Questões de Semântica (Linguística)

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Ao se construir um texto, é necessário cuidado com o vocabulário, visando à compreensão da ideia; deve haver uma adequação entre o que se deseja dizer e o que se disse, e, para tanto, os recursos linguísticos que estão à disposição do produtor do texto são muitos. Considerando o que nos ensinam Platão e Fiorin, analise as assertivas abaixo sobre alguns recursos e suas respectivas definições, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.


( ) Antífrase ou ironia é utilizado quando se afirma alguma coisa que na verdade se quer negar.

( ) Lítotes, quando se diz alguma coisa e, ao mesmo tempo, nega-se explicitamente que se pretenda dizê-la, ou seja, nega-se claramente que se queira dizer o que se disse, simula-se não querer dizer o que, no entanto, se disse claramente.

( ) Preterição, quando se diz menos para significar mais; ou seja, quando se nega alguma coisa de sentido positivo para afirmar o contrário, com sentido negativo.


A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

  • A F – V – V.
  • B F – F – V.
  • C V – F – F.
  • D V – F – V.
  • E V – V – F.

Em algumas situações, observa-se que um texto pode ter mais de um sentido sem que isso tenha sido intencionalmente produzido. Segundo Abaurre e Pontara, nesses casos, diz-se que ocorreu ambiguidade. Analise as assertivas a seguir, à luz do que preconizam as autoras:

I. Ambiguidade é a indeterminação de sentido que certas palavras ou expressões apresentam; entretanto, não dificulta a compreensão do enunciado.

II. A ambiguidade estrutural, muitas vezes criada pelo posicionamento de determinada palavra ou expressão em um enunciado, frequentemente provoca dificuldade de compreensão de um texto.

III. Às vezes, a interpretação ambígua é desencadeada pelo uso de uma palavra que não permite identificação precisa de seu referente no texto.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I.
  • B Apenas II.
  • C Apenas I e II.
  • D Apenas II e III.
  • E I, II e III.

As frases a seguir exemplificam o campo semântico da religião, à exceção de uma. Assinale-a.

  • A “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. (F. Pessoa)
  • B “Um santo é um pecador morto, corrigido e aumentado”. (Ambrose Pierce)
  • C “Vou-lhe dizer um grande segredo, meu caro. Não espere o juízo final. Ele se realiza todos os dias”. (Camus)
  • D “O diabo quis ser monge. Logo depois ficou bom e voltou a ser diabo”. (Rabelais)

Na Língua Portuguesa, há determinadas palavras que podem apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com seu contexto de uso.
A partir desse conceito, leia o texto a seguir. Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/340232946846670464/?lp=true>. Acesso em: 10 fev. 2020.
A esse respeito, é correto afirmar que o conceito apresentado se aplica à palavra “sonho”, não só por apresentar sentido ambíguo perceptível no texto da propaganda, como também porque no seu emprego identifica-se um fato linguístico denominado

  • A ironia.
  • B sinonímia.
  • C denotação.
  • D polissemia.

Dos excertos a seguir, aquele que se refere ao nível semântico de análise linguística é

  • A “Passamos grande parte da nossa vida contando aos outros as coisas que vimos, ouvimos, sentimos, falando de nossa própria relação com o mundo e com nós mesmos. Ao fazer isso, descrevemos o mundo da maneira como o vemos. (...) Por exemplo, a maioria das pessoas que olha para uma floresta vê „árvores e mato‟. É que a cultura da maioria de nós não nos permite ir além. Um mateiro bem treinado, porém, não vai ver 'árvores', mas uma cerejeira, um mogno, um cedro, uma maracatiara, um ipê, um roxinho, um algodoeiro bravo, uma copaibeira etc., etc., e saberá atribuir um valor diferente a cada uma dessas variedades de árvores.” (Celso Ferrarezi Jr.).
  • B “No chat, os alunos parecem ter uma maior liberdade para questionar a fixidez do lugar de fala. É como se entendessem que a mídia digital influencia na constituição do DP. Em nenhum momento, os participantes se referem ao evento do qual participam como uma aula, mas sempre como um chat, um papo divertido, no máximo como um meio fácil e rápido de ensino (cf. figura 01). Estas representações são influenciadas por uma característica marcante do gênero chat: sua natureza sincrônica. Isto significa que a aula, ao ser transmutada pelo gênero chat, passa a assumir características outras, como a natureza sincrônica do gênero que a transmutou. Evidentemente, que a relação imaginária que se estabelece entre os interlocutores tende a refletir as 'novas' condições de produção pelas quais passam o DP. Em outras palavras, os alunos representam a si e ao professor como internautas que participam de uma sala de chat.” (Júlio César Araújo).
  • C “A narrativa de um texto é a história de um sujeito em busca de valores. Para que o sujeito tenha acesso aos valores, são eles inseridos nos objetos. Os objetos, com seus valores, circulam entre os sujeitos. Dessa forma, quando um sujeito ganha ou adquire um valor, outro sujeito doa esse valor ou é dele privado. A conseqüência disso é que a narrativa se desdobra e se redefine como a história de dois sujeitos interessados nos mesmos valores e em busca desses valores desejados. Os percursos dos dois sujeitos se encontram, portanto, e interferem um no outro. Assim, o conto popular O Pequeno Polegar é a história de um menino e de um gigante interessados na bota de sete léguas.” (Diana Luz Pessoa de Barros).
  • D “A entrevista é considerada por muitos autores como „uma prática de linguagem altamente padronizada, que implica expectativas normativas específicas da parte dos interlocutores, como num jogo de papéis: o entrevistador abre e fecha a entrevista, faz perguntas, suscita a palavra do outro, incita a transmissão de informações, introduz novos assuntos, orienta e re-orienta a interação; o entrevistado, uma vez que aceita a situação, é obrigado a responder e fornecer as informações pedidas‟ (Schneuwly e Dolz, no prelo). Desta forma, podemos dizer que o modelo canônico da entrevista é composto de pelo menos dois indivíduos, cada um com papel específico: o entrevistador, que é responsável pelas perguntas e o entrevistado, que é responsável pelas respostas. Quando houver mais de dois participantes, como, por exemplo, quando uma banda de rock é entrevistada, os vários membros da banda respondem às perguntas, mas continua havendo apenas dois papéis desempenhados – o de perguntador e o de respondedor.” (Judith Chambliss Hoffnagel).