Prova da Procuradoria Geral do Estado de Sergipe (PGE-SE) - Procurador do Estado - FCC (2005) - Questões Comentadas

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Consideradas as classificações das Constituições segundo os critérios de estabilidade e modo de elaboração, tem-se, respectivamente, que a Constituição brasileira de 1988 é

  • A histórica e formal.
  • B sintética e escrita.
  • C analítica e flexível.
  • D rígida e dogmática.
  • E material e semi-flexível.

"Poderia acontecer que algum cidadão, nos negócios públicos, violasse os direitos do povo e cometesse crimes que os magistrados estabelecidos não soubessem ou não quisessem castigar. Mas, em geral, o poder legislativo não pode julgar; e o pode menos ainda neste caso particular, onde ele representa a parte interessada, que é o povo. Logo, ele só pode ser acusador. Mas diante de quem fará a acusação? Irá rebaixar-se diante dos tribunais da lei, que lhe são inferiores e compostos, aliás, de pessoas que, sendo do povo como ele, seriam levadas pela autoridade de tão grande acusador? Não: é preciso, para conservar a dignidade do povo e a segurança do particular, que a parte legislativa do povo faça a acusação perante a parte legislativa dos nobres, que não tem os mesmos interesses, nem as mesmas paixões que ela."

(MONTESQUIEU. O espírito das Leis. Livro XI, cap. VI)

O mecanismo acima descrito cuida de hipótese em que o Poder Legislativo

  • A atipicamente exerce função jurisdicional, em situação compatível com o princípio da separação de poderes.
  • B tipicamente exerce função legislativa, através da qual contém o exercício do poder pelos órgãos executivo e judiciário.
  • C extrapola do exercício de suas funções típicas, em prática incompatível com o princípio da separação de poderes.
  • D atipicamente exerce função executiva, consistente na aplicação de lei ao caso concreto sob circunstâncias especiais.
  • E exerce poder soberano em relação ao órgão executivo, sujeita, porém, sua decisão à aprovação do órgão judiciário.

Prevê o art. 54 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição do Estado de Sergipe que "a revisão da Constituição estadual será realizada pelo voto da maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa, imediatamente após a revisão de que trata o art. 3o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal". A revisão, na Constituição federal, está prevista, nos termos deste dispositivo, para ocorrer 5 anos após sua promulgação.
A revisão prevista no art. 54 do ADCT da Constituição estadual é

  • A incompatível com a Constituição federal, pois esta veda expressamente ao Estado proceder à revisão constitucional, sendo autorizada apenas sua reforma.
  • B expressão do poder constituinte decorrente, que impõe os limites à atuação do poder de reforma da Constituição, por ser inicial, ilimitado e incondicionado.
  • C hipótese de manifestação especial do poder de reforma da Constituição, à qual se impõe condição temporal inexistente para o procedimento usual de reforma.
  • D incompatível com a Constituição federal, pois a revisão constitucional nesta exige maioria qualificada de três quintos, mais ampla do que a maioria simples.
  • E incompatível com a Constituição federal, por se tratar de regra relativa ao exercício do poder constituinte derivado não cabível na Constituição estadual.

Deputado Estadual apresenta à Assembléia Legislativa projeto de lei complementar com vistas a introduzir alterações no regime jurídico dos servidores públicos civis do Estado. Após discussão e votação, o projeto é aprovado por maioria absoluta e encaminhado à sanção governamental. Decorridos quinze dias do recebimento do projeto pelo Governador, este permanecendo silente, o Presidente da Assembléia promulga a lei ordinária, que, na seqüência, é publicada e entra em vigor. Considerada a disciplina do processo legislativo na Constituição estadual, a lei em questão é

  • A materialmente inconstitucional, por não ter decorrido o prazo previsto para sanção tácita, antes da promulgação da lei.
  • B formalmente inconstitucional, por se tratar de matéria de iniciativa privativa do Governador do Estado.
  • C materialmente inconstitucional, por não se tratar de matéria reservada à lei complementar.
  • D formalmente inconstitucional, por insuficiência de quorum para aprovação do projeto na Assembléia.
  • E formal e materialmente constitucional, pois eventuais vícios de forma se convalidam com a promulgação.

Proposta de emenda à Constituição tendo por objeto o sistema de controle de constitucionalidade brasileiro prevê, dentre outras alterações, que o controle de omissões passaria a ser feito da seguinte maneira:

"A requerimento do Presidente da República, do Procurador- Geral da República ou dos Governadores de Estado, o Supremo Tribunal Federal declara a inconstitucionalidade por omissão de medidas legislativas necessárias para tornar efetivas as normas constitucionais, dando disso conhecimento ao órgão legislativo competente, para adoção das providências cabíveis."

Comparativamente à ação direta de inconstitucionalidade por omissão prevista na Constituição brasileira vigente, o mecanismo contido na referida proposta possui

  • A menor rol de legitimados para sua propositura, porém maior campo de abrangência quanto às omissões passíveis de controle.
  • B maior rol de legitimados para sua propositura, porém menor campo de abrangência quanto às omissões passíveis de controle.
  • C igual rol de legitimados para sua propositura e igual campo de abrangência quanto às omissões passíveis de controle.
  • D maior rol de legitimados para sua propositura e maior campo de abrangência quanto às omissões passíveis de controle.
  • E menor rol de legitimados para sua propositura e menor campo de abrangência quanto às omissões passíveis de controle.