Prova do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense - Rio Grande do Sul (IF Sul Rio-Grandense) - Professor - Física - IF Sul Rio-Grandense (2021) - Questões Comentadas

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É necessário refletir sobre a importância e as implicações das Teorias de Aprendizagem na formação e na atuação docente. Mesmo visões reconhecidamente ultrapassadas do processo ensino e aprendizagem, que ainda podem ser identificadas em práticas pedagógicas e livros didáticos, precisam ser discutidas.
A respeito das contribuições de algumas dessas teorias, afirma-se que, para

  • A Skinner, o comportamento aprendido é uma resposta a estímulos internos, controlados por meio de reforço das respostas que se quer obter.
  • B Bruner, o ambiente para a aprendizagem por descoberta deve ser evitado, pois não contribui para o aparecimento de relações e similaridades.
  • C Piaget, durante o processo de assimilação, ocorre a construção de novos esquemas de assimilação mentais, promovendo, com isso, o desenvolvimento cognitivo.
  • D Ausubel, o fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe.

Leia o texto abaixo, completando as lacunas.
A teoria de __________ sugere a necessidade de que o ensino deve se ajustar às estruturas mentais já estabelecidas, enquanto para __________, o aprendizado orientado para níveis de desenvolvimento que já foram atingidos é ineficaz do ponto de vista do desenvolvimento global da criança.
 As lacunas do texto são preenchidas correta e respectivamente com:

  • A Ausubel - Paulo Freire
  • B Paulo Freire - Vygotsky
  • C Piaget - Vygotsky
  • D Ausubel – Piaget

Leia os fragmentos a seguir:

“De tanto ouvirem de si mesmos que são incapazes, que não sabem nada, que não podem saber, que são enfermos, indolentes, que não produzem em virtude de tudo isto, terminam por se convencer de sua ‘incapacidade’.”.


(FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 50. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011, p. 69).


“O educador, que aliena a ignorância, se mantém em posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como processos de busca.” 
(FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 50. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011, p. 81).
A partir dos excertos acima, conclui-se que a perspectiva freireana
  • A considera que o professor, na condição de ser aquele que possui o conhecimento, deve organizar a sala de aula de modo a manter a hierarquia necessária para a transmissão dos saberes.
  • B considera que existe uma sabedoria popular, ou seja, os alunos trazem consigo vivências, conhecimentos e hábitos que devem ser levados em conta no sentido de uma conscientização, visando, como fim, a uma transformação social.
  • C não concorda com a forma tradicional de ensino, preferindo um modelo horizontal em que o professor, pela sua práxis, crie situações que atuem de modo global, a fim de que todos possam aprender ao mesmo tempo e de forma eficiente.
  • D trata a educação como um ato político e revolucionário. Dessa forma, a conscientização da situação econômica e social do aprendiz deve ocorrer de forma individualizada, e o conhecimento alcançado deve ser usado para a transformação pessoal. Isso facilitaria a formação de líderes que atuarão na transformação revolucionária da sociedade.

A Transposição Didática proposta pelo sociólogo Michel Verret e rediscutida por Yves Chevallard é considerada um instrumento através do qual o conhecimento científico (Saber Sábio) pode ser transformado em conhecimento escolar, para ser ensinado pelos professores e aprendido pelos estudantes.
Tendo como referência as propostas de Chevallard, afirma-se que, na sala de aula, o professor

  • A atua como um técnico que aplica conhecimentos produzidos por outros, em que deverá traduzir fielmente os conteúdos apresentados nos livros didáticos, pois estes já sofreram transformações.
  • B passa a ser considerado um sujeito que assume sua prática a partir de conhecimentos produzidos por outros, em que deverá apresentar simplificações dos objetos complexos retirados dos contextos de pesquisa e transferidos para a sala de aula.
  • C passa a ser considerado um sujeito que assume sua prática a partir dos significados que ele mesmo lhe dá, produzindo um novo saber, assegurando a identidade do novo saber produzido com o saber original.
  • D atua para que a aprendizagem ocorra por acumulação, pois os conhecimentos novos se juntam aos antigos e se reorganizam internamente em uma aquisição linear e programada dos saberes.

“A alfabetização científica pode ser considerada como uma das dimensões para potencializar alternativas que privilegiam uma educação mais comprometida. É recomendável enfatizar que essa deve ser uma preocupação muito significativa no ensino fundamental, mesmo que se advogue a necessidade de atenções quase idênticas também para o ensino médio. Sonhadoramente, ampliaria a proposta para incluir também, mesmo que isso possa causar arrepio em alguns, o ensino superior.” 
(CHASSOT, Áttico. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. 2012. Revista Brasileira de Educação. nº 22, p. 89 - 100, jan/abr, 2003.). Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n22/n22a09.pdf> Acesso em: 30 nov. 2020.
Para Chassot (2003), ser alfabetizado cientificamente significa

  • A compreender o saber acadêmico bem como ser minimamente fluente na linguagem científica pela qual o conhecimento básico é produzido.
  • B entender e prever as transformações que ocorrem na natureza de modo que estas conduzam a uma melhor qualidade de vida.
  • C ter acesso ao conhecimento natural, tanto o saber da escola quanto o saber para a escola e a transposição de um para o outro.
  • D envolver-se num processo de reelaboração de saberes de outros contextos sociais, visando ao atendimento das finalidades sociais da escolarização.