Prova do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) - Juiz de Direito - FGV (2023) - Questões Comentadas

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João fez um empréstimo de bem fungível a Antônio. Posteriormente, cedeu esse crédito a José e comunicou formalmente a Antônio quanto à cessão ocorrida. Com base nas informações e no Código Civil de 2002, é correto afirmar que:

  • A João não poderia ceder o crédito sem a aquiescência de Antônio, razão pela qual a cessão é inválida perante terceiros;
  • B João não poderia ceder o crédito sem a aquiescência de Antônio, razão pela qual a cessão é ineficaz perante terceiros;
  • C João não poderia ceder o crédito sem a aquiescência de Antônio, razão pela qual a cessão é inexistente perante terceiros;
  • D João poderia ceder o crédito sem a aquiescência de Antônio, bastando a notificação;
  • E Antônio poderá pagar a dívida tanto a João quanto a José e receber a devida quitação.

Em relação ao Instituto da Doação, é correto afirmar que:

  • A a doação à entidade futura caducará se, em dois anos, não estiver constituída regularmente;
  • B a doação feita a nascituro torná-lo-á dono do objeto doado desde a concepção;
  • C a revogação da doação por ingratidão pode ser pleiteada dentro de dois anos do fato;
  • D o doador não pode fixar prazo para o donatário declarar se aceita ou não o objeto doado;
  • E se realizada doação pura a absolutamente incapaz, será exigido o aceite da mãe e/ou do pai.

Marcos, João e Fernando querem comprar juntos uma máquina de impressão, cujo valor no mercado é muito alto, pois conta com tecnologia avançada. Cada um usará a máquina quatro meses no ano e, dessa forma, poderão ratear as despesas de aquisição.
Com base nas informações prestadas, bem como na legislação civil vigente, poderão valer-se, para aquisição da máquina:

  • A do condomínio em multipropriedade, previsto no Art. 1.358-B do Código Civil. Para dirimir eventuais questões (deliberações), como tempo para manutenção e seus custos, farão uma convenção com as devidas cláusulas, já que a lei é omissa;
  • B do condomínio em multipropriedade, previsto no Art. 1.358-B do Código Civil. Para dirimir eventuais questões (deliberações), como tempo para manutenção e seus custos, a lei estabelece o quórum de maioria absoluta;
  • C do condomínio voluntário, previsto no Art. 1.314 do Código Civil. Para dirimir eventuais questões (deliberações), como tempo para manutenção e seus custos, farão uma convenção com as devidas cláusulas, já que a lei é omissa;
  • D do condomínio voluntário, previsto no Art. 1.314 do Código Civil. Para dirimir eventuais questões (deliberações), como tempo para manutenção e seus custos, a lei estabelece quórum de maioria absoluta;
  • E do condomínio em multipropriedade, previsto no Art. 1.358-B do Código Civil. A lei estabelece que o administrador deverá dirimir eventuais questões (deliberações), como tempo para manutenção e seus custos.

Maria e João, brasileiros naturalizados, casaram-se formalmente em Las Vegas, Estados Unidos, no ano passado, em uma grande celebração. Voltaram para o Brasil e decidiram comprar um apartamento maior, já que Maria descobriu-se grávida de três semanas, razão pela qual o apartamento atual estava pequeno. Muito felizes com a notícia e empolgados com a nova casa escolhida, encaminharam-se ao cartório para lavrar a escritura de compra e venda do novo lar. Lá chegando, o tabelião informou-os que não poderia constar em suas qualificações o estado civil de “casado(a)”, o que os deixou realmente muito tristes.
A razão da atitude do tabelião, segundo a legislação civil, deu-se porque, no Brasil, o casamento realizado no exterior é:

  • A inexistente, tendo que ser repetido em território nacional para adquirir existência, validade e eficácia;
  • B existente, tendo que passar por processo de apostilamento e posterior registro no RCPN, para adquirir validade e eficácia;
  • C existente e válido, tendo que passar por processo de apostilamento e posterior registro no RCPN, para adquirir eficácia;
  • D existente e eficaz, tendo que passar por processo de apostilamento e posterior registro no RCPN, para adquirir validade;
  • E existente, válido e eficaz, sendo incorreta a informação passada pelo tabelião.

João, pai de Daniel, Maria, José e Paulo, morreu e deixou cinquenta milhões de reais em patrimônio. Não deixou testamento. Ficou constatado, por sentença penal condenatória transitada em julgado, que Daniel, aborrecido por ter perdido o cargo de presidente da empresa da família, envenenou o pai, causando-lhe a morte. Não houve ação cível para excluí-lo da herança. Daniel tem um filho chamado Peter, que terá que conviver com o fato de o pai ser um assassino. Maria renunciou à herança. Maria tem duas filhas: Paula e Poliana. José já era morto quando da morte do pai e tinha um filho Manoel. Paulo teve um infarto logo após receber a notícia de que seu pai havia sido envenenado pelo irmão e morrido. Não tinha filhos, apenas mulher, Cláudia, com quem foi casado pelo regime de separação absoluta e voluntária de bens.
Com base no enunciado, na legislação civil e na jurisprudência dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que:

  • A Daniel herdará, já que não houve ação cível para excluí-lo da herança;
  • B Paula e Poliana herdarão como se Maria já fosse morta quando o pai morreu;
  • C Daniel não herdará, mas será o administrador dos bens do filho que herdará por cabeça;
  • D Cláudia não herdará porque o regime de bens não permite;
  • E Manoel herdará a quota-parte do pai.