Questões de Libras

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O reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como como forma de comunicação e expressão das comunidades surdas brasileiras é um dos fundamentos mais importantes das políticas linguísticas brasileiras de Educação Bilíngue para surdos. Diante desse cenário, qual das afirmações a seguir reflete corretamente essas políticas?

  • A A política de Educação Bilíngue para surdos deve priorizar o ensino do português falado, utilizando a Libras apenas como apoio complementar.
  • B A política de Educação Bilíngue para surdos busca a inclusão total em salas de aula regulares, sem a necessidade de adaptações específicas para o ensino em Libras.
  • C A política de Educação Bilíngue para surdos não exige que os professores sejam fluentes em Libras, já que o português é considerado a língua prioritária no processo educativo.
  • D A lei 10.436/02 reconhece a Libras, já o decreto 5.626/05 dispõe sobre essa língua, seu ensino, difusão e formação profissional de tradutores e intérpretes, professores e instrutores de Libras.

Perlin, “mulher, surda não nativa [...] militante pela causa surda” como se define no texto escrito em 2005 (Perlin, G. T. T., Identidades Surdas in: A Surdez: um olhar sobre as diferenças. Org. Carlos Skliar - Porto Alegre: Mediação, 2005, 3ª ed.), analisa a sua própria existência bem como a de outros personagens para explicar as diferentes maneiras de ser Surdo, as identidades surdas. Para ela “a identidade cultural é formada através do pertencimento a uma cultura” e “O encontro surdo-surdo é essencial para a construção da identidade surda”. Desta maneira Strobel (Strobel, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: Ed da UFSC, 2008) concorda que: “a formação de identidades surdas é construída a partir de comportamentos transmitidos coletivamente pelo “povo surdo”, que ocorre espontaneamente quando os sujeitos surdos se encontram com os outros membros surdos nas comunidades surdas.”. Na mesma obra, Strobel relata 8 tipos de artefatos culturais do povo surdo, sendo o artefato cultural: experiência visual aquele “em que os sujeitos surdos percebem o mundo de maneira diferente, a qual provoca as reflexões de suas subjetividades [...] Quando fazemos referência à identidade cultural, referimo-nos ao sentimento de pertencimento a uma cultura, isto é na interação do sujeito surdo com a sua comunidade”. Considerando este último trecho de Strobel, qual das identidades surdas proposta por Perlin está em consonância com o trecho sublinhado?

  • A identidade surda híbrida.
  • B identidade surda flutuante.
  • C identidade surda política.
  • D identidade surda de transição.

De acordo com pesquisas de Brito (1995), estudos comparativos com a ASL (Língua de Sinais Americana), principalmente em Stokoe (1965) e Klima e Bellugi (1979), encontram os mesmos parâmetros na Língua Brasileira de Sinais (Libras), dividindo-os em parâmetros primários e secundários. Considerando o exposto, observe os sinais abaixo e assinale qual(is) par(es) mínimo(s)* se repetem.

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

    Imagens in: CAPOVILLA, F. C., RAPHAEL, W. D., TEMOTEO, J. G., MARTINS, A. C., Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: A Libras em Suas Mãos. 1. ed. 1. reimpr.- São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2017. p. 244, 929, 1409, 2036, 2297, 2488.

  • A CMs, M e PA/L.
  • B Or, PA/L e CMs
  • C M, ENM e CMs.
  • D M, ENM e PA/L.

De acordo com a Lei nº 10.436/2002, o Decreto nº 5.626/2005 e a explicação de Strobel (2009, p. 136) citada a seguir, qual das alternativas reflete corretamente a inclusão da Libras no currículo escolar para alunos ouvintes?
      “Os sujeitos “ouvintes”, que podem ser os alunos de cursos de línguas de sinais, família, professores de inclusão, professores bilíngues, intérpretes, amigos e outros, são encorajados a ver o mundo dos surdos através dos seus olhos como uma cultura diferente.”

  • A A Lei nº 10. 436/2002 e o Decreto nº 5.626/2005 estipulam que a Libras deve ser ensinada exclusivamente para surdos e não há necessidade de sua inclusão no currículo para alunos ouvintes, uma vez que a compreensão da cultura surda não é considerada obrigatória para eles.
  • B A inclusão da Libras no currículo escolar visa permitir que ouvintes, como alunos, professores e outros, compreendam a cultura surda de maneira distinta. Essa compreensão é facilitada por meio da participação em interações sociais e do contato direto com surdos, proporcionando novas experiências. Esta abordagem está alinhada com a perspectiva de Strobel que destaca a importância de os ouvintes perceberem a cultura surda de forma diferenciada.
  • C A Lei nº 10.436/2002 determina que a Libras deve ser ensinada apenas em cursos de formação de professores e intérpretes, não é necessária sua inclusão no currículo escolar geral para alunos ouvintes em níveis de ensino fundamental e médio.
  • D O Decreto nº 5.626/2005 estabelece que a Libras deve ser oferecida exclusivamente como uma atividade extracurricular e a obrigatoriedade de inclusão no currículo escolar regular.

Acerca das políticas linguísticas e da educação bilíngue para surdos no contexto brasileiro, e levando em consideração as diretrizes e as discussões apresentadas por Castilho (2014), selecione a alternativa correta:

  • A A Constituição Brasileira de 1988, ao definir o português como a língua oficial do país, implica que a educação para surdos deva ser exclusivamente em Língua Portuguesa, tratada como a primeira língua (L1), desconsiderando a importância e o uso da Libras nas instituições de ensino.
  • B O desenvolvimento das políticas linguísticas para surdos no Brasil, conforme descrito por Castilho (2014), sugere que a Libras deve ser utilizada apenas como uma ferramenta auxiliar, sem status de língua de instrução, para evitar conflitos com o ensino da Língua Portuguesa.
  • C Consoante às discussões sobre políticas linguísticas e educação bilíngue, adotar um padrão único de Língua Portuguesa para a educação de surdos é considerado mais eficaz para promover a coesão nacional e a uniformidade linguística. Essa abordagem desconsidera a Libras como uma língua relevante no processo educativo, excluindo-a e tratando-a como se não fosse uma língua bilíngue oficial, mas sim uma língua monolíngue.
  • D Castilho (2014) argumenta que a adoção de uma política bilíngue que integra a Libras como a primeira língua (L1) e a Língua Portuguesa escrita como a segunda língua (L2) é imprescindível para atender às necessidades educacionais dos surdos, promovendo uma educação que respeite a identidade linguística e cultural desses indivíduos.