Questões de Serviço Social e Minorias: grupos étnicos/raciais, movimentos sociais, questão agrária e ambiental, questão habitacional, questão de gênero e população de rua (Serviço Social)

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O núcleo central do debate brasileiro contemporâneo sobre os Fundamentos do Serviço Social brasileiro se estrutura a partir de um determinado modo de entender a profissão, à luz da Teoria Social Crítica, no âmbito das relações sociais constitutivas da ordem capitalista, consideradas as particularidades de sua condição periférica e que supõe, dentre outras proposições, uma abordagem da história

  • A tendo como eixo estruturante a narrativa que expressa interesses antagônicos, observando-se uma inclinação no sentido do consenso entre as classes. 
  • B a partir do conservadorismo que estruturou a gênese da profissão, cujos enunciados ratificaram a proposta crítica emanada no processo de intenção de ruptura profissional. 
  • C a partir das classes sociais e de suas lutas, das diversas manifestações da “questão social” e as suas estratégias de enfrentamento, no âmbito privilegiado da intervenção profissional. 
  • D que considere a profissão como uma construção histórica e contextualizada, situando-se nos processos de reprodução social da sociedade capitalista, cujo objetivo precípuo é cooperar com a coesão social.
  • E que elenca fortes marcas de fundamentos doutrinários, positivistas, conservadores, superados absolutamente do âmbito da profissão desde a apresentação do projeto ético-político.

A profissão é interpelada e desafiada pela necessidade de construir direitos e outras mediações políticas e ideológicas expressas sobretudo por ações de resistência e de alianças estratégicas no jogo da política em suas múltiplas dimensões, por dentro dos espaços institucionais e especialmente no contexto das lutas sociais. Seja no apoio às resistências cotidianas das classes subalternas em suas lutas em nossa sociedade, expressando que profissionalmente caminhamos junto aos nossos usuários, seja no tempo miúdo do cotidiano, por dentro dos espaços institucionais onde atuamos, politizando nossas iniciativas e desenvolvendo novas práticas

  • A que apaziguem a histórica relação contraditória entre Capital e Trabalho.
  • B buscando espaços a ocupar como conselhos e fóruns, considerando as variadas lutas e propostas de resistência.
  • C que superem em parte o conservadorismo que persiste em permanecer no âmbito da profissão, respaldando-as teoricamente.
  • D que enfatizem as relações sociais como totalidade que configuram a sociedade capitalista e que revelam/ocultam as relações sociais imediatas, sem prejuízo das ações imediatistas.
  • E cujo objetivo é refletir sobre os nexos que constituem a realidade social, econômica, política e cultural, no sentido de superar as demandas individuais que nos são apresentadas.

Leia atentamente o texto a seguir.
“A apreensão crítica da luta de classes e dos processos sociais em sua totalidade está conectada a uma análise do movimento histórico da sociedade e nos tensiona ao aprofundamento das relações raciais em seu aspecto estrutural na vida social, pela via do conflito e não da harmonia.         Uma revisão importante de ser feita no campo das Ciências Sociais e particularmente para o Serviço Social, uma profissão que se assume inscrita na trama das relações entre as classes sociais e destas com o Estado, cuja direção social na contemporaneidade está balizada pela teoria social crítica, pautada pela apreensão da totalidade social em suas dimensões de universalidade, particularidade e singularidade e tendo a centralidade da categoria trabalho na compreensão das relações sociais.” (Silva, 2022, p. 178).
De acordo com o texto, qual o principal desafio para o Serviço Social contemporâneo?

  • A Compreender a questão racial como algo individual e não estrutural, criando estratégias para enfrentá-la no cotidiano profissional e na formação em Serviço Social.
  • B Orientar a prática profissional do assistente social a partir do rompimento com o modelo estrutural-funcionalista, que ainda fundamenta o Serviço Social brasileiro.
  • C Atentar-se para as expressões da “questão social” que envolvam as desigualdades de gênero e sexualidade em função do pauperismo.
  • D Ter o assistente social de trabalhar na interseccionalidade entre classe social e gênero, criando estratégias e táticas para enfrentar a homofobia e a transfobia.
  • E Compreender a questão racial como uma das expressões da “questão social”, intrínseca à formação social brasileira, e, por isso, realizar uma revisão na formação e no exercício profissional do assistente social.

Os assistentes sociais na saúde atuam em quatro grandes eixos: atendimento direto aos usuários; mobilização, participação e controle social; investigação, planejamento e gestão; assessoria, qualificação e formação profissional. Considerando que o reconhecimento da questão social como objeto de intervenção profissional demanda uma atuação profissional em uma perspectiva totalizante, baseada na identificação dos determinantes sociais, econômicos e culturais das desigualdades sociais, as ações que devem predominar, no eixo do atendimento direto aos usuários, são

  • A as ações clínicas, as ações de voluntariado e as ações de controle de natalidade.
  • B as ações terapêuticas, as ações de mobilização da família para agilizar a alta dos pacientes e as ações de acompanhamento dos usuários a exames.
  • C as ações socioassistenciais, as ações de articulação interdisciplinar e as ações socioeducativas.
  • D as ações para arrecadar doações para as famílias, as ações de denúncia de violação aos direitos do paciente e as ações de pesagem e medicação de crianças e gestantes. 
  • E as ações funcionalistas e pragmáticas, ações para comunicar a alta ou o óbito dos pacientes e as ações de emissão de comparecimento às consultas médicas.

As comunidades quilombolas são coletivos caracterizados por aspectos como: uso comum dos recursos naturais, vínculos ampliados de parentesco nas comunidades, capacidade organizativa para luta pela demarcação e titulação coletiva dos territórios. Apesar da grandiosa contribuição na formação sócio-histórica, cultural e econômica do Brasil, as comunidades quilombolas são segmentos sociais vulneráveis com desvantagem em várias esferas da vida e maior dificuldade de acesso a direitos sociais, inclusive à política de saúde.


A garantia de atenção à saúde de qualidade para as populações quilombolas com ações de promoção, prevenção, recuperação e tratamento exige, entre outras estratégias, o fortalecimento do SUS; a mudança nas práticas institucionais; a formação continuada dos profissionais de saúde, a implementação de políticas específicas e programas para efetivar a equidade no acesso e utilização dos serviços, possibilitando não só a garantia universal do direito à saúde como também 

  • A o fortalecimento do atendimento a este segmento, prioritariamente no nível de atenção terciária.
  • B a ampliação do atendimento a essas comunidades privilegiando as ações no nível de atenção secundária como porta de entrada.
  • C a prevalência da Atenção Primária em Saúde, responsável pela prestação de serviço especializado e de ações de alta complexidade, sendo a porta de entrada do SUS. 
  • D  o reconhecimento do racismo como um determinante dos processos de saúde e doença e seus efeitos negativos na saúde das populações. 
  • E  a articulação dos diferentes fluxos assistenciais com vistas a garantia do acesso e manutenção do vínculo nas ações levadas a termo nos níveis de atenção secundária e terciária.