Questões de Surgimento e Institucionalização do Serviço Social (Serviço Social)

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O núcleo central do debate brasileiro contemporâneo sobre os Fundamentos do Serviço Social brasileiro se estrutura a partir de um determinado modo de entender a profissão, à luz da Teoria Social Crítica, no âmbito das relações sociais constitutivas da ordem capitalista, consideradas as particularidades de sua condição periférica e que supõe, dentre outras proposições, uma abordagem da história

  • A tendo como eixo estruturante a narrativa que expressa interesses antagônicos, observando-se uma inclinação no sentido do consenso entre as classes. 
  • B a partir do conservadorismo que estruturou a gênese da profissão, cujos enunciados ratificaram a proposta crítica emanada no processo de intenção de ruptura profissional. 
  • C a partir das classes sociais e de suas lutas, das diversas manifestações da “questão social” e as suas estratégias de enfrentamento, no âmbito privilegiado da intervenção profissional. 
  • D que considere a profissão como uma construção histórica e contextualizada, situando-se nos processos de reprodução social da sociedade capitalista, cujo objetivo precípuo é cooperar com a coesão social.
  • E que elenca fortes marcas de fundamentos doutrinários, positivistas, conservadores, superados absolutamente do âmbito da profissão desde a apresentação do projeto ético-político.

Parte-se do pressuposto de que o exercício profissional do assistente social, recebendo as determinações históricas, estruturais e conjunturais da sociedade burguesa e respondendo a elas, consiste em uma totalidade de diversas dimensões que se autoimplicam, se autoexplicam e se determinam entre si. NÃO reflete a fundamentação teórica e ética que orienta a prática do Serviço Social contemporâneo:

  • A Descrever o trabalho como o mecanismo através do qual o ser humano transcende a condição de mero ser natural, engendrando capacidades teleológicas e autoconscientes que são cruciais para a constituição do indivíduo enquanto um agente de liberdade e autodeterminação.
  • B Incluir nos princípios basilares do Código de Ética a promoção e a consolidação ampliada da cidadania, a defesa intransigente dos direitos humanos em sua totalidade, a garantia do pluralismo como valor primordial e o compromisso com um constante e rigoroso aprimoramento intelectual e profissional.
  • C Apresentar a ética como um pressuposto político-ideológico essencial que orienta o enfrentamento dialético das contradições inerentes à prática profissional do Serviço Social, fundamentando-se em uma visão crítica e teoricamente robusta das implicações ético-políticas que permeiam o agir profissional.
  • D Associar o projeto profissional do Serviço Social a um projeto societal abrangente que busca o desenvolvimento integral dos trabalhadores, fomentando a criação e a internalização de novos paradigmas valorativos, com vistas à erradicação sistemática dos processos de exploração, opressão e alienação que permeiam a estrutura social vigente.

Desde sua origem o capitalismo passou por crises gerais, além de crises específicas. São reconhecidas como crises gerais do capitalismo mundial aquelas de 1857, 1929 e a crise recente que eclodiu em 2008. Na perspectiva marxcista, as crises constituem manifestações das contradições capitalistas em sua incessante busca de superlucros e superacumulação. Diante das constantes crises, a abordagem da democratização do capitalismo em oposição ao anticapitalismo visa:

  • A Advogar pela liberalização irrestrita dos mercados econômicos como mecanismo para assegurar que a livre concorrência engendre condições de oportunidade equitativa para todos os indivíduos.
  • B Fomentar uma centralização rigorosa do poderio econômico e político sob a égide estatal, com o objetivo explícito de desmantelar as estruturas de classes existentes e fomentar uma sociedade homogênea.
  • C Erradicar a propriedade privada sobre os meios fundamentais de produção, substituindo-a por um modelo de gestão coletiva e participativa dos recursos econômicos, visando à extirpação sistemática da exploração laboral perpetrada pelas forças do capital.
  • D Mitigar as disparidades socioeconômicas mediante a execução de políticas estruturadas para a redistribuição equitativa de renda, garantindo a universalização da educação e o acesso irrestrito aos serviços de saúde pública, enquanto se preservam os fundamentos do sistema de mercado.

Ao longo da história constituiu-se um amplo acervo teórico e crítico à política social do governo de Fernando Henrique Cardoso. Estudos, como os de Behring, confirmam certa predominância e frequente apologia ao voluntariado, remetendo-a “ao mundo da solidariedade, da realização do ‘bem comum’ pelos indivíduos, por meu de um trabalho voluntário não remunerado e desconsiderando o aparato democrático-participativo das políticas sociais instituído por meio dos Conselhos e Conferências”. Já no serviço público predominavam as práticas pautadas na admissão do funcionalismo, não necessariamente por concurso público, e a demissão ficaria a critério dos dirigentes de plantão, o que deixava (e deixa) o funcionalismo atuante na ponta à mercê da ocasião, quebrando, nos médio e longo prazos, a continuidade e a memória administrativa nas instituições agora autônomas [...]” (BEHRING, 2021, p. 171). Pode-se afirmar, portanto, que, à luz dessa tendência teórica, que faz a crítica à política social hegemônica dos governos neoliberais, o voluntariado e as práticas de admissão do funcionalismo no Brasil são, respectivamente, ações de

  • A emancipação e adaptação.
  • B desprofissionalização e clientelismo.
  • C escravidão e empreendedorismo.
  • D benemerência e fascismo.

Marque alternativa CORRETA de acordo com o enunciado a seguir.
A década de 1990 foi um período de consolidação do chamado projeto ético-político profissional do Serviço Social brasileiro. Porém, nesse mesmo período, consolidou-se uma conjuntura completamente adversa aos seus princípios, tendo em vista a adesão aos princípios neoliberais. Nesse sentido, para Paula (2016) é necessário ao assistente social conhecer e desvendar o direcionamento ideopolítico e teórico-metodológico a que se vinculam as estratégias e táticas profissionais para qualificar sua intervenção. Com base nisso, é CORRETO afirmar:

  • A As estratégias político-profissionais são mediações que não se constroem entre determinado objetivo profissional e as táticas técnico-operacionais.
  • B As estratégias político-profissionais são elaborações teórico-metodológicas acerca do exercício profissional e/ou da formação do assistente social as quais expressam a cisão entre teoria e prática profissional.
  • C As estratégias e táticas não são neutras, por isso carregam em si elementos teórico-metodológicos e ético-políticos que expressam no exercício profissional através da dimensão técnico-operativa.
  • D As técnicas não são construídas a partir de referenciais teórico-metodológicos, e a escolha por uma delas não se configura como uma estratégia político-profissional.
  • E A produção de conhecimento técnico e a elaboração de orientações metodológicas são importantes porque constroem roteiros que pré-determinam as ações profissionais e padronizam mecanicamente sua intervenção.