Prova do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - INEP (2007) - Questões Comentadas

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Se a exploração descontrolada e predatória verificada atualmente continuar por mais alguns anos, pode-se antecipar a extinção do mogno. Essa madeira já desapareceu de extensas áreas do Pará, de Mato Grosso, de Rondônia, e há indícios de que a diversidade e o número de indivíduos existentes podem não ser suficientes para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. A diversidade é um elemento fundamental na sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem ela, perde-se a capacidade de adaptação ao ambiente, que muda tanto por interferência humana como por causas naturais.
Iinternet: www.greenpeasce.org.br(com adaptações).

Com relação ao problema descrito no texto, é correto afirmar que


  • A a baixa adaptação do mogno ao ambiente amazônico é causa da extinção dessa madeira.
  • B a extração predatória do mogno pode reduzir o número de indivíduos dessa espécie e prejudicar sua diversidade genética.
  • C as causas naturais decorrentes das mudanças climáticas globais contribuem mais para a extinção do mogno que a interferência humana.
  • D a redução do número de árvores de mogno ocorre na mesma medida em que aumenta a diversidade biológica dessa madeira na região amazônica.
  • E o desinteresse do mercado madeireiro internacional pelo mogno contribuiu para a redução da exploração predatória dessa espécie.

Ao beber uma solução de glicose Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas, um corta-cana ingere uma substância

  • A que, ao ser degradada pelo organismo, produz energia que pode ser usada para movimentar o corpo.
  • B inflamável que, queimada pelo organismo, produz água para manter a hidratação das células.
  • C que eleva a taxa de açúcar no sangue e é armazenada na célula, o que restabelece o teor de oxigênio no organismo.
  • D insolúvel em água, o que aumenta a retenção de líquidos pelo organismo.
  • E de sabor adocicado que, utilizada na respiração celular, fornece Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas para manter estável a taxa de carbono na atmosfera.
O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.

Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

(...)

Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.

A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e
  • A o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.
  • B o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca.
  • C o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar.
  • D a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
  • E o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.

A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos.

K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade
negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e experiências
. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37.

Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que

  • A a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.
  • B a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente.
  • C o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.
  • D a exploração da África decorreu do movimento de expansão européia do início da Idade Moderna.
  • E a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.

Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que distinguia as classes cultas e “naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infra- estrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.

Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.

Levando-se em consideração as afirmações acima, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país

  • A se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial.
  • B extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre.
  • C se tornou dependente da economia européia por realizar tardiamente sua industrialização em relação a outros países.
  • D se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos para a infra- estrutura de serviços urbanos.
  • E teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários setores produtivos.