Prova da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora - Pedagogo - CONSULPLAN (2022) - Questões Comentadas

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Seja em seu caráter somativo em larga escala, ou utilizada cotidianamente nas instituições de ensino, a avaliação educacional é indispensável para garantir o direito à educação. Seu objetivo principal precisa ser sempre focado em criar evidências para nortear o trabalho de professores, gestores, bem como a formulação de políticas públicas para a educação básica, indo contra o uso destas como mero instrumento para punir os alunos com mais dificuldades ou classificá-los conforme o desempenho. Dessa forma, é importante ampliar nosso conceito de avaliação para compreender práticas avaliativas que estejam além daquelas usualmente enfatizadas e que se limitam ao processo de verificação de conhecimentos ou acompanhamento da aprendizagem, pois há mais que isso nos processos de avaliação, sejam formais ou informais. Diante do exposto, assinale a afirmativa correta. 
  • A A parte mais dramática e relevante da avaliação se localiza nos subterrâneos onde os juízos de valor ocorrem.
  • B No plano da avaliação informal, estão os juízos de valor visíveis que acabam por caminhar paralelos aos resultados das avaliações finais.
  • C O jogo de representações vai construindo imagens e autoimagens independentes das decisões metodológicas que o professor implementa na sala de aula.
  • D As avaliações formalizadas são independentes das avaliações informais, implícitas, fugidias, que se formam ao sabor da interação na aula ou refletindo sobre ela.
  • E As estratégias de trabalho do professor em sala de aula ficam permeadas por juízos de valor sem impacto no investimento que o professor fará neste ou naquele aluno.
De acordo com o Referencial Curricular da Rede Municipal de Juiz de Fora, as discussões curriculares abrangem não somente a sistematização de conhecimentos dos diferentes componentes curriculares, etapas da educação básica e modalidades de ensino, mas, também, aspectos didático-pedagógicos de professores, processos de ensino e de aprendizagem, avaliação e, principalmente, cultura e pertencimentos das crianças e estudantes, em prol de sua formação integral. Não obstante, deve-se estar atento: 
  • A À possibilidade de integrar o currículo organizado por disciplinas, para que este seja capaz de dar conta de aprendizagens significativas.
  • B À compatibilidade entre a proposta curricular e a infraestrutura entendida como espaço formativo dotado de efetiva disponibilidade de tempos para a sua utilização e acessibilidade.
  • C Ao processo de interação cultural, em uma relação entre professor/criança/estudante, como trocas culturais que potencializam a formação discente de forma restrita e significativa.
  • D Em pensar uma estrutura curricular por áreas, que pressupõem – a interdisciplinaridade entre os diferentes componentes curriculares, sendo necessário abrir mão de seus conhecimentos específicos. 
  • E Ao processo de ensino-aprendizagem de crianças e estudantes, que deve ser realizado de forma dialogada, contextualizada, desafiadora, estimulando a participação dos discentes nas aulas, determinando suas formas de ver o mundo e de atuarem nele. 
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço da educação especial que organiza atividades, recursos pedagógicos e de acessibilidade, de forma a complementar ou suplementar a escolarização dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, matriculados em classes comuns do ensino regular. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. Sobre tal complementação ou suplementação, é correto afirmar que:
  • A O atendimento suplementar trabalha com alunos que possuem dificuldades no processo de ensino e aprendizagem, de forma a consolidar o conhecimento. 
  • B O atendimento complementar é usado quando os alunos possuem altas habilidades/superdotação, o que faz com que o ensino seja adaptado às suas necessidades.
  • C O atendimento complementar atua para suprir a falta de determinada necessidade educacional; o atendimento suplementar é usado quando o aluno já possui o conhecimento necessário. 
  • D O atendimento suplementar atua para suprir a falta de determinada necessidade educacional, o atendimento complementar é usado quando o aluno já possui o conhecimento necessário.
  • E Esse serviço, instituído pelo Projeto Político-Pedagógico da escola, é realizado, preferencialmente, na sala de recursos multifuncionais, individualmente, para se garantir atenção exclusiva, no mesmo turno ao da escolarização em sala de aula comum.
No âmbito da sociedade civil, o movimento “escola sem partido” tem construído uma forte articulação política para aprovar uma Lei que altere a LDB, de modo a impedir que escolas públicas e docentes promovam suas preferências ideológicas ou aplicação dos postulados da teoria ou ideologia de gênero. Paralelamente a tal movimento, vários grupos conservadores têm incentivado pais e alunos a enviarem notificações extrajudiciais aos docentes para proibir- -lhes de tratar sobre “ideologia de gênero” nas escolas, assim como a denunciarem e processarem judicialmente docentes e gestores que insistirem em abordar essa temática e/ou questionar os modelos de gênero e sexualidade estabelecidos. Com impacto direto no currículo escolar, os diversos fatos citados anteriormente nos permitem perceber claramente:
  • A O comprometimento de todo o edifício social e legal que tinha seu sustento sobre a instituição da família. Os princípios legais para a construção de uma nova sociedade, baseada na total permissividade sexual, terão sido lançados na escola sem partido.
  • B Que, para além da luta pela inclusão das demandas por igualdade de gênero e orientação sexual nos planos nacionais, estaduais e municipais de educação, os grupos conservadores têm atuado diretamente no sentido de incentivar estas temáticas nos materiais didáticos, nas práticas e na formação docente.
  • C Os contornos do que pode ser caracterizado como um debate hegemônico entre os discursos que assumem e afirmam o caráter normativo dos modelos de masculinidade, femilinidade, relacionamento afetivo e sexualidade considerados tradicionais e naturais, bem como os discursos que recusam essa naturalização e defendem perspectivas pluralistas.
  • D O aparecimento do que pode ser caracterizado como um debate contra-hegemônico entre os discursos que assumem e afirmam o caráter legalista dos modelos de masculinidade, femilinidade, relacionamento afetivo e sexualidade considerados contra a natureza humana, bem como os discursos que recusam essa naturalização e defendem perspectivas maniqueístas.
  • E A forma como a sociedade tornou-se vítima de uma revolução sexual promovida por uma aliança de poderosas organizações, forças políticas e meios de comunicação, a qual atenta contra a própria existência da família como célula básica da sociedade. Para tal, os defensores da “escola sem partido” tentam implantar no ensino básico um currículo que desenvolva a educação para o respeito entre os diferentes grupos presentes na sociedade.

A taxa de analfabetismo ainda recua a passos lentos, descendo a 6,6% em 2019. O Brasil ainda tem 11,041 milhões de analfabetos, ou seja, pessoas que já completaram 15 anos de idade sem aprender a ler nem escrever. A imensa maioria deles, cerca de 76%, era de cor preta ou parda. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Educação 2019, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A concentração de analfabetismo tem faixa etária e raça. A taxa de analfabetismo fica mais alta, ainda, ao restrigir às pessoas de 60 anos ou mais (de idade) e, além disso, da cor preta ou parda.”

(Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2020/07/15/ibge-analfabetismo-cai-a-66-em-2019-mas-11- milhoes-nao-sabem-ler-nem-escrever.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 27/03/2022. Adaptado.)


É necessário um esforço conjunto entre os entes federados no enfrentamento desta situação no Brasil. Particularmente, no município de Juiz de Fora, o Plano Municipal de Educação prevê estratégias a serem implementadas a partir de sua promulgação, tendo o combate ao analfabetismo da população entre as suas metas. São consideradas estratégias para o alcance desta meta durante a vigência do Plano Municipal de Educação, EXCETO: 

  • A A Secretaria de Educação buscará articulação em vários níveis, incluindo Instituições de Ensino Superior públicas, para promoção de atividades culturais, tecnológicas e de lazer à população jovem, adulta e idosa.
  • B A Secretaria de Educação, em regime de colaboração com a Superintendência Regional de Ensino, implementará ações de alfabetização de jovens e adultos, visando garantir o acesso e a continuidade da escolarização básica com turmas seriadas a fim de manter a qualidade do ensino.
  • C A Secretaria de Educação articulará com a Superintendência Regional de Ensino a abertura de turmas de ensino médio, modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), no início de cada período letivo de regime semestral, possibilitando a continuidade dos estudos para os alunos com terminalidade do ensino fundamental.
  • D A Secretaria de Educação proverá a assunção técnica e financeira dos serviços de transporte escolar, alimentação e saúde, inclusive atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, em articulação com a área de saúde, incluindo atendimento psicopedagógico, para todos os alunos do território matriculados e frequentes na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
  • E A Secretaria de Educação, em articulação com a Secretaria de Desenvolvimento Social e em colaboração com a Universidade Federal de Juiz de Fora, buscará o desenvolvimento de políticas de erradicação do analfabetismo e acesso à tecnologias educacionais; a implementação de programas de valorização e compartilhamento dos conhecimentos e experiência dos idosos; e, a inclusão de temas sobre velhice e envelhecimento nas escolas.