Questões de Serviço Social e Minorias: grupos étnicos/raciais, movimentos sociais, questão agrária e ambiental, questão habitacional, questão de gênero e população de rua (Serviço Social)

Limpar Busca

O fenômeno população em situação de rua (PSR) no Brasil foi acentuado a partir de meados dos anos 1980, quando o país vivenciou o esgotamento do período desenvolvimentista fundado na substituição de importações e a desaceleração do crescimento industrial, o que elevou sobremaneira a taxa de desemprego e informalidade. Já nos anos 1990, a implementação do receituário neoliberal e a reestruturação produtiva agravaram ainda mais este quadro, engrossando as fileiras do exército industrial de reserva.
É nesse período que têm início as primeiras ações públicas no atendimento à PSR em algumas cidades brasileiras. Tais avanços contribuíram para a apresentação, em 2008, da Política Nacional para Inclusão Social da PSR, que conjuga ações municipais, estaduais e federais no atendimento às demandas deste segmento e estabelece

  • A ações privadas e filantrópicas, bem como as práticas higienistas e/ou coercitivas no enfrentamento deste fenômeno.
  • B a unificação, fragmentação e segmentação dos serviços, programas e projetos; bem como entre os diferentes setores e equipes.
  • C exigências formais e burocráticas para o atendimento, como a apresentação de documentos de identificação pessoal e de endereço domiciliar.
  • D a interdisciplinaridade e intersetorialidade das políticas sociais como eixo central para a garantia dos direitos da PSR.
  • E a exigência de endereço domiciliar para inscrição em determinados programas e serviços.

Considerando o desenvolvimento desigual e combinado do Estado brasileiro, por meios repressivos e pela construção de ideologias racistas, negros e negras foram sendo relegados aos trabalhos mais degradados e mal pagos, enquanto os serviços mais qualificados, o trabalho intelectual e os trabalhos bem pagos foram sendo selecionados para os segmentos racializados como brancos.
Isso gerou, desde o início do capitalismo no Brasil, um processo de hierarquização que promove

  • A uma transição para o capitalismo dependente, com atuação do Estado na garantia de melhoria de condições de vida para a população negra.
  • B igualdade jurídica, política e social no tocante ao acesso a bens de subsistência para a população negra.
  • C uma divisão sociorracial do trabalho que ajudou e facilitou a superexploração e a dominação necessária à manutenção da dependência.
  • D uma democracia racial e étnica.
  • E respostas às expressões da questão social, via políticas e serviços, que, estruturalmente pautava-se na universalidade das ações.

Tomar a epistemologia feminista como caminho significa enfatizar as mulheres como sujeitos históricos, negando uma ciência neutra, objetiva e baseada em um único tipo de racionalidade. Com isso, é possível explicitar que todo discurso científico tem um sujeito operante, e nas sociedades modernas capitalistas são os homens brancos, cis heterossexuais, ocidentais e das elites que se constituíram o lugar hegemônico da razão técnico-científica. A epistemologia feminista realiza a crítica de que o conhecimento científico não é universal, mas androcêntrico.

Outro aspecto central da epistemologia feminista é seu caráter político e, portanto, é um conhecimento fundado na implicação política

  • A cujo destaque central privilegia a condição de trabalhadoras das mulheres negras e os sentidos que a domesticidade e a casa podem ter para elas.
  • B de que o gênero, de imediato, associou outros marcadores sociais de diferença e desigualdade como raça, sexualidade, território e classe.
  • C tanto em termos de desvelamento dos mecanismos hierárquicos e de poder, como no sentido da formulação de outra ordem social.
  • D de que o gênero, terminou por se constituir ele próprio um conceito que reconheceu desde o início, a complexidade das relações de poder, exploração e opressão das mulheres.
  • E de que feministas negras nunca estranharam agendas do feminismo distantes das experiências coletivas das mulheres negras na diáspora africana.

O Escravismo Tardio, que compreende o período entre 1850 a 1888, caracterizou-se pela fase de transição para o capitalismo dependente e de passagem do trabalho escravo para o trabalho livre, fase esta caracterizada como “modernização conservadora”, que se traduziu por uma série de mudanças econômicas, nos processos de exploração da força de trabalho, no que se refere à incorporação de padrões científicos europeus, mas que, ao mesmo tempo,

  • A conduziu em relativa igualdade de condições a transição do trabalho escravo para o trabalho livre.
  • B criou condições de sobrevivência e de inserção para a população negra no contexto pós-abolição.
  • C significou garantia de melhoria de condições de vida, de trabalho e de acesso a bens de subsistência para a população negra.
  • D manteve a reprodução da opressão racial nas relações sociais.
  • E incorporou a estrutura agrária do período colonial, sendo permeável às demandas apresentadas pela classe trabalhadora, especialmente da população negra.

A constituição das populações quilombolas como práticas de resistência à escravidão e pós-Abolição ocorreu em diversos lugares da América onde houve escravidão. Assim, as comunidades quilombolas construíram, em toda a América, e em especial no Brasil, uma territorialidade negra coletiva com formas específicas de reprodução material e social, com um modo de vida específico nos territórios composto

  • A por memórias individuais, tradições ancestrais e modo de vida dos grupos.
  • B pelo uso particular dos recursos naturais e vínculos restritos de parentesco nas comunidades.
  • C pelo respeito aos mais velhos, liderança masculina e vinculo à agricultura.
  • D pela capacidade organizativa para luta pela demarcação e titulação individual dos territórios.
  • E por dimensões políticas, econômicas, de parentesco e de religiosidade.