Prova da Prefeitura Municipal de Itapiranga - Médico - AMEOSC (2023) - Questões Comentadas

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Pensando no bem estar animal, o MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA, aprovou o REGULAMENTO TÉCNICO DE MÉTODOS DE INSENSIBILIZAÇÃO PARA O ABATE HUMANITÁRIO DE ANIMAIS DE AÇOUGUE, um REGULAMENTO TÉCNICO DE MÉTODOS DE INSENSIBILIZAÇÃO PARA O ABATE HUMANITÁRIO DE ANIMAIS DE AÇOUGUE com o objetivo de estabelecer, padronizar e modernizar os métodos humanitários de insensibilização dos animais de açougue para o abate, assim como o manejo destes nas instalações dos estabelecimentos aprovados para esta finalidade, em todos os estabelecimentos industriais que realizam o abate dos animais de açougue.
Sendo requisitos aplicáveis aos estabelecimentos de abate:

  • A Os animais que corram o risco de se ferirem mutuamente devido à sua espécie, sexo, idade ou origem devem ser mantidos em locais adequados e juntos até o abate.
  • B Os animais devem ser descarregados o bem devagar após a chegada; necessitando de um período espera, onde os animais devem ser protegidos contra condições climáticas extremas e beneficiar-se de uma ventilação adequada.
  • C Os animais acidentados ou em estado de sofrimento durante o transporte ou à chegada no estabelecimento de abate devem ser submetidos à matança de emergência. Para tal, os animais não devem ser arrastados e sim transportados para o local do abate de emergência por meio apropriado, meio este que não acarrete qualquer sofrimento inútil.
  • D Os animais mantidos nos currais, pocilgas ou apriscos devem ter livre acesso a água limpa e abundante e, se mantidos por até 48 (quarenta e oito) horas, não devem ser alimentados, e mantidos sem restrição hídrica.

A leishmaniose visceral (LV) é uma protozoonose crônica, sistêmica, caracterizada em humanos por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, entre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. No cão, principal reservatório e fonte de infecção no meio urbano, a doença caracteriza-se por febre irregular, apatia, emagrecimento, descamação e úlceras na pele, e em geral, no focinho, nas orelhas e extremidades, conjuntivite, paresia do trem posterior, fezes sanguinolentas e crescimento exagerado das unhas (Brasil, 2016). Como medida de prevenção e controle direcionadas à população humana, temos:

  • A Medidas de proteção individual, tais como: uso de mosquiteiro com malha fina, telar portas e janelas, uso de repelentes, não se expor nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite) em ambientes onde este habitualmente pode ser encontrado.
  • B Uso de coleiras impregnadas com deltametrina a 4%, como medida de proteção individual.
  • C Uso de telas em canis individuais ou coletivos, e realizar exame sorológico para LV dos cães, de acordo com a situação epidemiológica.
  • D Medidas de manejo e saneamento ambiental, por meio da limpeza urbana, eliminação e destino adequado dos resíduos sólidos orgânicos, eliminação de fonte de umidade, permanência de animais domésticos dentro de casa, entre outras ações que reduzam o número de ambientes propícios para proliferação do inseto vetor.

A tuberculose bovina, é uma doença infecto contagiosa, crônica, causada por infecção de diferentes espécies de bactérias ácido- álcool resistentes, do gênero Mycobacterium, afectando diversas espécies animais domésticas e silváticas. Nos bovinos caracteriza-se pela:

  • A Formação em vários tecidos e nomeadamente nos pulmões e gânglios linfáticos, de tubérculos ou granulomas ou que são constituídos por um núcleo caseoso de tecido necrótico rodeado por uma zona de inflamação granulomatosa.
  • B Activação de esporos latentes na musculatura (Manqueira ou "Blackleg" ou "Blackquarter").
  • C Miosite gangrenosa focal associada a celulite localizada.
  • D Infecção através de feridas (gangrena gasosa).

Os matadouros-frigoríficos brasileiros, notadamente os de bovinos, têm, nestes últimos anos, experimentado sensível progresso técnico, no que respeita a instalações, equipamento e métodos operacionais. Assim, existem requisitos exigidos ou recomendados pelo Serviço de Inspeção Federal no tocante às instalações e ao equipamento direta ou indiretamente relacionados com a inspeção "ante-mortem" e "postmortem" e com a higiene e a racionalização das operações do abate de bovinos. Torna-se necessário esclarecer, antes de tudo, que nestas Instruções são definidas por INSTALAÇÕES o que diz respeito ao setor de construção civil da sala de matança, dos currais e seus anexos. Os currais devem estar localizados de maneira que os ventos predominantes não levem em direção ao estabelecimento poeiras ou emanações; devem, ainda, ewtar afastados não menos de 80 m (oitenta metros) das dependências onde se elaboram produtos comestíveis e isolados dos varais de charque por edificações (Art. 34-7 do RIISPOA). Classificam-se em: Currais de Chegada e Seleção, Curral de Observação, Currais de Matança. Podemos definir currais de chegada e seleção e sua estrutura física como:

  • A Destinam-se ao recebimento e apartação do gado para a formação dos lotes, de conformidade com o sexo, idade e categoria. Devem apresentar os seguintes requisitos: área nunca inferior à dos currais de matança; facilidades para o desembarque e o recebimento dos animais, possuindo rampa suave (declive máximo de 25 graus), construída em concreto-armado, com antiderrapantes; iluminação adequada (5 watts p/m2 ); pavimentação, com desaguamento apropriado, declive de 2% (dois por cento), no mínimo; superfície plana (com antiderrapantes no raio das porteiras), íntegra, sem fendas, dilacerações ou concavidades que possam provocar acidentes nos animais, ou que dificultem a limpeza e desinfecção; cercas de 2m (dois metros) de altura, construídas em madeira aparelhada ou de outro material resistente, sem cantos vivos ou proeminências (pregos, parafusos, etc.), que possam ocasionar contusões, ou danos à pele dos animais.
  • B Destinam-se a receber os animais aptos à matança normal. Necessitam atender às especificações como: área proporcional à capacidade máxima de matança diária do estabelecimento, obtida multiplicando-se pelo coeficiente 2,50m2 (dois e meio metros quadrados). Nos futuros projetos será exigida a localização destes currais aos dois lados de um corredor central de, no mínimo, 2m (dois metros) de largura. Para melhor movimentação do gado, cada curral deve ter duas porteiras da mesma largura do corredor: uma delas para entrada, de modo que, quando aberta, sirva de obstáculo para o gado não ir à frente; outro, de saída, para, quando aberta, impedir o retorno do gado pelo corredor com luz artificial num mínimo de 5w (cinco watts) por metro quadrado.
  • C Será construída em alvenaria, com paredes impermeabilizadas com azulejos ou outro material aprovado pela DIPOA; terá janelas e portas teladas; piso impermeável e íntegro com declive para ralo central e escoamento separado dos fluentes da indústria. Deverá dispor de instalações de água e vapor para higienização e pia com torneira acionada a pedal, munida de saboneteira de sabão líquido e de munidor de desinfetante; disporá ainda de mesa metálica fixa na parede, de armário metálico para o guarda de instrumentos de necropsia e desinfetantes, e ainda de carrinho metálico provido de tampa articulada, que permita perfeita vedação, para o fim especial de transportar os despojos do animal para a graxaria, quando for o caso.
  • D Destina-se exclusivamente a receber, para observação e um exame mais acurado, os animais que, na inspeção "ante-mortem", forem excluídos da matança normal por suspeita de doença. Deve atender às seguintes especificações: adjacente aos currais de chegada e seleção e destes afastado 3m (três metros) no mínimo; "cordão sanitário", com altura de 0,50m (cinqüenta centímetros), quando se tratar de cerca de madeira; área correspondente a mais ou menos 5% (cinco por cento) da área dos currais de matança; as duas últimas linhas superiores de tábuas, no seu contorno, pintadas de vermelho, ou uma faixa da mesma cor, em altura equivalente, quando se tratar de muro de alvenaria; identificável por uma tabuleta e possuir cadeado.

O Dictyocaulus viviparus é um nematóide que acomete bovinos, bubalinos e cervídeos. Sua patogenia pode ser dividida em quatro fases, a melhor definição para a fase patente e o período que ela ocorre é:

  • A Ocorre do 61º ao 90º dia, junto com a fase de recuperação, após os vermes pulmonares adultos terem sido expelidos; lesões decorrentes da infecção podem permanecer, como fibrose brônquica e peribrônquica, por semanas ou meses; pode ocorrer, nesta fase, a "bronquite parasitária pós-patente", caracterizada pela epitelialização alveolar (substituição do epitélio alveolar por um epitélio cubóide, que é afuncional), o que compromete muito a troca gasosa, gerando mais enfisema intersticial e edema pulmonar; isto ocorre devido a aspiração das substâncias presentes nos vermes mortos; outra causa de mortalidade nesta fase é a pneumonia intesticial aguda, caracterizada por infecção bacteriana secundária dos pulmões não totalmente recuperados das lesões causadas pelos vermes.
  • B Ocorre do 1º ao 7º dia, e as larvas ainda não chegaram aos pulmões.
  • C Ocorre do 8º ao 25º dia, onde as larvas surgem nos alvéolos, causando alveolite, surgindo depois a bronquiolite e a bronquite; células do infiltrado inflamatório (neutrófilos, eosinófilos, macrófagos) formam tampões nas luzes dos bronquíolos, causando colapso de grupos de alvéolos; animais altamente infectados podem morrer a partir do 15? dia por insuficiência respiratória devido ao enfisema intersticial e edema pulmonar.
  • D Ocorre do 26º ao 60º dia, é caracterizado por bronquite parasitária, com os vermes adultos envoltos por muco branco e espumoso na luz dos brônquios epitélio brônquico torna-se hiperplásico e intensamente infiltrado por células inflamatórias, principalmente eosinófilos; surge tambem a pneumonia parasitária causada por aspiração de ovos e L1 nos alvéolos o que gera a produção de infiltrados inflamatórios ao redor (leva à atelectasia alveolar); pode haver graus variáveis de enfisema intersticial e edema.