Texto III
Presa do ódio (Cruz e Souza)
Da tua alma na funda galeria Descendo às vezes, eu às vezes sinto Que como o mais feroz lobo faminto Teu ódio baixa de alcateia espia.
Do desespero a noite cava e fria, De boêmias vis o pérfido absinto Pôs no teu ser um negro labirinto, Desencadeou sinistra ventania.
Desencadeou a ventania rouca, Surda, tremenda, desvairada, louca, Que a tua alma abalou de lado a lado,
Que te inflamou de cóleras supremas E deixou-te nas trágicas algemas Do teu ódio sangrento acorrentado!
O texto III é uma obra do Simbolismo Nacional e, a partir de uma leitura atenta, é possível afirmar que o sujeito poético ______. Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
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A revela sua identificação com o estado da alma de um interlocutor que se sente aprisionado pelo ódio.
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B ao aproximar o ódio da figura de um lobo, configura esse sentimento como um elemento irracional e incomum.
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C representa o percurso das manifestações de ódio em seu interlocutor priorizando as manifestações externas ao ser.
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D delineia o ódio como um sentimento universal, indicando como pode aprisionar todos os indivíduos que o sentem.
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E apresenta uma caracterização subjetiva do estado de seu interlocutor quando marcado pelo ódio.