Prova do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) (2018) - Questões Comentadas

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Os recursos expressivos, como as figuras de linguagem, fazem-se relevantes para a compreensão e interpretação de textos literários, levando o emissor a um uso mais eficaz da linguagem, que é um fenômeno social. A partir dos comentários sobre esses recursos, analise as proposições a seguir e marque a que NÃO representa seu uso:

  • A “mestres em nos libertar da patrulha do pensamento” (l. 27-28) – O trecho apresenta uma afirmação metafórica.
  • B “É uma senhora ambição.” (l. 29) – O uso do substantivo “senhora” representa ideia hiperbólica da ambição ao desejar a perfeição sem abrir mão da liberdade.
  • C “as novidades envelhecem” (l. 4) – Personifica-se o substantivo abstrato “novidades” ao atribuir-lhe uma etapa do ciclo da vida.
  • D “gosto de quem tem compromisso com a alegria” (l. 15) – Nesse fragmento, o verbo “gostar” estabelece uma relação de comparação com um substantivo que representa sentimento.
  • E “Estando triste, felicíssimo igual.” (l. 18) – Estabelece-se uma relação antagônica entre os termos “triste” e “felicíssimo”, levando em conta o contexto em que se apresentam.

Determinadas categorias gramaticais podem produzir diferentes efeitos de sentido nos contextos em que estão inseridas, como é o caso dos verbos. Alguns deles, em tempos simples ou integrando uma locução verbal, podem denotar ideias ou “matizes” denominados aspectos. Examine as alternativas e indique em qual delas o aspecto verbal está INCORRETAMENTE analisado:

  • A No excerto “ter que responder ao mundo quais são suas qualidades” (l. 31-32), a expressão em destaque indica ideia de “obrigação” em relação ao que se é preciso fazer para ser feliz.
  • B “De querer se adequar à sociedade” (l. 28) – O uso do infinito “querer”, no 6º parágrafo, traz para o contexto o valor semântico de “vontade”, sugerindo que essa adequação não é imposta, ao contrário, configura-se num desejo por parte do indivíduo.
  • C Na linha 4, o trecho “Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo” apresenta o verbo auxiliar da locução verbal “costumo torcer” (l. 1-3), no presente do indicativo, com a ideia de “fato habitual, frequente”.
  • D No fragmento “Mas não estando alegre, é possível ser feliz também.” (l. 17-18), com o verbo de ligação no gerúndio, pretende-se demonstrar a situação em curso como um aspecto concluído.
  • E No 6º parágrafo, a forma verbal “sejamos” (l. 27), embora esteja conjugada no modo subjuntivo, no contexto, marca uma sugestão imperativa.

Os elementos de coesão são recursos imprescindíveis para que um texto cumpra, de forma efetiva, o seu papel comunicativo. No texto IV, tais elementos foram bastante utilizados. Acerca de alguns deles, fizeram-se algumas considerações.


I. “Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados.” Verifica-se, no pronome em destaque, um caso de coesão catafórica, sendo o termo “essa menina” (l. 11) o referente.

II. No excerto “... um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós, menos ainda...” (l. 4-5), a coesão textual por elipse se estabelece pela omissão de um termo.

III. No fragmento “Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”, é possível identificar uma relação lógico-discursiva concessiva entre as duas orações, separadas por “dois-pontos” (:).

IV. Entre as linhas 61 e 63, tem-se a ocorrência do substantivo “livro” por três vezes. Percebe-se o uso intencional da repetição como recurso coesivo a fim de produzir um efeito de sentido enfático, que demonstra a importância do objeto para a personagem.


Pode-se afirmar que estão CORRETAS

  • A Todas as alternativas.
  • B Apenas as alternativas I e II.
  • C As alternativas I, II e IV.
  • D As alternativas II, III e IV.
  • E Apenas as alternativas II e III.

Texto V


A busca pela felicidade está nos tornando infelizes e

as redes sociais não estão ajudando


A opinião é do pianista James Rhodes, "Não somos destinados a ser felizes o tempo inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes.

Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente falha".

Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a raiva, a esperança ou o amor".

A felicidade "é, simplesmente, um estado de ser, que é fluido, passageiro e às vezes inatingível".

Negar a existência de outros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma, não é o melhor caminho. [...]

Rhodes observa que estamos em uma era de ritmo sem precedentes no dia a dia e que "nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável".

"Estamos em apuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".


"Sentimentos desafiadores"


Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida e nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado.

"Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes. Ocasionalmente, alguns de nós podemos nos perder no continuum em direção a depressão, ao transtorno de estresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz.

Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes".

Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repleta de sentimentos e situações tumultuados, desafiadores e difíceis".

"Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é contraintuitivo e contraproducente".

Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimento de que "coisas ruins também acontecem" e de que é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos – quando resolveu contar em livro problemas que enfrentou ao longo da vida.

Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-42680542. Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado).


Os sufixos, elementos mórficos, atribuem novos sentidos aos radicais a que são agregados. Considerando o contexto em que se insere e as afirmações que seguem, julgue a opção CORRETA em relação ao termo destacado no trecho:


"E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".

  • A O sufixo “-ada” é formador de substantivo a partir de outro.
  • B O sufixo “-ada” agrega a ideia de ação a partir de um substantivo.
  • C O sufixo “-ada” forma um adjetivo, trazendo ao radical a ideia de “provido de”.
  • D A partir do empréstimo linguístico photoshop, acrescentou-se o sufixo “-ada” para a formação de um termo nomeador.
  • E A formação do termo “photoshopada” se realiza pelo processo de composição por justaposição.

Os textos I, III e IV apresentam o tema da felicidade sob vários pontos de vista. A maior parte dos “conceitos” expostos apoia-se numa relação de conquista de algo, apenas um dos textos apresenta uma visão diferente. Aponte-a:

  • A A reflexão da cronista Martha Medeiros no texto I.
  • B A visão do filósofo Tales de Mileto apresentada no texto III.
  • C O senso comum de felicidade exposto no texto III.
  • D A percepção de felicidade postulada por Sócrates, no texto III.
  • E A materialização da felicidade por meio da posse do livro tão desejado, no texto IV.