  • A etnocentrismo
  • B conceito de cultura
  • C determinismo biológico
  • D determinismo geográfico
Leia atentamente o texto a seguir.
    “Ultimamente a coisa se tornou mais complexa porque as instituições tradicionais estão perdendo todo o seu poder de controle e de doutrina. A escola não ensina, a igreja não catequiza, os partidos não politizam. O que opera é um monstruoso sistema de comunicação de massa, impondo padrões de consumo inatingíveis e desejos inalcançáveis, aprofundando mais a marginalidade dessas populações.” (Darcy Ribeiro, 1995).

Diante do exposto, assinale a alternativa correta.
  • A No recorte “...aprofundando mais a marginalidade dessas populações.” o autor refere-se ao aumento da criminalidade nos centros urbanos, provocados pela crise de autoridade da educação, da religião e da política
  • B O conceito de “população marginal” explorado pelo autor refere-se à base histórica da pirâmide social brasileira, hoje formada, principalmente, por pretos e mulatos, pobres, desempregados ou subempregados
  • C O texto refere-se a atual realidade brasileira, protagonizada pelo avanço indiscriminado das redes sociais e pela importância que as “fake news” assumiram no sistema de comunicação de massa
  • D O autor afirma que a “população marginal” não sofre influência do sistema de comunicação de massa que transmite a ideia de uma igualdade social estabelecida pela decisão de compra e consumo
  • E No recorte “...porque as instituições tradicionais estão perdendo todo o seu poder de controle e de doutrina.” o autor está se referindo às sociedades fascistas onde o Estado controla e monitora os indivíduos cerceando seus direitos
O sociólogo Roberto DaMatta estuda, em seu livro Carnavais, Malandros e Heróis, o dilema permanente entre o autoritarismo e a hierarquização da sociedade brasileira e a procura de atributos de solidariedade, altruísmo, harmonia e democracia.
Em relação ao pensamento de DaMatta, assinale a alternativa correta.
  • A A expressão do dilema apontado pelo autor se concretiza na coercitividade policial exercida pelo Estado onde “manda quem pode, obedece quem tem juízo”
  • B O autoritarismo entendido pelo autor se afirma na existência de uma ordem social baseada na meritocracia e por isso, não contestada
  • C O reconhecimento social de privilégios individuais acrescido de um arcabouço legal que oprime e controla os indivíduos se consolida na existência de uma sociedade que tem caminhado no sentido de se tornar democrática
  • D O dilema entre o autoritarismo das pessoas e a busca pela “convivência pacífica” dos indivíduos favorece a aceitação social de privilégios para pessoas das classes dominantes (“você sabe com quem está falando?”) e a redução dos indivíduos, expostos às leis do mercado e da burocracia
  • E A figura do malandro é estereótipo fundamental do despossuído brasileiro, remetendo àquele que não gosta de trabalhar, não cumpre as leis e que tem por paradigma legal a popular “Lei de Gérson: gosto de levar vantagem em tudo”
Embora a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DH) tenha ocorrido há mais de meio século, uma educação que busque trazer os princípios dos DH para uma realidade concreta deve considerar tanto a promoção quanto a garantia desses direitos no espaço urbano da comunidade escolar. Segundo David Harvey, “A liberdade para nos fazermos e nos refazermos, assim como nossas cidades, é um dos mais preciosos, ainda que dos mais negligenciados, dos nossos direitos humanos. A questão sobre qual tipo de cidade queremos não pode estar divorciada da questão sobre qual tipo de pessoas desejamos ser, quais tipos de relações sociais buscamos, qual relação nutrimos com a natureza, qual modo de vida desejamos”.
Adaptado de HARVEY, David. A liberdade da cidade, GEOUSP Espaço e Tempo (v. 13, n. 2, 2009, p. 9.
Com base no trecho citado, analise as afirmativas a seguir a respeito de pensar a cidade como um direito.
I. O direito à cidade deve ultrapassar o direito ao acesso do que já está disponível, permitindo transformar a cidade em algo que esteja de acordo com os interesses de seus cidadãos. II. O direito à cidade se expressa em duas demandas recorrentes na metrópole paulistana: a ocupação democrática dos espaços urbanos e o fortalecimento da cultura de participação política. III. O direito à cidade opera como um conceito aglutinador, na medida em que alinha uma série de outras políticas de inclusão, participação e uso dos espaços públicos urbanos.
Está correto o que se afirma em
  • A I, apenas.
  • B I e II, apenas.
  • C I e III, apenas.
  • D II e III, apenas.
  • E I, II e III.

João decidiu estudar as causas do crescimento da violência no ambiente urbano brasileiro. Ao fim de suas reflexões, observou que não é sustentável a tese de que os dogmas e os desdobramentos do capitalismo poderiam de algum modo ter contribuído para o crescimento da violência e da exclusão social.
Maria, ao analisar a afirmação de João, observou corretamente que

  • A uma visão contemporânea do “capitalismo selvagem” evidencia a sua efetiva influência no aprofundamento das distinções sociais, acentuando a pobreza e estimulando a violência, que está totalmente dissociada do que se denomina de violência institucional.
  • B o capitalismo, enquanto modelo econômico que valoriza a livre iniciativa, não tem qualquer correlação com o crescimento da violência, o que decorre exclusivamente da desestruturação dos mecanismos de prevenção e de repressão a cargo do Estado.
  • C o liberalismo econômico, ao apregoar a necessidade de reinvestimento dos tributos auferidos pelo Estado, e ser infenso a todo e qualquer direito fundamental, tende a aumentar a cizânia social, o que influi no crescimento da violência.
  • D o capitalismo contribui para acentuar a estratificação social, o que, somado à violência institucional, conduz a quadros extremados de injustiça social, atuando, com outras causas, para a disseminação da pobreza e o aumento da violência.
  • E a violência no tecido social decorre apenas de uma luta de classes, na qual os oprimidos pelo sistema capitalista exteriorizam sua reação à exploração de que são vítimas, fonte primígena da servilidade e da miséria.