Questões de Teorias clássicas do Estado (Sociologia)

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Dentre os vários entendimentos existentes sobre o Estado, há o que o concebe como uma força externa movida por uma racionalidade superior, apresentando-se como a encarnação de uma ordem justa, como árbitro neutro. Este entendimento representa a concepção

  • A liberal de Estado.
  • B socialista de Estado.
  • C anarquista de Estado.
  • D absolutista de Estado.
Thomas Hobbes foi um importante teórico político, nascido na Inglaterra no ano de 1558, sendo até hoje considerado com um clássico da Ciência Política. Caracterizado como contratualista por afirmar, assim como Locke e Rousseau, que o Estado Civil havia se originado a partir do contrato social, Hobbes possui um entendimento específico do que é o Estado e de como este deve exercer seu poder após o contrato social. A respeito da concepção de Estado de Thomas Hobbes, assinale a alternativa correta.
  • A O Estado consiste na condição de existência da sociedade e, para que os indivíduos convivam harmonicamente, o poder do Estado deve ser absoluto 
  • B O Estado é criado com a finalidade de proteger os direitos naturais dos indivíduos, como a vida, a propriedade e a liberdade
  • C O Estado hobbesiano é firmado através de um pacto de consentimento e tem a sociedade como poder soberano
  • D O funcionamento do Estado hobbesiano é limitado pelo poder do povo, independente da forma de governo adotada 
  • E O Estado, na concepção de Hobbes, é criado para potencializar as qualidades humanas, já que para o autor, o homem é naturalmente bom 
“Na concepção do sociólogo Max Weber, o Estado só pode existir quando os seres humanos se submetem à autoridade de um grupo dominante. Nesse sentido, quando essa instituição se constitui, estabelece-se uma relação de “dominação do homem sobre o homem”, um “monopólio da violência legítima”. (ARAÚJO et al., 2015)
Sobre as interpretações sociológicas a respeito da natureza do Estado, assinale a alternativa que apresenta uma concepção próxima da interpretação de Max Weber.
  • A “O estado não é apenas um órgão de classe dominante, pois responde aos movimentos das outras classes sociais e age conforme as determinações das relações entre elas.”
  • B “O Estado moderno é resultado da sociedade capitalista, e se mantém graças à legitimidade e dominação legal e possui administração racional.”
  • C “As lutas entre as frações sociais que compõe a sociedade fazem com que o Estado não seja totalmente controlado pela classe dominante.” 
  • D “O Estado tem a função primordial de exercer a administração de forma unificada.”
  • E “O Estado é um produto da sociedade e tem como papel amortecer os conflitos, os choques entre as classes e assegurar a reprodução do sistema social e da igualdade social.”
Minha preocupação é com aquelas formas de soberania cujo projeto central não é a luta pela autonomia, mas “a instrumentalização generalizada da existência humana e a destruição material de corpos humanos e populações”. Tais formas da soberania estão longe de ser um pedaço de insanidade prodigiosa ou uma expressão de alguma ruptura entre os impulsos e interesses do corpo e da mente. De fato, tal como os campos da morte, são elas que constituem o nomos do espaço político em que ainda vivemos. Além disso, experiências contemporâneas de destruição humana sugerem que é possível desenvolver uma leitura da política, da soberania e do sujeito, diferente daquela que herdamos do discurso filosófico da modernidade. Em vez de considerar a razão e a verdade do sujeito, podemos olhar para outras categorias fundadoras menos abstratas e mais palpáveis, tais como a vida e a morte.
(MBEMBE, A. Necropolítica, p. 10-11)
No trecho citado acima, Achille Mbembe circunscreve, em linhas gerais, a abordagem que fará sobre a soberania em sua obra “Necropolítica”. Nesta obra, a soberania será prioritariamente discutida em sua relação com o
  • A biopoder e o estado de exceção.
  • B poder humanista e o estado de bem-estar.
  • C poder simbólico e o estado garantidor.
  • D poder hierárquico e o estado normal.
  • E poder populista e o estado assistencial.

Contardo Calligaris (1948-2021) foi um psicanalista e escritor italiano que passou as últimas décadas de sua vida radicado no Brasil. O seu interesse pela cultura brasileira resultando num grande conhecimento sobre a mesma, combinando com um olhar de psicanalista estrangeiro fizeram com que ele publicasse inúmeros artigos em que abordando, entre outras coisas, a prática social brasileira de denominar como doutores os indivíduos pertencentes a algumas profissões, dentre eles médicos, engenheiros e advogados, mesmo na ausência da titulação acadêmica. Segundo o autor, estes mesmos profissionais não se apresentam como doutores no encontro com seus pares, mas apenas diante de indivíduos de segmentos sociais considerados subalternos, o que indica uma tentativa de intimidação social, servindo para estabelecer uma distância social, lembrando a sociedade de castas. 
No mesmo sentido, no ensaio Brasil, país do futuro de quem?, Calligaris escreve o seguinte: “Se penetramos no Éden, foi como ladrões de frutas”. Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil, define a posição do colonizador brasileiro com as palavras “colher o fruto sem plantar a árvore”, situando assim sua tipologia psicológica.” (CALLIGARIS, Contardo. Brasil, país do futuro de quem? IN: Hello, Brasil! E outros ensaios: Piscanálise da estranha civilização brasileira. São Paulo, Fósforo, 2021. Pág. 206)
As questões levantadas por Contardo Calligaris abordam aspectos relacionados à formação e, consequentemente, o tipo de estratificação social que se apresentam no Brasil. Essas mesmas questões também foram estudadas por sociólogos, como por exemplo o sociólogo alemão Max Weber. Muito embora em contextos diferentes, os conceitos weberianos também podem ser utilizados para entender a situação brasileira com relação à estratificação. Sendo assim, de acordo com as ideias weberianas sobre o tema, é correto afirmar que: 

  • A Médicos, engenheiros e advogados são designados de doutores porque suas profissões beneficiam mais a sociedade que as demais e porque somente eles são atores da ação social (racional com relação a fins e tradicional).
  • B As sociedades ocidentais modernas produzem uma estratificação social multidimensional, articulando, sobretudo, critérios de renda, status e poder, mas também modos de pensar politicamente.
  • C A titulação acadêmica objetiva à intimidação social e à demarcação de hierarquias que culminem em uma sociedade de castas.
  • D Segundo Weber, a intimidação social perante os subalternos expressa a materialização das castas nas sociedades modernas ocidentais, estando essas classes legitimadas pelo estado e com monopólio do uso da violência simbólica.
  • E O que define a estratificação social, segundo Weber, é a relação interpessoal entre os ricos e os pobres. Assim, nas sociedades modernas ocidentais, a diversidade das origens, das funções sociais e das condições econômicas são critérios apenas subjetivos de estratificação.