Marcia Nico Evangelista e Wendel Freire, em Rangel e Freire (2010), oferecem rica reflexão a respeito da possibilidade de os supervisores pedagógicos participarem efetivamente das transformações da escola necessárias à incubação de “caminhos para o alcance de uma sociedade livre e humanizada”. Escrevem elas: “Sabemos que as ações instituintes estão misturadas ao instituído, apresentando a contradição e a ambiguidade, aspectos tão próprios de ser humano que, também, estão presentes em suas instituições.” Com um horizonte ético e político semelhante, Helenice Muramoto (1994) põe foco no trabalho do supervisor de ensino em nível de sistema, contextualizado no Estado de São Paulo, e apresenta reflexões e propostas com vistas a um caminhar transformador. De acordo com o pensamento dessas autoras, na área da educação, os supervisores
- A podem instituir gestão dialogal nas escolas que supervisionam porque sua posição na burocracia lhes confere competência para isso.
- B vivem um conflito: têm capacidade para comandar as transformações, mas ocupam posição subordinada na hierarquia burocrática.
- C ocupam posição estratégica, seja na escola ou no sistema, sendo, por isso mesmo, os responsáveis pela qualidade do ensino e das aprendizagens.
- D acumulam experiência de docência e de gestão escolar, podendo direcionar o trabalho dos professores com autoridade.
- E têm papel determinante na articulação de espaços para encontro entre pares, discussão e reflexão.