Questões de Temas Educacionais Pedagógicos (Pedagogia)

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Nas últimas décadas, trata-se de uma discussão longa e importante no que tange à formação dos indivíduos. Partindo da bibliografia sugerida e das discussões a respeito da formação, a ecoformação é a ação

  • A do eu como sujeito individual e social.
  • B de indivíduos uns sobre outros, caracterizando a dimensão social da formação.
  • C do meio ambiente sobre os indivíduos, indicando a dimensão ambiental e ecológica da formação.
  • D dos indivíduos sobre o meio ambiente, indicando a dimensão ambiental e ecológica da formação.
  • E da sociedade sobre o indivíduo e o meio ambiente.

Leia o texto a seguir.

Todas as sugestões feitas nos textos anteriores só farão sentido se os professores estiverem convencidos — ou puderem ser convencidos — de que o domínio efetivo e ativo de uma língua dispensa o domínio de uma metalinguagem técnica. Em outras palavras, se ficar claro que conhecer uma língua é uma coisa e conhecer sua gramática é outra. Que saber uma língua é uma coisa e saber analisá-la é outra. Que saber usar suas regras é uma coisa e saber explicitamente quais são as regras é outra. Que se pode falar e escrever numa língua sem saber nada “sobre” ela, por um lado, e que, por outro lado, é perfeitamente possível saber muito “sobre” uma língua sem saber dizer uma frase nessa língua em situações reais.

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, São Paulo: Mercado das Letras, 1996, p. 53-54.

Partindo da citação de Possenti, Marcos Bagno (1999) afirma, em seu livro O Preconceito Linguístico, que

  • A devemos superar uma situação absurda de prosseguir na reprodução dos velhos vícios gramatiqueiros simplesmente porque haverá uma cobrança futura ao aluno.
  • B devemos sempre prezar pelo ensino tradicional da norma culta. Apesar de ela se distanciar da língua que falamos, sempre será utilizada para resolver problemas.
  • C podemos estudar gramática de qualquer maneira. O importante é somente buscar falar corretamente.
  • D cometemos erros ao falar nossa própria língua materna, assim como cometemos erros ao andar ou ao respirar.
  • E estudamos gramática de maneira correta porque temos acesso à norma culta dentro de nossas casas.

Uma adequada conceituação de técnica é importante para aqueles que exercem a profissão docente no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. É isso o que nos mostra Alessandra Bender no artigo “Trabalho e educação profissional: refletindo sobre os conceitos de técnica e tecnologia”, publicado na revista Laborare, em 2021. Conforme a autora, técnica deve ser compreendida como

  • A reflexão sobre a prática, no sentido que é própria do ser humano a capacidade de fazer uso da razão e de julgar, logo envolve discernir e refletir sobre o fazer.
  • B adaptação dos seres humanos ao meio ambiente e aos espaços sociais nos quais vivem e trabalham.
  • C etapa da evolução circunscrita à pré-história que, na sociedade contemporânea, perdeu seu valor e foi substituída pela tecnologia.
  • D capacidade de teorizar e refletir substantivamente sobre o mundo, com a consequente formalização do conhecimento e sua transmissão.
  • E intervenção qualificada no mundo para a produção da existência, sendo algo próprio do ser humano e comum aos diferentes tipos de atividade laboral existentes.

Na educação profissional e tecnológica um referencial estruturante é o do trabalho como princípio educativo. Mas se o trabalho pode assumir a condição de ser educativo é preciso, antes, bem compreender e conceituar o que representa o próprio trabalho. Diversos autores brasileiros, como Dermeval Saviani e Marise Nogueira Ramos, convergem a esse respeito. Considerando o aporte desses autores, o trabalho pode ser definido como

  • A atividade própria e específica dos seres humanos e que se consubstancia na ação intencional do ser humano sobre a natureza, transformando a natureza em função de suas necessidades e também se transformando com a própria ação sobre ela. Essa ação sobre a natureza é produtora do mundo material, simbólico, cultural, estético no qual vive a humanidade. Assim o trabalho, em sua forma mais geral, difere-se do emprego, que é a sua forma de gestão na sociedade capitalista.
  • B mobilização da faculdade de pensar própria aos seres humanos. É a partir da faculdade de pensar que se constitui as capacidades racionais de ação sobre o mundo, permitindo a transformação da natureza e seu uso em proveito das necessidades humanas. No decurso da história a constituição da linguagem será o elemento determinante para o desenvolvimento da faculdade de pensar e, pois, o que distingue os seres humanos dos demais animais.
  • C mercadoria na sociedade capitalista. Nessa condição de mercadoria o trabalho diverge da noção de trabalho como princípio educativo, sendo antes seu oposto. Nesse sentido bastante preciso, o trabalho como princípio educativo diz respeito e tem lugar em um outro modelo de sociedade, na qual os agentes sociais podem se confrontar e dialogar livremente em um espaço comunicacional sem coerção.
  • D dispositivo de integração social. Nossas sociedades carecem de laços estruturantes, a modernidade e a forma capitalista corroeram aquilo que Émile Durkheim chamava de solidariedade orgânica, daí que o trabalho assume essa função integradora ao agregar proprietários, trabalhadores, famílias e instituições em torno de uma orientação comum cuja finalidade é a produção.
  • E elemento estruturante das sociedades antigas e modernas, mas que perdeu seu sentido e lugar com o advento da sociedade capitalista, sobretudo hodiernamente com o mundo tecnológico e globalizado. O trabalho pode ser definido hoje como um processo cognitivo. Isto porque os seres humanos pararam de agir sobre a natureza, mas, em muitos casos, agem sobre tempos e espaços virtuais que exigem dos homens e mulheres um trabalho cognitivo, pois virtual, simbólico e intelectual.

Quando se trata da educação profissional um tema de grande relevância é o da relação entre saber e trabalho. A questão não é simples, pois envolve lidar com uma problemática propriamente epistemológica e termina por tocar em concepções há muito cristalizadas sobre o que é o trabalho e o trabalhar. Os saberes do trabalho se fazem presentes na tecnicidade dos atos no meio laboral e, como bem pondera e observa Alessandra Bender, “não são necessariamente verbalizados” (Bender, 2021, p. 147). Esse aspecto destacado por Alessandra Bender e a problemática descrita coloca exigências ao trabalho didático do docente na educação profissional, pois implica em

  • A colocar o saber-fazer como referente central para a educação profissional e conferir à experiência laboral a primazia na relação entre teoria e prática, portanto, subordinando a teoria à prática. Quanto a isso, o trabalho didático do professor deve seguir no sentido de acolher os saberes do trabalho e evitar seu contato com o que pode contradizê-los: os saberes científicos.
  • B abandonar uma visão estreita dos saberes, assimilados aos saberes científicos e formais, e reorientar o olhar na direção da compreensão de que no exercício profissional também se constituem saberes tecidos pela experiência individual e coletiva dos homens e mulheres no trabalho. Esses saberes precisam ser reconhecidos, valorizados e investidos, aspectos sobre os quais o trabalho didático e a ciência podem aportar uma contribuição importante.
  • C considerar que os saberes científicos são autônomos em relação à prática e considerar que os saberes práticos, tecidos nas situações de trabalho, são também autônomos em relação aos saberes científicos. Preservar essa distância é o essencial do trabalho pedagógico daqueles que lecionam na educação profissional.
  • D evitar essas compreensões equivocadas que buscam valorizar a prática, o saber-fazer, a inteligência prática dos trabalhadores, visto que o verdadeiro saber é aquele que se pode relatar e transmitir. O trabalho didático do professor na educação profissional deve, portanto, se pautar pelo aspecto teórico e científico, sendo esse seu ponto de partida e seu ponto de chegada.
  • E examinar os saberes que podem ser objeto de verbalização pelo trabalhador, pois os que não podem ser verbalizados são impossibilitados de assumir o status de saber, sendo intuição ou mero senso comum. O próprio da educação profissional é o trato com os saberes científicos, disciplinares e formais, são esses saberes que devem ser considerados pelos docentes que desejam atuar nessa modalidade da educação.