Prova da Prefeitura de Brasília de Minas-2 - Médico - COTEC (2024) - Questões Comentadas

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Um homem de 35 anos, trabalhador em uma fábrica de solventes, é encontrado inconsciente em seu local de trabalho por colegas. O serviço de emergência é acionado e, ao chegarem, os paramédicos observam que o paciente está com respiração superficial e apresenta escala de coma de Glasgow 8. Não há sinais de trauma ou lesões aparentes. Ele é rapidamente transportado para o hospital, aonde chega hipotenso (PA: 80 x 50 mmHg) e bradicárdico (FC: 45 bpm), com extremidades frias e cianose periférica. Iniciado suporte avançado de vida com intubação orotraqueal e administração de fluidos intravenosos. Exames laboratoriais iniciais: creatinina = 1,1 mg/dL; ureia = 40 mg/dL; sódio = 138 mEq/L; potássio = 6,0 mEq/L; cloro = 100 mEq/L; glicemia capilar = 95 mg/dL; gasometria arterial: pH = 7,15; HCO3 = 12 mEq/L; pCO2 = 30 mmHg; lactato = 6 mmol/L; ânion gap = 24. Osmolaridade plasmática medida = 320 mOsm/kg; gap osmolar = 20 mOsm/kg. Urina I com presença de cristais de oxalato de cálcio. Com base no quadro clínico e laboratorial, qual a principal hipótese diagnóstica?

  • A Acidose hiperclorêmica por acidose tubular renal.
  • B Alcalose metabólica por ingestão de soda cáustica.
  • C Acidose láctica tipo A por hipoperfusão tecidual.
  • D Cetoacidose diabética.
  • E Intoxicação exógena por etilenoglicol.

Paciente feminina, 72 anos, com histórico de diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica, submetida há 12 dias à cirurgia de revascularização do miocárdio e troca valvar mitral por prótese biológica, evoluiu com infecção de sítio cirúrgico (mediastinite) e choque séptico. Encontra-se em Unidade de Terapia Intensiva, intubada e em ventilação mecânica, sob sedação contínua. Recebe noradrenalina 0,4 mcg/kg/min e vasopressina 0,03 U/min para manutenção da pressão arterial média (PAM) acima de 65 mmHg. Desenvolveu oligúria nas últimas 72 horas, com diurese inferior a 0,3 mL/kg/h, apesar do uso de furosemida em dose alta (200 mg/dia). Apresenta balanço hídrico positivo acumulado de 8 litros, congestão pulmonar importante e edema de membros inferiores. Exames laboratoriais recentes: creatinina 4,2 mg/dL (nível basal de 0,8 mg/dL), ureia 250 mg/dL, potássio 6,1 mEq/L, pH 7,20, bicarbonato 12 mEq/L e lactato arterial 3,5 mmol/L. Qual a modalidade de terapia renal substitutiva mais adequada para essa paciente nesse momento?

  • A Diálise peritoneal contínua ambulatorial.
  • B Hemodiálise intermitente.
  • C Hemodiálise prolongada.
  • D Terapia substitutiva renal contínua.
  • E Ultrafiltração lenta.

Mulher de 22 anos procura atendimento médico referindo disúria há 5 dias, associada à febre e dor lombar à direita nos últimos 2 dias. Nega outras queixas, hospitalizações recentes ou doenças prévias. Ao exame físico, a paciente encontrase consciente, eupneica, corada e hidratada. Sinais vitais: FC 106 bpm, PA 90 x 60 mmHg e FR 22 irpm. Ausculta cardíaca sem alterações e pulmões limpos. Ao exame abdominal, apresenta dor à palpação no flanco direito e sinal de punhopercussão lombar positivo à direita.


Exames laboratoriais: Urina rotina: pH 7,4, densidade 1020, nitrito positivo, leucócitos 50/campo (normal < 5), hemácias 10/campo (normal < 5) e bacteriúria.


Hemograma: leucocitose leve com desvio à esquerda.


Qual a conduta terapêutica inicial mais adequada para essa paciente?

  • A Cefuroxima intravenosa
  • B Cefalotina intravenosa.
  • C Sulfametoxazol/trimetoprima oral.
  • D Meropenem intravenoso.
  • E Amoxicilina oral.

Uma mulher de 50 anos, com histórico de doença renal policística, comparece para consulta de acompanhamento de doença renal crônica (DRC). Exame físico: pressão arterial (PA) 142 x 76 mmHg, frequência cardíaca (FC) 82 bpm, sem edemas. Exames laboratoriais: creatinina 2 mg/dL, clearance de creatinina 34 mL/min/1,73 m², cálcio 9,1 mg/dL, fósforo 4,5 mg/dL, fosfatase alcalina 65 UI/L, vitamina D 38 ng/mL e paratormônio (PTH) 154 pg/mL. Com base no caso clínico, qual a conduta mais adequada para a paciente?

  • A Suplementar carbonato de cálcio com vitamina D.
  • B Prescrever restrição hídrica rigorosa para prevenir a progressão da DRC.
  • C Orientar a restrição de alimentos ricos em fosfato.
  • D Iniciar o quelante de fósforo.
  • E Iniciar calcitriol para inibir a paratireoide.

Homem de 28 anos, com diagnóstico recente de infecção pelo HIV, procura atendimento médico com queixa de edema progressivo de membros inferiores, urina espumosa e redução do volume urinário há 3 meses. Relata fadiga, perda de apetite e náuseas. Nega hipertensão arterial, diabetes mellitus ou uso de medicamentos nefrotóxicos. Ao exame físico, apresenta-se em regular estado geral, com edema de membros inferiores (+++/4+) e pressão arterial de 130 x 80 mmHg.


Exames laboratoriais: creatinina sérica = 2,5 mg/dL; ureia = 80 mg/dL; albumina sérica = 2,0 g/dL; colesterol total = 350 mg/dL; triglicerídeos = 400 mg/dL; proteinúria de 24 horas = 10 g; exame qualitativo de urina com proteinúria (++++); hematúria microscópica (25 eritrócitos por campo) e cilindros hemáticos.


A ultrassonografia renal mostra rins de tamanho normal, com aumento da ecogenicidade cortical e perda da diferenciação corticomedular. O paciente relata dificuldade em aderir à terapia antirretroviral.


Qual o diagnóstico histológico mais provável e qual fator contribui para a progressão da doença renal nesse caso?

  • A Glomerulonefrite membranoproliferativa – hipertensão arterial sistêmica descontrolada.
  • B Glomeruloesclerose segmentar e focal – baixa adesão ao tratamento antirretroviral.
  • C Nefropatia membranosa – infecção crônica pelo vírus da hepatite C.
  • D Nefropatia por IgA – episódios recorrentes de infecção de vias aéreas superiores.
  • E Nefrite lúpica – doença autoimune sistêmica.