Questões comentadas de Concursos para Fisioterapeuta - Edital nº 145

Limpar Busca

Ambição e impacto



      “O Brasil tem um déficit educacional enorme. São dezenas de milhões de pessoas com formação inadequada até mesmo para empregos simples, muitos ainda analfabetos funcionais. É esse problema que a Quero Educação se propõe a resolver”, diz Renata Rebocho, 29 anos. Após trabalhar como estagiária em escritórios de advocacia, ela largou o último ano de faculdade de Direito, em 2012, para fundar a startup ao lado do sócio e marido, Bernardo Pádua. Ao todo, a empresa que conecta estudantes a universidades e instituições de ensino, já captou R$60 milhões em capital de risco. Mas seu maior motivo de orgulho é ter matriculado 600 mil alunos em 6 mil instituições de ensino parceiras. Nesse momento, a maior ambição de Renata é levar a Quero Educação para o exterior: “Queremos ser globais. Sei que somos capazes de fazer muito mais ainda”, diz a empreendedora.


(DA EDIÇÃO. Ambição e impacto. Pequenas empresas & grandes negócios. São Paulo: mar. 2021, p. 54. Ed. Globo. Fragmento adaptado) 



Com base na leitura do texto, é correto afirmar que o título “Ambição e impacto”

  • A estabelece relação entre a ambição por poder da empreendedora e a captação de verba para a startup. 
  • B expressa o desejo da empreendedora de se tornar uma personalidade influente no exterior.
  • C manifesta a pretensão da startup de se tornar uma das empresas mais respeitadas por gerar impacto na educação.
  • D sintetiza a ideia expressa no texto de que o forte anseio de superar déficits gera bons resultados.

Pensando bem... filósofos de ontem opinam em assuntos de hoje


Devo me preocupar com a origem da minha comida ou das minhas roupas?



EPICURO (341 a.C. – 270 a.C.). Depende. Epicuro defendia que você deve ser moral, porque o peso na consciência pela imoralidade impede de ser pleno, e não porque os deuses vão te punir. Ou seja: se você dorme bem à noite e não pensa muito no assunto, tudo bem. Mas se a ideia de que as indústrias da moda e dos alimentos são más para o mundo te atormenta, você deve evitá-las. 



KARL MARX (1818-1883). Sim. Boa parte das nossas roupas são feitas por trabalhadores em situação análoga à escravidão, e a indústria alimentícia tem uma cadeia de produção e logística perdulária que desperdiça comida enquanto os pobres morrem de fome. Marx perguntaria: Como comprar de indústrias que propagam concentração de renda e desigualdade?



ARNE NAESS (1912-2009). Sim. Essas indústrias causam danos ambientais (como a emissão de metano pelo gado ou os microplásticos de origem têxtil nos oceanos) que podem tornar o planeta inabitável. E as ações de mitigação anunciadas pelas empresas, de acordo com o pensamento de Naess, seriam meramente paliativas.


(VAIANO, Bruno. Pensando bem... filósofos de ontem opinam em assuntos de hoje. Superinteressante. São Paulo: Ed. 433, nov., 2021, p. 62-63. Ed. Abril. Texto adaptado)



No texto acima, Bruno Vaiano apresenta ideias de Epicuro, Marx e Naess, parafraseando-as de modo a criar a impressão de que esses filósofos do passado estão opinando sobre uma questão do presente. Ao fazer isso, Vaiano

  • A constrói uma argumentação neutra em relação à questão apresentada, colocando-se como mero mediador de ideias alheias.
  • B imprime uma direção argumentativa ao seu texto, alinhando-se à defesa de que devemos nos preocupar com a origem de nossas comidas e roupas.
  • C expõe posicionamentos radicalmente opostos em relação à questão apresentada, deixando ao leitor a responsabilidade de concluir por si próprio.
  • D apresenta aspectos diferentes das ideias de cada filósofo, a fim de relativizar as respostas dadas à questão colocada.

Quando faz turismo em outras cidades e países, é comum que a argentina Mariana Enriquez encaixe na programação visitas a cemitérios. Apesar de muita gente considerar esse comportamento exótico ou até macabro, ela discorda. “É antropológico, mostra rituais e tradições de um povo”, descreve a autora, que participará de uma mesa na Bienal Internacional do Livro Rio, com Josh Malerman e Matt Ruff, outros autores de terror. 
      Em 2019, ela venceu o maior prêmio literário para línguas castelhanas, o Herralde de Novela, por Nossa Parte da Noite (Ed. Intrínseca), lançado este ano no Brasil. A trama de quase 600 páginas acompanha a viagem de pai e filho atravessando a Argentina da capital até as Cataratas do Iguaçu. Com a ditadura como plano de fundo, durante os anos 1960, a história apresenta fatores sobrenaturais, uma ordem mediúnica e rituais de tortura e sacrifício. Essa combinação de realidade e fantasia se tornou a marca registrada de Mariana, que nomeou seu gênero de ficção dark. “Não é terror puro, porque também tem momentos de humor e ironia, de ficção científica”, descreve a autora.
(D’ERCOLE, Isabella. Uma aula do terror. Claudia. São Paulo: Ano 60, n. 11, nov. 2021. Ed. Abril. p. 12. Fragmento adaptado)

No texto, a expressão “ficção dark” funciona como um elemento 

  • A meramente estilístico, que confere expressividade literária à reportagem jornalística.
  • B que marca a opinião da jornalista a respeito do gênero literário praticado por Mariana Enriquez.
  • C de coesão referencial, na medida em que se associa ao que é descrito a respeito da produção literária da autora.
  • D mobilizado para justificar por que a autora argentina venceu em 2019 o maior prêmio literário para línguas castelhanas.

Imagine que você vive numa casa junto com um cachorro, porém ignora completamente a presença do animal. Não o alimenta, não nota se ele está alvoraçado ou apático, se precisa repousar um pouco ou correr num extenso gramado. É desse jeito que a maioria das pessoas trata o movimento contínuo – e pouco prestigiado – do tórax, esse “vai e volta” que nos acompanha fielmente desde o princípio da vida fora do útero materno até o nosso fôlego se esgotar ao fim.
(MELLO, Raphaela de Campos. A respiração como um portal. Vida Simples. São Paulo: N. 237, nov. 2021. Vida Simples Edições. p. 40. Fragmento adaptado)

No texto, a comparação realizada funciona como

  • A um recurso persuasivo, que amplia a força da ideia expressa no texto.
  • B uma digressão, que compromete a coerência textual.
  • C um recurso de adaptação, que possibilita a leitura do texto por crianças.
  • D um mero ornamento, que confere estilo diferenciado ao texto.

Conseguir manter o foco é algo raro hoje em dia. Em um mundo hiperconectado, no qual as informações chegam de todos os lugares – e-mail, telefone, WhatsApp, aplicativos corporativos de mensagens –, e tendo que conciliar diversos papéis durante o trabalho, dedicar-se a uma atividade sem interrupção tem sido difícil para muitos. 
      Para melhorar o foco, é possível usar uma técnica interessante: o deep work, ou foco profundo, conceito cunhado por Cal Newport, professor da Universidade de Georgetown. Ele define o deep work como a capacidade de se concentrar, sem distrações, em uma tarefa que exige muito poder cognitivo. Segundo o autor, é uma habilidade que permite dominar mais rapidamente informações complicadas e produzir melhores resultados em menos tempo.
      A boa notícia é que é possível desenvolver foco, como explica o educador Eduardo Valladares, designer de experiência de aprendizagem. “Foco não é uma habilidade inata. Foco se cria e pode ser desenvolvido a cada dia”, diz.
(MARINO, Caroline. O que eu ia fazer mesmo? Você RH. São Paulo: Ed. 76, out/nov. 2021. Editora Abril. p. 48-50. Fragmento)

No trecho, as expressões em negrito concorrem, fundamentalmente, para

  • A marcar o otimismo do jornalista em relação ao tema da reportagem.
  • B introduzir mudanças de assunto no texto.
  • C realizar a progressão temática do texto.
  • D explicitar a posição da revista em relação ao tema tratado.