Questões de Tipos de Gramática – Normativa, Funcional, Descritiva e Gerativa (Linguística)

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Interpretar não é o mesmo que compreender um texto. Interpretar é decodificar os significados, enquanto compreender é construir esses significados.

Observe, por exemplo, a frase abaixo, de autoria da ex-atriz Tônia Carrero:

Ser uma mulher muito bonita nunca atrapalha, só ajuda. Beleza abre as portas, fortalece o caráter e nos torna mais condescendentes.

Assinale a opção que apresenta a pergunta sobre essa frase que se filia à compreensão de texto.

  • A Qual o significado de “abrir portas” na frase?
  • B “fortalecer o caráter” e “tornar mais condescendente” pertencem ao mesmo espaço semântico?
  • C Qual o processo gramatical empregado no texto para intensificar a beleza de uma mulher?
  • D Essa frase se contrapõe a que opinião?
  • E Como se denomina termos como “atrapalha X ajuda”?

Os sinais de pontuação, segundo Abaurre e Pontara, podem ser divididos em dois grupos, de acordo com a função que exercem na escrita:

1. Sinais de pontuação que indicam pausas correspondentes ao término de unidades de forma e de sentido: o ponto, a vírgula e o ponto e vírgula.

2. Sinais de pontuação que delimitam, na escrita, unidades que, na fala, costumam vir associadas a entoações específicas: os dois-pontos, o ponto de interrogação, o ponto de exclamação, as reticências, as aspas, os parênteses e o travessão.

Sobre as afirmações acima, assinale a alternativa correta.

  • A Ambas estão corretas.
  • B Ambas estão incorretas.
  • C A primeira está correta, e a segunda, incorreta.
  • D A segunda está correta, e a primeira, incorreta.
  • E A primeira está correta, e a segunda, parcialmente correta.

Segundo Bechara, analise as assertivas a seguir a respeito de gramática normativa, descritiva e histórica:

I. A gramática descritiva é uma disciplina científica que registra e descreve um sistema linguístico em todos os seus aspectos (fonético-fonológico, morfossintático e léxico).
II. A gramática normativa elenca os fatos recomendados como modelares da exemplaridade idiomática para serem utilizados em circunstâncias especiais do convívio social. Recomenda como se deve falar e escrever segundo o uso e a autoridade dos escritores corretos e dos gramáticos e dicionaristas esclarecidos.
III. A gramática histórica tem como objeto o estudo comparado de línguas pertencentes a um tronco ou ‘família’ procedente de uma fonte comum primitiva, com vista a estabelecer os fatos manifestados pela relação de ‘parentesco’.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I.
  • B Apenas II.
  • C Apenas I e II.
  • D Apenas II e III.
  • E I, II e III.
Câmara Jr. traz nesse excerto o conceito de “Gramática descritiva ou sincrônica”. Além desse, existem ao menos dois outros conceitos de gramática relevantes para o ensino de língua portuguesa. A opção que melhor explicita esses conceitos é:
  • A gramática diacrônica – entendida como o registro histórico de diferentes momentos de uma mesma língua em uma perspectiva temporal – e gramática indutiva – entendida como o conjunto de normas gramaticais sobre o bem falar/escrever, consagradas pelos instrumentos sociais de valoração.
  • B gramática heteróclita – entendida como o registro histórico de diferentes momentos de uma mesma língua em uma perspectiva temporal – e gramática social – entendida como o conjunto de normas gramaticais sobre o bem falar/escrever, consagradas pelos instrumentos sociais de valoração.
  • C gramática gerativa – entendida como a capacidade mental e inata que o ser humano possui de adquirir a linguagem e desenvolver a gramática de uma língua específica – e gramática normativa – entendida como o conjunto de normas gramaticais sobre o bem falar/escrever, consagradas pelos instrumentos sociais de valoração.
  • D gramática diacrônica – entendida como o conjunto de normas gramaticais sobre o bem falar/escrever, consagradas pelos instrumentos sociais de valoração – e gramática indutiva – entendida como o registro histórico de diferentes momentos de uma mesma língua em uma perspectiva temporal.
A partir da leitura do texto de Mattoso Câmara Jr., podemos refletir sobre as atitudes do professor/educador e do estudante/educando em relação aos fenômenos linguísticos com os quais nos deparamos em situações reais de interação linguística. Um desses fenômenos é o apagamento/supressão de um som ou grupo de sons no fim de um vocábulo, conhecido como “apócope”, como ocorre com verbos no infinitivo (amar, vender, partir etc.). Nesses verbos, a pronúncia do som de [r], apesar de figurar em sílaba tônica, é fraca e, por isso suprimida. Daí serem comuns, na língua falada, registros como “amá”, “vendê”, “parti”. Para explicar fenômenos como esse, sob a perspectiva da gramática sincrônica, o professor precisa ser capaz de:
  • A demonstrar ao aluno que a supressão desse som específico é um fenômeno que está ocorrendo no português atual, independentemente do juízo de valor que se faça a respeito.
  • B orientar o aluno a corrigir essas ocorrências, mostrando-lhe a contraparte correta, em conformidade com a norma-padrão culta da língua portuguesa.
  • C entender que essas corruptelas não passam de fenômenos isolados, que foram resgatados do português arcaico por grupos saudosistas e, portanto, devem ser rechaçadas.
  • D ensinar ao aluno sobre a carga social negativa da apócope, demonstrando que a língua falada e a língua escrita são manifestações distintas da mesma capacidade e não se influenciam mutuamente.