Prova da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC - PR) (2016) - Questões Comentadas

Limpar Busca

O conhecimento de certas unidades menores das palavras pode nos favorecer quando encontramos um vocábulo que não fazia parte do nosso inventário lexical até o momento. Normalmente oriundos de línguas como o latim ou o grego, esses elementos são muito comuns na formação de palavras que usamos modernamente. No texto, em

  • A machismo, o sufixo indica movimento religioso.
  • B integrantes, o sufixo indica agente.
  • C desconstrução, o prefixo indica intensidade.
  • D misoginia, o elemento miso– significa mulher.
  • E Debruçamo-nos, o radical origina-se de braço.

Da leitura desse trecho, é possível afirmar que o segundo parágrafo, em relação ao primeiro,

  • A exime o autor da culpa por ter enganado a professora.
  • B sugere que atualmente o mesmo ato seria tolerado.
  • C antevê uma prática que já seria natural há alguns anos.
  • D faz uma relativização temporal do ato descrito.
  • E mostra uma causa do que já era feito em 2000.

A crise e a crase

Ônibus de turismo já costumavam parar em frente à mansão de Chiquinho Scarpa, em São Paulo, para que os passageiros tirassem fotos. Há um mês, o movimento aumentou. É que o playboy de 64 anos estendeu uma faixa no jardim, com seu rosto estampado. Diz ele que os motoristas que passam por ali aprovam a mensagem, gritando: “É isso aí, Chiquinho”. O slogan: “Juntos pelo Brasil! Não a (sic) luta de classes!”.

Veja, 20/04/2016, p. 89.

O emprego ou a omissão do acento grave indicativo de crase pode mudar o sentido de uma afirmação. A análise adequada do slogan referido no texto, considerando-se o emprego ou não do acento grave, encontra-se em:

  • A Sem o acento grave, a afirmação fica sem sentido e por isso vem acompanhada do vocábulo sic, para mostrar que não foi feita uma alteração gramatical necessária.
  • B O vocábulo sic, empregado na reprodução do slogan, indica que houve a manutenção do estilo de elaboração do texto, o que não fere a norma-padrão.
  • C A opção pela omissão do acento grave revela que o autor do slogan se refere a uma luta geral, sem que haja recorte de envolvidos.
  • D Caso optasse pelo emprego do acento grave, o autor do slogan geraria ambiguidade no enunciado, pois não seria possível identificar que luta estaria em questão.
  • E As pessoas que passam pelo local em que se encontra o slogan compreendem a mensagem de duas maneiras, por isso fazem elogios ao autor.

Uma das habilidades que a compreensão adequada de um texto exige é a identificação da anterioridade e posterioridade das informações relatadas. A leitura do texto permite identificar como CORRETA a seguinte relação:

  • A Harriet Tubman participou da guerra civil americana e então fugiu para a Filadélfia, ainda no século XIX.
  • B Martha Washington e Harriet Tubman foram ativistas pelos direitos das mulheres no mesmo período.
  • C Marta Whashington e Harriet Tubman são as únicas mulheres em aproximadamente 200 anos a figurarem na cédula de 20 dólares.
  • D Harriet Tubman fugiu para a Filadélfia, alistou-se na guerra, libertou mais de setecentos escravos e voltou para libertar sua família.
  • E Harriet Tubman é a segunda mulher a estampar uma cédula de dólar em aproximadamente 200 anos.

O texto a seguir faz parte de uma correspondência enviada por Mário de Andrade a Manuel Bandeira, em 26 de janeiro de 1935.

(...) Não vá pra Cumbuquira “concertar” o fígado que você se estraga completamente! Isso acho que é demais. Apesar de suas razões que já conheço hoje, concertar com “c”, pra qualquer sentido da palavra está consagrado definitivamente. Vamos: me retruque que o “hontem”, o “geito” e o “pêcego” também estavam concertados definitivamente entre escritores e que então eu não devia concertá-los. Você está certo, mas a minha resposta é o “brinque-se”! Por enquanto. Porque se vier uma nova reforma ortográfica mandando distinguir definitivamente consertar e concertar, assim farei em nome da minha desindividualização teórica.

Mundo Jovem, ed. 466, maio/2016, p. 21.

A variação linguística interfere na produção de sentidos dos textos. No trecho da correspondência de Mário de Andrade, ele argumenta a favor

  • A da permissão do uso indiscriminado da grafia das palavras, já que a variação das línguas com o passar do tempo pode gerar prejuízos de significado.
  • B da antecipação de uma grafia unificadora para palavras com mesmo significado, antecipando-se a uma possível reforma ortográfica.
  • C da combinação entre grafia e pronúncia, incentivando os falantes a estabelecerem uma relação de representação mais uniforme dos sons.
  • D da prevalência do uso que os indivíduos fazem da língua em relação ao poder coercitivo das regras ortográficas, até que seja possível.
  • E do abandono de marcas etimológicas na grafia das palavras, a fim de atualizar o registro escrito da língua antes de uma reforma ortográfica.