Questões comentadas de Concursos para Médico Clínico (ESF e Melhor em Casa)/Médico Clínico Geral/Médico Plantonista – Clínico

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Você está de plantão no SAMU e nesse momento encontra-se realizando a regulação médica dos casos, quando recebe uma ligação da esposa de um homem que sofreu um colapso súbito no shopping center da cidade, caindo ao solo.
Sabendo que ela não é profissional da saúde, quais orientações a seguir devem ser fornecidas nesse momento?

  • A Confirmar a irresponsividade e a ausência de pulso e de qualquer movimento respiratório e orientar o início das compressões torácicas e da ventilação boca a boca.
  • B Confirmar a ausência de movimento respiratório normal e orientar o início das compressões torácicas enquanto aguarda a chegada de uma pessoa treinada para o uso do desfibrilador externo automático (DEA).
  • C Confirmar a ausência de pulso e ausência de movimento respiratório normal e orientar o início das compressões torácicas e da ventilação boca a boca.
  • D Confirmar a ausência de movimento respiratório normal e de pulso central (carotídeo ou femoral) e orientar o início das compressões torácicas com 30 compressões para 2 ventilações.
  • E Confirmar a irresponsividade e a ausência de movimento respiratório normal e orientar o início das compressões torácicas e o uso desfibrilador externo automático (DEA).

Uma mulher de 64 anos, hipertensa, diabética e com histórico de infarto do miocárdio há 3 anos, chega ao pronto-socorro com queixa de dor torácica em aperto, irradiando para o pescoço, iniciada há 3 horas. A dor não aliviou com repouso. O eletrocardiograma (ECG) mostra alterações inespecíficas de repolarização ventricular, sem supradesnivelamento do segmento ST. A dosagem de troponina revelou elevação significativa. O paciente está hemodinamicamente estável, com pressão arterial de 155/85 mmHg e frequência cardíaca de 52 bpm. Ausculta pulmonar sem crepitações ou sibilos, sem sinais de insuficiência cardíaca aguda. A equipe médica decide internar a paciente para estudo coronariano invasivo, haja vista o escore de risco ter sido calculado como de alto risco.
Qual deve ser a conduta inicial mais adequada no pronto-socorro para essa paciente?

  • A Iniciar ácido acetilsalicílico (AAS) em dose de ataque, heparina em dose plena e infusão de nitroglicerina contínua, reservando o segundo antiagregante plaquetário para após a definição da anatomia coronariana no cateterismo, o qual deve ser realizado em até 24 horas.
  • B Administrar ácido acetilsalicílico (AAS), iniciar heparina em dose plena, infusão de nitroglicerina contínua, reservando o segundo antiagregante plaquetário para após a definição da anatomia coronariana no cateterismo, o qual deve ser realizado em até 48 horas.
  • C Iniciar dose de ataque de ácido acetilsalicílico (AAS) e clopidogrel na sala de emergência, seguido de infusão de nitroglicerina contínua e encaminhar imediatamente o paciente para cateterismo cardíaco de emergência em até 2 horas.
  • D Administrar ácido acetilsalicílico (AAS) em dose de ataque, iniciar heparina não fracionada contínua, infusão de betabloqueador intravenoso e observar o paciente até o cateterismo.
  • E Iniciar ácido acetilsalicílico (AAS) e ticagrelor em dose de ataque, infusão de nitroglicerina contínua e heparina de baixo peso molecular, transferindo o paciente para cateterismo cardíaco nas próximas 24 horas.

Um homem de 58 anos, com diagnóstico prévio de cirrose hepática etanólica, em uso domiciliar de espironolactona 100m/dia e furosemida 40mg/dia, apresenta-se ao pronto-socorro com queixa de dor abdominal difusa e febre (38,5°C) iniciadas há 24 horas. Ele relata aumento do volume abdominal e piora da dispneia nas últimas semanas. Ao exame físico, encontra-se ictérico, com edema de membros inferiores e ascite tensa. Dados vitais: PA 100/60 mmHg, FC 102 bpm, FR 20 irpm, SpO2 95% ar ambiente. A paracentese diagnóstica revelou um líquido ascítico turvo com 500 células/mm³, das quais 80% são neutrófilos. Laboratório revelou hiperbilirrubinemia (bilirrubinas totais 4,5), ureia 52 mg/dL, creatinina 1,1 mg/dL.
Qual é a conduta inicial mais apropriada para esse paciente no pronto-socorro?

  • A Iniciar antibioticoterapia empírica com ceftriaxone e albumina 1 g/kg/dia, manter medicações de uso domiciliar e internação hospitalar.
  • B Iniciar antibioticoterapia empírica com cefepime, aguardar resultado de função renal e, se disfunção renal, iniciar expansão com albumina 1,5 g/kg/dia em regime hospitalar.
  • C Iniciar antibioticoterapia empírica com cefotaxima e albumina 1,5 g/kg/dia, suspender medicações de uso domiciliar e internação hospitalar.
  • D Iniciar antibioticoterapia empírica com cefotaxima, suspender medicações de uso domiciliar, internação hospitalar, sem indicação de albumina endovenosa.
  • E Iniciar albumina intravenosa, furosemida endovenosa e aguardar os resultados da cultura do líquido ascítico para iniciar antibióticos.

Um paciente de 55 anos, etilista social, portador de hipertensão arterial sistêmica e usuário crônico de AINEs apresentase no pronto-socorro com sinais de hemorragia digestiva alta, incluindo hematêmese e melena. Ele está em estado de choque hipovolêmico, com pressão arterial de 80/50 mmHg e frequência cardíaca de 130 bpm. O exame físico revela sinais de ascite e palidez. O hemograma mostra hemoglobina de 6,9 g/dL, e o coagulograma revela aumento do tempo de protrombina (TP) com RNI de 1,92 e alargamento do tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa). Após estabilização inicial com fluidos, qual deve ser a conduta terapêutica mais adequada, considerando o manejo eficaz e as estratégias de tratamento para essa situação crítica?

  • A Realizar transfusão de concentrado de hemácias e solução salina hipertônica, iniciar antibióticos profiláticos e administração de vasopressores, e realizar endoscopia digestiva alta após estabilização hemodinâmica.
  • B Administrar transfusão de hemácias, iniciar terapia com inibidor de bomba de prótons (IBP), considerar o uso de vasoconstritor esplâncnico para controle da hemorragia e realizar endoscopia digestiva alta assim que possível.
  • C Iniciar infusão de albumina intravenosa para expansão do volume, administrar antiácidos intravenosos e preparar o paciente para cirurgia de emergência para controle da hemorragia.
  • D Administrar vasopressores para controle imediato da pressão arterial, realizar transfusão de sangue total e esperar 24 horas antes de realizar endoscopia digestiva alta, para permitir estabilização do paciente.
  • E Utilizar a técnica de tamponamento com balão Sengstaken-Blakemore imediatamente, seguido de administração de transfusão de sangue e solução cristaloide, e preparar o paciente para endoscopia digestiva alta.

Paciente masculino de 54 anos de idade é admitido na sala de emergência trazido pelo SAMU. Histórico prévio: portador de câncer de esôfago em quimioterapia e acompanhamento oncológico regular, recebeu alta hospitalar há 21 dias, após internação por 05 dias, devido desnutrição proteico-calórica, desidratação e hemorragia digestiva alta sem repercussão hemodinâmica, com endoscopia digestiva alta, evidenciando sangramento tumoral e necessidade de radioterapia hemostática e transfusão de 01 bolsa de concentrado de hemácias. No momento, encontra-se com quadro de insuficiência respiratória aguda hipoxêmica, taquidispneico dependente de oxigenoterapia suplementar por máscara de alto fluxo a 10 l/min. À admissão na sala vermelha, foi prontamente monitorizado multiparâmetros, obtido acesso venoso periférico antecubital calibroso e aferidos dados vitais imediatamente. Encontra-se consciente, orientado, Glasgow 15, PA 70/40 mmHg, FC 140 bpm (ritmo regular sinusal em cardioscopia), FR 32 irpm, SpO2 98% (MAF 10 l/min), esforço respiratório moderado, febril TAx 38,5ºC, glicemia capilar 105 mg/dL. Aparelho cardiovascular: ritmo cardíaco regular sem sopros, sem bulhas acessórias, ausência de turgência jugular, sem edemas de membros inferiores, tempo de enchimento capilar lentificado > 3 segundos. Aparelho respiratório: estertores crepitantes grosseiros em terço inferior à direita. Aparelho abdominal: indolor, sem irritação peritoneal, ruídos hidroaéreos preservados. Sem relato de hematêmese ou melena desde a última internação. Realizada ultrassonografia à beira-leito (POCUS) pelo médico emergencista que revelou achados sugestivos de TEP (tromboembolismo pulmonar) com repercussão em câmaras direitas com Sinal de McConnell presente. Foi realizada expansão volêmica com cristaloides sem resposta hemodinâmica adequada, sendo necessário início de noradrenalina a 0,2 mcg/kg/min. Após melhor estabilidade com a droga vasoativa, foi submetido a angiotomografia computadorizada de tórax, com evidência de falha de enchimento em bifurcação do tronco de artéria pulmonar, além de extensa consolidação com broncograma aéreo em base pulmonar direita. Exames laboratoriais revelam anemia leve (Hemoglobina 9,5 g/dL), leucocitose com desvio à esquerda, PCR (proteína C reativa) aumentado, aumento de ureia e creatinina (clearance de creatinina de 15 ml/min/1,73m2), lactato elevado, sem distúrbios hidroeletrolíticos importantes. Gasometria arterial com acidose metabólica compensada.
Assinale a alternativa CORRETA, com relação ao manejo do paciente descrito:

  • A Deve-se coletar par de hemoculturas, iniciar antibioticoterapia venosa de amplo espectro em até 1 hora, hidratação venosa e heparina não fracionada em bomba de infusão contínua.
  • B Deve-se coletar par de hemoculturas, iniciar antibioticoterapia venosa de amplo espectro em até 1 hora, hidratação venosa e realizar a trombólise endovenosa com alteplase.
  • C Deve-se priorizar a trombólise endovenosa com alteplase imediatamente, haja vista se tratar de TEP “a cavaleiro” com instabilidade hemodinâmica, e depois iniciar heparina não fracionada na bomba de infusão contínua.
  • D Deve-se coletar par de hemoculturas, iniciar antibioticoterapia venosa de amplo espectro em até 3 horas, hidratação venosa e heparina não fracionada na bomba de infusão contínua.
  • E Deve-se coletar par de hemoculturas, iniciar antibioticoterapia venosa de amplo espectro em até 1 hora, hidratação venosa e heparina de baixo peso molecular subcutânea (enoxaparina) 1mg/kg 12/12h.