O poema a seguir, de Carlos Drummond de Andrade, retoma a famosa “Canção do exílio” de Gonçalves Dias.
Nova canção do exílio
A Josué Montello Um sabiá na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O céu cintila sobre flores úmidas. Vozes na mata, e o maior amor. Só, na noite, seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe.
Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite, seria feliz (Um sabiá, na palmeira, longe). Ainda um grito de vida e voltar para onde é tudo belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. p. 145-146.
É CORRETO afirmar que Carlos Drummond de Andrade retoma o conhecido texto de Gonçalves Dias pelo viés da:
- A Citação, pois transcreve literalmente as palavras do poeta do Romantismo brasileiro, reproduzindo cada verso do poema que lhe serve de modelo.
- B Paródia, pois já não apresenta mais o tom idealizador em relação à terra cantada, o que se verifica, por exemplo, em versos como “Estas aves cantam / um outro canto.” e “Só, na noite, / seria feliz:”.
- C Paráfrase, pelo fato de reproduzir o mesmo tom de saudade e de idealização presente no poema do autor romântico.
- D Tradução, uma vez que o autor itabirano traduziu o poema do autor romântico que fora escrito em alemão.