Prova da Prefeitura Municipal de Teresina - Professor - Geografia - NUCEPE (2019) - Questões Comentadas

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Se nos situarmos do ponto de vista da evolução histórica dos instrumentos de trabalho, em um enfoque vertical, constataremos que a natureza do espaço social tem mudado. Se preferirmos um enfoque horizontal, isto é, dentro de cada espaço, encontraremos uma distribuição irregular de modelos mais avançados dos instrumentos de trabalho, mas também a coabitação de modelos antigos e modernos e em muito raros lugares há a homogeneidade de instrumentos de trabalho de acordo com, ou do ponto de vista de sua “idade”. Os lugares, então, se diferenciam: de um lado, pelo grau de modernização dos recursos; de outro lado, pela forma com que se combinam as diferentes modalidades de recursos.
SANTOS, M. Por uma geografia nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. São Paulo: Edusp, 2004.
Tendo por base a abordagem teórica sobre o espaço geográfico, deve-se entender que

  • A o espaço é constituído a partir da produção de próteses, de acordo com cada momento histórico específico e, após cada momento de construção, funciona como receptáculo inerte das relações sociais vigentes.
  • B o espaço geográfico é constituído ao longo da história, a partir das funcionalidades por ele demandadas em dado momento histórico e social, formando um complexo de tempos e processos desiguais acumulados.
  • C a organização do espaço geográfico se dá a partir do trabalho atual, que se desenha levando em conta o trabalho preexistente materializado em formas espaciais pretéritas, através das quais as funções espaciais se perpetuam.
  • D a produção do espaço ocorre na combinação do trabalho preexistente, materializado em formas espaciais, com o trabalho atual, num processo que leva em conta as diferentes técnicas disponíveis e as demandas socioeconômicas locais e globais.
  • E a construção do espaço é dada pelo movimento da sociedade e da produção, notadamente da produção capitalista, e é constituído por um conjunto de coisas, funcionando como estrutura subordinada e subordinante da sociedade.

Um conceito importante é que o espaço constitui uma realidade objetiva, um produto social em permanente processo de transformação. O espaço impõe sua própria realidade; por isso a realidade não pode operar fora dele. Consequentemente, para estudar o espaço, cumpre apreender sua relação com a sociedade [...]. SANTOS, M. Espaço e método. São Paulo: Nobel, 1985.
Segundo Milton Santos, para se analisar o espaço social em qualquer tempo, é fundamental tomar, de maneira integrada, as categorias de análise do espaço, que são

  • A sociedade e espaço.
  • B tempo, espaço e produção.
  • C forma, função, estrutura e processo.
  • D espaço, lugar, território, região e paisagem.
  • E extensão, analogia, causalidade, conexão e atividade.

Nas atuais condições de globalização, a metáfora proposta por Pascal parece ter ganho realidade: o universo visto como uma esfera infinita, cujo centro está em toda parte. Na verdade, a globalização faz também redescobrir a corporeidade. O mundo da fluidez, a vertigem da velocidade, a frequência dos deslocamentos e a banalidade do movimento e das alusões a lugares e a coisas distantes, revelam, por contraste, no ser humano, o corpo como uma certeza materialmente sensível, diante de um universo difícil de apreender.
SANTOS, M. A Natureza do espaço: tempo e técnica, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2008.
A partir do entendimento do fragmento e da compreensão do conceito de lugar, deve-se considerar que

  • A o lugar é o intermédio entre o indivíduo e o mundo, uma vez que o mundo, para o indivíduo, é estranho e abstrato, e somente no lugar ele ganha contornos reais, pois é nele que o homem constrói um quadro de uma referência pragmática com mundo.
  • B o lugar é o subespaço de interação do homem com o meio geográfico e nele o indivíduo constrói referências de localização, de relações sociais e de afetividade, que só se dão no âmbito local, estritamente em função de forças globais.
  • C o lugar pode ser entendido como o espaço cotidiano compartilhado entre as mais diversas pessoas, firmas e instituições, sendo cooperação e conflito a base da vida em comum que nele se dá, num quadro em que as questões coletivas se sobrepõem às individuais.
  • D o lugar é constituído a partir de uma própria racionalidade fundada em fatores locais, endógenos e orgânicos, mas cuja existência funcional é dependente de fatores externos, pois cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma razão global.
  • E o lugar se funda na escala do cotidiano, e seus parâmetros são a copresença, a vizinhança, a intimidade, a emoção, a cooperação e a socialização, obedecendo a normas globais a partir de vetores técnicos, informacionais, econômicos, sociais, políticos e culturais.

A superfície da Terra é uma superfície curva expressa pelo elipsoide de referência. É relativamente fácil transformar o elipsoide em uma esfera com a mesma superfície: constrói-se, então, um “globo terrestre”. Mas, para passar de elipsoide a um mapa desenhado sobre um plano, é necessário estabelecer entre os pontos do elipsoide e os do plano uma dada correspondência, que gera um grande número de possibilidades de projeções. Algumas são construções geométricas perspectivas a partir de um ponto de vista convenientemente escolhido; as outras são obtidas por cálculo que estabelece uma relação analítica entre o elipsoide e a superfície de projeção.
Fonte: JOLY, F. A Cartografia. Tradução de Tania Pellegrini. Campinas: Papirus, 1990.
Uma dada projeção cartográfica utiliza, no processo de representação, uma propriedade específica, caracterizando-se como

  • A conforme, quando os ângulos são sensivelmente alterados para manter a similaridade com os espaços representados (formas), e as proporções de área são deformadas.
  • B equivalente, quando se conserva a relação entre as áreas representadas e a superfície real, mas as formas são alteradas pois os ângulos são deformados.
  • C equidistante, quando se conservam as distâncias do mapa proporcionais às distâncias contadas sobre a esfera, em qualquer direção a ser representada.
  • D geométrica, quando se utiliza uma superfície auxiliar, sobre a qual as coordenadas esféricas são transportadas segundo um princípio geométrico bem definido.
  • E afilática, quando reúne características de todas as projeções, tendendo a distorções mínimas de ângulos, áreas e distâncias representadas.

Curvas de nível são linhas que ligam pontos, na superfície do terreno, que têm a mesma altitude (cota). As curvas de nível são representadas no mapa cobrindo uma área, o que permite ao intérprete uma visão mais holística da sinuosidade do terreno, fato que possibilita a identificação de formas geomorfológicas distintas, como vales, divisores de água e outras, conforme se podem verificar na figura a seguir:

  • A isoietas.
  • B isóclinas.
  • C isoípsas.
  • D curvas paralelas.
  • E curvas batimétricas.