Prova da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - Diretor de Unidade Escolar - Nosso Rumo (2017) - Questões Comentadas

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Analise os fragmentos abaixo.


Pela descentralização e autonomia, daríamos meios eficazes para a administração mais eficiente das escolas e responsabilidade dignificante a diretores e professores, que não estariam trabalhando em obediência a ordens distantes, mas sob a inspiração dos seus próprios estudos e competência profissional.

(...) Daí defender eu a administração autônoma das escolas de nível médio e superior e a administração central das escolas de nível elementar (...).

TEIXEIRA, Anísio,1956.


Essa reflexão de Anísio Teixeira nos remete à questão da autonomia da escola pública. A autonomia da escola é uma construção permanente, um exercício de poder compartilhado e exige uma atuação ativa dos sujeitos. Para Anísio Teixeira, a autonomia é uma exigência

  • A da escola para todos e todas, da qual os educadores não apenas participam de um poder local, mas têm o poder. Constitui um processo a partir do qual a coletividade se autoadministra e é soberana.
  • B de autogestão, de liberdade, de autogoverno, de autoformação, visando garantir a educação libertária e a possibilidade de ensinar a criança a ser autônoma. Compete à instituição escolar definir as finalidades e os objetivos da educação que pretende desenvolver.
  • C da natureza intrínseca do processo educacional. A educação para todos e todas com qualidade social exige uma escola com a faculdade de se governar por si mesma, centralizada no aluno e na aluna e capaz de promover a relação entre a diversidade cultural e a escola única.
  • D de ruptura com os postulados fundamentais da sociedade, que é heterônoma e heterodeterminada, e da escola única e desigual, que não promove a equidade e a justiça social. Expressa a busca da não diretividade pedagógica e uma transgressão de normas e programas advindos do centro do sistema.
  • E da descentralização e da desconcentração dos procedimentos administrativos e burocráticos dos sistemas de ensino, para além da liberdade de ensinar.

Leia o fragmento abaixo.


A avaliação precisa ser espelho e lâmpada, não apenas espelho. Precisa não apenas refletir a realidade, mas iluminá- la criando enfoques, perspectivas, mostrando relações, atribuindo significados.

M. H. Abrams, in Dilvo Ristoff, 1995.


Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas abaixo, escolhendo as palavras-chave para montar um resumo coerente sobre avaliação institucional.


A autoavaliação institucional, fundada nos princípios democráticos e de participação, tem o propósito de _______________________________ (1). A avaliação institucional é um processo integrado de autoavaliação e de avaliação externa. Há dois tipos de sujeitos envolvidos: internos e externos, que são, respectivamente:__________________________________________ (2).

  • A 1. criar condições efetivas para a democratização da escola; sua “metodologia foi concebida para que a comunidade reunida possa avaliar sua realidade, identificar prioridades, estabelecer e implementar planos de ação e monitorar seus resultados”/ 2. alunos, gestores, professores e outros profissionais executores de atividades educacionais; mães/pais, entidades sociais e outros sujeitos diretamente envolvidos com a atividade da escola
  • B 1. elaborar um diagnóstico técnico de base científica; dar visibilidade aos aspectos identificados como insatisfatórios; apresentar rumos para a superação das deficiências pela ação controladora da comunidade/ 2. gestores, professores e outros profissionais executores de atividades educacionais; e outros profissionais diretamente envolvidos com a atividade da escola
  • C 1. promover o diálogo entre educadores e familiares das crianças e adolescentes atendidos na unidade; buscar aperfeiçoamento do projeto político pedagógico da unidade incorporando e dando primazia aos saberes do território; buscar informações sobre a satisfação dos clientes da unidades/ 2. comunidade escolar e educativa
  • D 1. controlar o desempenho dos gestores escolares; divulgar experiências exitosas; comparar desempenhos escolares distintos e com diferentes tipos de desafios para subsidiar políticas públicas/ 2. professores, funcionários, servidores sob a coordenação dos supervisores escolares
  • E 1. criar um espaço de formação para os familiares participantes coordenado pelos profissionais da escola; subsidiar a tomada de decisões pelos órgãos regionais do sistema educacional do estado/ 2. comunidade educativa e supervisores de ensino

Leia o trecho abaixo.


Art. 3° A qualidade da educação básica será aferida, objetivamente, com base no Ideb, calculado e divulgado periodicamente pelo Inep, a partir dos dados sobre rendimento escolar, combinados com o desempenho dos alunos, constantes do censo escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica - Saeb, composto pela Avaliação Nacional da Educação Básica - Aneb e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Prova Brasil).

Decreto n° 6.094, de 24 de abril de 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/decreto/d6094.htm


O Ideb não mede o desempenho de alunos e professores individualmente. Ele aponta a situação da escola e é um indicador que deve ser interpretado dentro do contexto em que aquela escola existe. De posse de seus resultados, compete ao coletivo da escola, sob a coordenação da gestão, refletir, compreender e agir, enfim, como intervir para modificar e/ou consolidar e/ou ampliar uma situação diagnosticada. O Ideb está baseado no resultado

  • A das avaliações externas de aprendizagem e visa avaliar o desempenho do processo de ensino de cada escola individualmente. É um índice que busca qualificar ou desqualificar profissionais e/ou escolas e/ou redes de ensino e não contribui para repensar o currículo e o planejamento da escola.
  • B da avaliação externa em conversa com as avaliações internas. O Ideb pode não ser considerado um bom termômetro, pois mistura duas medidas: a nota dos alunos em testes nacionais cruzados com índice de reprovação e resultados das avaliações internas.
  • C de testes aplicados aos alunos e às alunas e no fluxo escolar. Foi criado para que a gestão e a comunidade escolar tenham um parâmetro para avaliar a situação da unidade e seu percurso e para que possam definir metas a serem atingidas e estratégias a serem adotadas. A análise do resultado da escola traz subsídios importantes que podem ser utilizados na reformulação do Projeto Político-Pedagógico.
  • D de uma avaliação externa e corresponde à nota da escola. Para alcançar a meta do Ideb, compete aos professores da escola desenvolver um treinamento junto aos alunos de como responder aos itens de um exame como a Prova Brasil, além de fazer uma revisão, com ênfase nos conteúdos mais relevantes do currículo que são avaliados na Prova.
  • E das avaliações internas elaboradas e aplicadas pelos professores de forma coletiva. Foi criado com a finalidade de combater a reprovação e a evasão escolar dentro da concepção da universalização da educação básica. Um sistema que garanta o direito constitucional à educação não pode reprovar sistematicamente seus alunos, fazendo muitos deles abandonarem os estudos antes do término da educação obrigatória.

Leia o texto abaixo.


Em 2004, a Ação Educativa, com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Ministério da Educação, publicou os Indicadores da Qualidade na Educação (Indique), instrumento de autoavaliação de escolas, que visa ao envolvimento de toda a comunidade escolar em processos de melhoria da qualidade da educação. O material consiste em uma proposta metodológica participativa e em um sistema de indicadores, por meio dos quais a comunidade julga a situação de diferentes aspectos de sua realidade, identifica prioridades, estabelece um plano de ação, implementa-o e monitora seus resultados.

RIBEIRO, Vanda Mendes et GUSMÃO, Joana Buarque de, 2011.


Nesse contexto da avaliação institucional com base nos indicadores de qualidade Indique, as dimensões expressam grandes eixos que, uma vez analisados, podem revelar todas as condições sobre as quais funcionam a escolas. Os indicadores são

  • A sinais que revelam aspectos de determinada realidade e que podem qualificar algo. Apresentam a qualidade da escola em relação a importantes elementos de sua realidade: as dimensões. É instrumento participativo de avaliação e planejamento e possibilita o desenvolvimento da capacidade de observação e proposição, aliadas à capacidade crítica.
  • B informações que revelam e evidenciam um determinado fenômeno da vida escolar. São dados, informações, geralmente representados por números e/ou cores, que não trazem outra consequência que não a informação. É um índice de cunho técnico e burocrático, que visa ao controle da instituição.
  • C índices de mensuração do desenvolvimento de uma instituição escolar. As informações deles advindas subsidiam as intervenções dos órgãos regionais, visando atingir a qualidade esperada.
  • D índices que pretendem contribuir para um maior conhecimento da realidade escolar com a intenção de subsidiar o Governo no direcionamento de suas políticas. A utilização desse instrumento demonstra que as comunidades escolares têm dificuldade de propor mudanças na sua própria prática, de modo que tais mudanças só ocorrem por intervenções externas.
  • E desdobramentos das dimensões e dados que expressam aspectos particulares da vida escolar, de acordo com os confeccionados a partir de bases de dados do IBGE. O instrumento é muito longo e complexo, o que dificulta a participação da comunidade, a identificação e classificação dos problemas e a busca de propostas de solução, não tendo um caráter mobilizador.

Observe as charges abaixo.


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


Educar não é adestrar. A escola democrática prescrita na Constituição Federal é plural, garante a liberdade de ensino e aprendizagem, trabalha com a diversidade, trabalha os temas transversais e busca a equidade e a inclusão. Define metas e tem claro o que se quer alcançar. Usa os dados sobre o aprendizado para embasar ações pedagógicas. Acompanha de perto e continuamente o aprendizado dos alunos. O gestor conhece a realidade de sua unidade e do território onde está inserida. A Escola Democrática é una e diversa, que luta pela superação das desigualdades perante o direito à educação. Não é uniformizadora. A escola, entre outros fatores, para exercer o seu papel democratizador, precisa entender o aluno como

  • A objeto da educação. Uma vez objeto, espera-se que se comporte como ser passivo reativo. É inerente à ação docente transferir conhecimentos fragmentados, fechados e estáticos. Um professor tem como ponto central de suas proposições a aprendizagem por estímulo e respostas. A figura acerca da educação bancária faz uma crítica a esta concepção educacional.
  • B receptor reativo. Compete ao professor eficiente desenvolver o currículo prescrito, que ainda permanece linear, sequencial e segmentado, e usar, preferencialmente, recursos de leitura e produção de textos acompanhados de exercícios repetitivos. As tirinhas acima reproduzem esta situação.
  • C cliente de serviços educacionais. A escola é o centro do saber, com funções bem definidas e normas disciplinares rígidas, cuja função é preparar o indivíduo para a sociedade. O processo educativo não tem compromisso com o cotidiano do aluno nem com as realidades sociais; seu foco é o conhecimento teórico. Como receptor da mensagem, cabe ao aluno a assimilação dos conteúdos transmitidos e, ao professor, autoridade máxima, a responsabilidade de ensinar.
  • D sujeito, ser proativo e protagonista. Não há educação e nem aprendizagem sem relações interpessoais. A docência é em si uma relação social, um encontro de sujeitos “aprendentes”. O trabalho do docente parte das necessidades do aluno, de seu contexto, e adota a aprendizagem de saberes abertos e conectados, construídos na interação.
  • E eixo estruturador do currículo. Os saberes dos alunos, sua cultura, seus conhecimentos prévios e sua identidade estruturam o currículo. Os docentes eficazes adaptam os objetivos e as expectativas de aprendizagem de acordo com o aluno, reduzem as exigências e diversificam as estratégias.