Prova do Vestibular - IFN-MG (2018) - Questões Comentadas

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Sobre as características das escolas literárias brasileiras, é INCORRETO afirmar que:

  • A O Realismo centraliza na caracterização das personagens, com o propósito de denunciar o caráter humano e a hipocrisia da sociedade burguesa do século XIX.
  • B A Escola Naturalista apresenta obras cujas personagens exemplificam a corrente filosófica denominada Determinismo, proposta Hippolyte Taine, para o qual a hereditariedade e o meio social explicam o comportamento humano.
  • C As personagens românticas são representativas das camadas sociais que viviam à margem: prostitutas, policiais, moradores dos cortiços, enfim, tipos humanos em embate com a sociedade burguesa.
  • D O Naturalismo brasileiro explorou personagens simples, patológicas, mórbidas e doentias.

TEXTO 05


Considere o trecho:


“Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de dona Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e, conseguintemente, que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: – Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.” (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994).


O trecho é um exemplar:

  • A Do modo digressivo da escrita machadiana.
  • B Do pessimismo, da ironia machadiana e do recurso metalinguístico que inclui a conversa com o leitor.
  • C Da análise psicológica das personagens machadianas, as quais representam a classe proletária do século XIX.
  • D Da precisão de detalhes como o autor descreve as personagens e a ambientação burguesa do século XIX.

TEXTO 06


Januária, Bonito de Minas, Chapada Gaúcha, Arinos, Urucuia – O buriti que se mira no espelho d’água vai se firmando mais e mais como um traço do passado retido na memória de antigos moradores, em fotografias e na bela imagem literária de Guimarães Rosa. (...)

As veredas que mataram a sede do narrador da saga, de Diadorim e Zé Bebelo, hoje agonizam e perdem a capacidade de armazenar o líquido no período chuvoso para alimentar córregos e rios ao longo do ano (...)

O veredito é trágico. Setenta por cento das veredas estão ameaçadas de desaparecer em curto prazo, continuamente maltratadas pelas mãos do homem, revela a pesquisadora do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) Maria das Dores Magalhães Veloso, a Dora, que há oito anos se debruça sobre o tema.

Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/10/16/interna_gerais,814549/veredas-de-guimaraes-rosa-agonizam-no-interior-deminas-gerais.shtml. Acesso em 28 abr. 2018. Adaptado.


Ao trazer a notícia, o jornalista Luiz Ribeiro evoca:

  • A Guimarães Rosa, em “Noites no Sertão”, obra realista que descreve as veredas do sertão norte e noroeste mineiro.
  • B Guimarães Rosa, em “Noites no Sertão”, obra realista que descreve as veredas do sertão norte mineiro.
  • C A obra literária “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa, autor do modernismo (terceira fase), representante do regionalismo brasileiro.
  • D João Guimarães Rosa, autor de ficção experimental da prosa da primeira geração do modernismo.

TEXTO 07


Considere o trecho do conto “Uma velhinha”, de Márcio Moraes.


“Hoje, revi, depois de quinze anos, uma velhinha, que há quinze anos já era velha. Naquele tempo ela vendia panos de prato bordados nas ruas da cidade. (...) mas nunca tinha fixado o meu olhar e coração em seu ser, com tanta intensidade, (...).

Sim, encontrei-me não apenas com uma velhinha que se fixara em minha memória desde o primeiro dia que a vi há quinze anos. Encontrei-me também com aquele Office boy que corria de um banco a outro. (...)

Hoje encontrei-me a mim mesmo. Estava perdido no tempo que me trouxe a velhinha de volta.(...)

Hoje, revivi”

(MORAES, Márcio Adriano. Tecidos do Imaginário: Ler-Se(R). Revista Literartes. São Paulo: USP. n. 01. p. 01 e 02, 2012).


Esse reencontro do narrador-personagem com a velhinha representa:

  • A O encontro com um passado triste.
  • B Um encontro com um office boy que também fora visto pelo narrador há quinze anos.
  • C Um encontro casual que provocou os mesmos efeitos de quinze anos atrás.
  • D O encontro do narrador consigo mesmo, no presente e no passado.

Sobre a obra “Olhai os Lírios do Campo” de Érico Veríssimo, podemos afirmar que:

  • A A fé e o materialismo são duas forças que se contrapõem na obra.
  • B Não predomina o discurso religioso na obra.
  • C A fé não é capaz de mudar a trajetória das personagens.
  • D Na narrativa de “Olhai os Lírios do Campo”, as dimensões temporais do presente e do passado não se relacionam, isto é, funcionam de modo independente.