Questões comentadas de Concursos para Auditor Fiscal da Receita Estadual - Prova 1

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O texto permite inferir adequadamente que, para Voltaire, as leis

  • A elaboradas por anciãos ignorantes demandam o corretivo da sabedoria dos especialistas, quando de sua aplicação num julgamento.
  • B devem ser permanentemente revistas, para que de forma alguma venham a refletir debilidades ou imperfeições que são próprias dos homens.
  • C elaboradas por déspotas poderosos trazem consigo a qualidade do que é inflexível, não permitindo aberturas interpretativas.
  • D refletem a falibilidade humana, podendo ser aplicadas com mais justiça pelos sensatos e experientes do que por arrogantes eruditos.
  • E costumam ser tão obscuras quanto os comentários explicativos, advindo daí a necessidade de serem elaboradas por doutos especialistas.
Atente para as seguintes afirmações:

I. No primeiro parágrafo, o segmento elas são variáveis expressa uma causa da qual a expressão fraqueza dos homens constitui o efeito.
II. No segundo parágrafo, considera-se que a multiplicidade de interpretações da lei, acionadas por glosadores interesseiros, acaba por comprometer a implementação da justiça.
III. No terceiro parágrafo, a interrogação final de Voltaire pode ser considerada retórica pois implica uma resposta já encaminhada pela pergunta.

Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em

  • A II e III.
  • B I e II.
  • C III.
  • D II.
  • E I.

Considerando-se o sentido contextualizado, traduz-se adequadamente um segmento em:

  • A turba de palradores orgulhosos (3o parágrafo) = malta de loquazes desfibrados
  • B ressentir-se da fraqueza dos homens (1º parágrafo) = impressionar-se com a insipidez humana
  • C transformou-se numa faca de dois gumes (2º parágrafo) = tornou-se um instrumento ambivalente
  • D transformou-se tão amiúde em seu flagelo (2º parágrafo) = converteu-se em miudezas punitivas
  • E compilações de juristas sabidos (3 parágrafo) = seleções de jurisconsultos leigos

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

  • A Voltaire entendia que as leis, em cuja aplicação traduz-se as fraquezas humanas, dependem do espírito de quem as aplica, de vez que está nisso sua faculdade maior.
  • B A Voltaire interessava não apenas reconhecer ou esmiuçar as leis de seu tempo, mas sobretudo avaliá-las considerando a instância de sua aplicação, que deveria ser a mais justa possível.
  • C Esmiuçar ou interpretar as leis eram um empenho de Voltaire, para quem a salvaguarda dos direitos humanos, sobretudo dos mais pobres, deveriam ser invioláveis.
  • D Para quem se ater ao espírito das leis, segundo Voltaire, é preferível fazer justiça com os leigos ponderados do que deixar-lhe nas mãos de juristas empertigados e autoritários.
  • E Sendo função das leis regular a distribuição de justiça, Voltaire não admitia que seu espírito venha a sofrer prejuízo em sua concepção, mormente quando mal aplicada.

O verbo entre parênteses, para vir a integrar adequadamente a frase, deverá flexionar-se concordando com o elemento sublinhado em:

  • A Ao admitir que a ignorância e a respeitabilidade são qualidades que (poder) alcançar conciliação, Voltaire revela seu lado democrático.
  • B Nunca (ter) faltado a Voltaire, em relação às leis que analisava, disposição para tornar sua aplicação o mais justa possível.
  • C Não se (atribuir) apenas ao pobre rábula os prejuízos que recaem sobre os mais fracos; também os eruditos sejam responsabilizados.
  • D Devido à má aplicação das leis, problema que a muitos juristas (parecer) incontornável, houve quem pensasse em aboli-las por completo.
  • E Voltaire entende que os anciãos, aos quais não (costumar) faltar a experiência dos anos, são mais imunes às paixões que corrompem o coração.