Prova da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM-SP) - Aspirante da Polícia Militar - VUNESP (2022) - Questões Comentadas

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Os 40 anos dos governos dos reis D. João II e D. Manuel (1481-1521) cobrem momentos extremamente fecundos da história da Humanidade. É o tempo das grandes viagens e descobertas marítimas: a de Bartolomeu Dias que, na tábua das naus, sem combate com os homens mas tão só com os elementos, verificou a ligação do Atlântico e do Índico; a viagem de Cristóvão Colombo que ligou permanentemente a Europa, ávida de ouro e prata, a um novo continente, a América; a de Vasco da Gama que duradouramente uniu pelos oceanos e pelas naus da pimenta o Ocidente ao Oriente; a viagem de Pedro Álvares Cabral que ligou Lisboa e a Europa ao Atlântico Sul.

(António Borges Coelho. “Os argonautas portugueses e o seu velo de ouro (séculos XV e XVI)”. In: José Tengarrinha (org.). História de Portugal, 2001.)


O excerto refere-se à cronologia histórica que tem como referência o período de governo de dois reis portugueses. Nesse período,

  • A revelou-se aos olhos dos europeus a unidade cultural da humanidade e comprovou-se a equivalência religiosa das nações.
  • B intensificou-se o trânsito comercial a longa distância e elaboraram-se novas noções sobre o planeta Terra.
  • C empobreceram-se as sociedades europeias e consolidou-se o desabastecimento de gêneros alimentícios na Europa.
  • D adotou-se o livre cambismo em escala mundial e iniciou-se a migração intercontinental de povos.
  • E atenuaram-se os conflitos políticos entre os Estados europeus e dividiu-se o continente africano entre as potências capitalistas.

Os índios reduzidos fraudulentamente ao cativeiro constituem a imensa maioria da população servil. Ora, nenhum colono existe, por muito miserável, que não explore uma criatura do gentio. Com dois ou três índios tem a vida assegurada: um lhe pesca, outro lhe caça, outro lhe granjeia as roças.

(Alcântara Machado. Vida e morte do bandeirante, 2006. Adaptado.)


O excerto descreve as relações sociais na Capitania de São Vicente anteriores ao descobrimento das minas de ouro no final do século XVII. Confrontando-se a colonização dessa região com a de Pernambuco e da Bahia na mesma época, percebe-se, no povoamento do planalto paulista,

  • A o emprego da escravidão em oposição às formas de trabalho habituais nas grandes unidades açucareiras.
  • B a obediência estrita às leis metropolitanas em claro contraste com a rebeldia das sociedades litorâneas.
  • C a natureza mais endógena da economia de subsistência em comparação com os centros econômicos mais dinâmicos.
  • D o desconhecimento de produtos da exploração econômica característicos das plantations.
  • E a predominância das missões religiosas, diferentemente das organizações políticas antieclesiásticas das sociedades nordestinas.

[...] a revolução que eclodiu entre 1789 e 1848 [...] constitui a maior transformação da história humana desde os tempos remotos quando o homem inventou a agricultura e a metalurgia, a escrita, a cidade e o Estado. Esta revolução transformou, e continua a transformar, o mundo inteiro.

(Eric J. Hobsbawm. A Era das revoluções: Europa 1789-1848, 1981.)


As profundas rupturas históricas citadas no excerto definem-se como mudanças

  • A nos processos produtivos com consequências para as relações de trabalho e nas concepções políticas com o advento de novos projetos sociais.
  • B nas organizações políticas nacionalistas em benefício das monarquias absolutistas e no liberalismo econômico com a adoção do mercantilismo.
  • C nas sociedades urbanizadas com o retorno à vida natural e no trabalho em unidades fabris com a propagação do trabalho artesanal.
  • D na descentralização do poder político com a crise do feudalismo e no comunitarismo social com a formação da sociedade de classes.
  • E na cultura de massas com a consolidação da arte erudita e nos regimes parlamentaristas com a abolição do sufrágio universal.

A oligarquia cafeeira, como detentora dos maiores poderes políticos no período republicano, é responsável por algumas das deformações mais profundas da sociedade brasileira. Toda participação democrática na vida política se reduz aos grupos de pressão oligárquicos em disputa pelo controle das matérias que afetam os seus interesses.

(Darcy Ribeiro. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, 2008. Adaptado.)


A situação abordada no excerto remete a questões políticas presentes na Primeira República brasileira, tal como

  • A o estado de bem-estar social, que concentra as riquezas no governo federal.
  • B a política coronelista, que confere privilégios à vontade popular.
  • C o voto secreto, que inclui analfabetos e mulheres na política.
  • D o neocolonialismo, que reforça o controle político do país pelas potências econômicas.
  • E o patrimonialismo, que confunde as esferas de poder públicas e privadas.

Leia o trecho do discurso do ex-primeiro-ministro inglês Winston Churchill, pronunciado na cidade norte-americana de Fulton, em 1946.


    De Stettin, no Báltico, a Trieste, no Adriático, desceu uma cortina de ferro sobre o continente. Por trás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa Central e Oriental: Varsóvia, Berlim, Viena, Budapeste, Belgrado, Sófia e Bucareste.

(Martin Gilbert. Churchill: uma vida, 2016.)


Nesse discurso foi empregada a expressão “cortina de ferro”, que se referiu, em grande parte da segunda metade do século XX,

  • A às nações contrárias ao totalitarismo fascista na Segunda Guerra Mundial.
  • B à divisão do mundo em economias industrializadas e subdesenvolvidas.
  • C à comunidade econômico-monetária dos países da Europa Oriental.
  • D aos países socialistas liderados por uma potência dotada de armas nucleares.
  • E à emergência de Estados devido à dissolução de impérios como o Austro-húngaro.