Prova da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto - Professor - Matemática - VUNESP (2019) - Questões Comentadas

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Com base no texto, é correto concluir que o autor

  • A menciona o antagonismo existente entre os poetas e as crianças com o intuito de condenar a indiferença humana.
  • B se inclui entre aqueles que banalizam o olhar, compartilhando suas reflexões com os leitores.
  • C dá aos leitores, na última frase do texto, uma sugestão de como agir em face da realidade descrita.
  • D utiliza termos como “pontualíssimo” e “monstro” para atenuar as ideias expostas.
  • E se serve de termos ambíguos, como “deprimente” e “girafa”, para dar complexidade ao texto.

Uma coordenadora pedagógica foi informada de que no bairro da escola pública em que trabalha, um grupo de moradores organizou um projeto de atividades esportivas, cuja participação de crianças e adolescentes era condicionada à frequência e ao desempenho escolar. O documento “Conselho escolar e a relação entre a escola e o desenvolvimento com igualdade social” (Aguiar et al., 2006) traz recomendações para a interação da escola com a comunidade em que se insere.
Adotando uma conduta compatível a essas recomendações, a coordenadora

  • A desincentiva o projeto e alerta o Conselho Escolar, uma vez que entidades comunitárias não podem assumir o papel da instituição escolar no controle do desempenho acadêmico.
  • B permanece afastada do projeto, pois as fronteiras entre o universo escolar e a vida comunitária devem ser fixas e claras, de modo a preservar suas respectivas autonomias.
  • C interage com a organização do projeto de natureza socioeducativa, buscando estabelecer um diálogo entre o trabalho do grupo comunitário e a organização político-pedagógica da escola.
  • D condiciona a participação dos estudantes da escola no projeto à presença de um profissional da instituição que possa avalizar e legitimar as atividades pedagógicas lá conduzidas.
  • E aproveita a mobilização que o projeto obtém junto à comunidade e oficializa as suas atividades em substituição às aulas regulares de Educação Física da escola.

O fracasso escolar é um tema de crucial importância para a reflexão pedagógica, tendo inclusive implicações sociopolíticas. Para Libâneo (2013), a escola pública democrática deve considerar as características de sua clientela, porque

  • A a qualidade de ensino é inseparável das características econômicas, socioculturais e psicológicas, ou seja, das condições reais dos alunos.
  • B não se pode exigir o mesmo nível de qualidade das instituições particulares, o que resulta na penalização excessiva do aluno.
  • C famílias desajustadas são o núcleo do fracasso escolar, sendo o desempenho do aluno seu reflexo.
  • D os objetivos pedagógicos devem ser traçados com base no perfil de um estudante ideal dessa mesma clientela.
  • E isso permite nivelar a turma pelos melhores alunos, elevando o desempenho geral do grupo.

Como vimos no caso, a ação docente partiu de um problema comum, que envolve a ansiedade dos estudantes nas situações de provas. Luckesi (2006) trata do uso da avaliação como disciplinamento social dos alunos em uma pedagogia do exame. A esse respeito, de acordo com o autor, é correto afirmar que

  • A o medo é um instrumento poderoso de controle social, que força a adequação a comportamentos tidos como desejáveis e torna sujeitos submissos.
  • B os jovens de hoje sofrem mais com as pressões psicológicas por receberem uma educação permissiva de seus pais, exigindo que a avaliação se adeque a esse novo perfil.
  • C o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe castigos físicos nas escolas e, consequentemente, não cabe mais falar em medo no contexto escolar.
  • D é importante se utilizar de mecanismos de pressão psicológica para desenvolver bons hábitos e atitudes nos estudantes, pois são meios válidos e sutis de pressão duradoura.
  • E o conjunto de combinados decidido em reunião de pais guia a prática de disciplinamento social, moldando o caráter e o comportamento dos estudantes daquela comunidade de acordo com seu contexto singular.

Uma estudante com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista foi matriculada em uma sala regular de ensino. Segundo relatos da professora, é a primeira vez que a docente trabalha com uma aluna autista e, por isso, realizou leituras e buscou informações sobre o distúrbio. A estagiária se encontra nessa mesma situação, sendo seu primeiro contato. A aluna fica a cargo da estagiária para que a professora possa trabalhar com o restante da sala. Assim, a estagiária já construiu um vínculo com a menina, realizando os contatos pedagógicos e intervenções. Foi colocado um colchão no fundo da sala para que a aluna possa se deitar e dormir, o que costuma fazer por duas horas diariamente. Ela também se dirige para lá quando está irritada. Seu ensino na escola é adaptado, específico para seu transtorno, com atividades facilitadas, cujo nível de profundidade foi previamente determinado pela professora (caso adaptado de Ferreira e Bezerra, 2016).

De acordo com a discussão de Mantoan (2001) a respeito da inclusão escolar, é possível afirmar que o caso descrito

  • A é um exemplo de sucesso, pois a aluna se encontra em sala de aula comum, o que já caracteriza sua inclusão.
  • B representa a prática de segregar os atendimentos e individualizar o trabalho com a aluna de modo a mantê-la excluída, ainda que dentro de sala regular.
  • C mostra uma inversão dos papéis, já que a professora deveria se incumbir da aluna especial, enquanto a estagiária, menos experiente, conduziria a turma.
  • D indica a necessidade de encaminhamento da aluna a uma escola especializada, que conte com professores capacitados para seu caso.
  • E ilustra a boa articulação da equipe pedagógica que, dividida, atende bem aos alunos normais e especiais simultaneamente, incluindo a todos.