Leia o texto a seguir.
Todas as sugestões feitas nos textos anteriores só farão sentido se os professores estiverem convencidos — ou puderem ser convencidos — de que o domínio efetivo e ativo de uma língua dispensa o domínio de uma metalinguagem técnica. Em outras palavras, se ficar claro que conhecer uma língua é uma coisa e conhecer sua gramática é outra. Que saber uma língua é uma coisa e saber analisá-la é outra. Que saber usar suas regras é uma coisa e saber explicitamente quais são as regras é outra. Que se pode falar e escrever numa língua sem saber nada “sobre” ela, por um lado, e que, por outro lado, é perfeitamente possível saber muito “sobre” uma língua sem saber dizer uma frase nessa língua em situações reais.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, São Paulo: Mercado das Letras, 1996, p. 53-54.
Partindo da citação de Possenti, Marcos Bagno (1999) afirma, em seu livro O Preconceito Linguístico, que
-
A devemos superar uma situação absurda de prosseguir na reprodução dos velhos vícios gramatiqueiros simplesmente porque haverá uma cobrança futura ao aluno.
-
B devemos sempre prezar pelo ensino tradicional da norma culta. Apesar de ela se distanciar da língua que falamos, sempre será utilizada para resolver problemas.
-
C podemos estudar gramática de qualquer maneira. O importante é somente buscar falar corretamente.
-
D cometemos erros ao falar nossa própria língua materna, assim como cometemos erros ao andar ou ao respirar.
-
E estudamos gramática de maneira correta porque temos acesso à norma culta dentro de nossas casas.