Prova do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJ-SE) - Engenheiro Elétrico - FGV (2023) - Questões Comentadas

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Do ponto de vista da sua organização estrutural, o texto 1 é dividido em três blocos: o primeiro vai do parágrafo 1 ao parágrafo 4 (e não tem título próprio); o segundo vai do parágrafo 5 ao parágrafo 12 (sob o título “Questões porosas”); e o terceiro vai do parágrafo 13 ao parágrafo 15 (sob o título “Carambolas”).

Cada um desses blocos se caracteriza, respectivamente, pela predominância do seguinte tipo textual:

  • A narração, narração e injunção;
  • B descrição, injunção e descrição;
  • C narração, exposição e exposição;
  • D descrição, narração e injunção;
  • E exposição, narração e narração.

O primeiro bloco do texto 1 pode ser dividido internamente em três partes: uma contextualização, que apresenta uma situação de estabilidade na vida de Ernst Haeckel (parágrafos 1 e 2); uma ação complicadora, que apresenta uma mudança de rumo na vida de Haeckel (parágrafos 2 e 3); e uma avaliação, em que se comenta sobre a relevância atual dos estudos de Haeckel (parágrafo 4).

Do ponto de vista formal, essas três partes se distinguem pela predominância, respectivamente, de:

  • A pretérito imperfeito, pretérito perfeito e presente;
  • B discurso indireto, discurso direto e discurso indireto livre;
  • C frases declarativas, frases interrogativas e frases imperativas;
  • D função emotiva, função conativa e função poética;
  • E orações subordinadas, orações coordenadas e orações absolutas.

O texto 1 é uma reportagem de divulgação científica. Uma consequência desse fato na superfície textual é a presença abundante de linguagem conotativa, cuja função é tornar um assunto potencialmente difícil mais palatável para o leitor.

A única alternativa em que a palavra sublinhada NÃO tem sentido conotativo é:

  • A “Mas, dentre suas hipóteses de arrepiar os cabelos da Igreja, uma, em particular, sobrevive na biologia” (Texto 1, 4º parágrafo);
  • B “nós (e todos os animais da Terra) somos netos do Bob Esponja.” (Texto 1, 4º parágrafo);
  • C “como um núcleo para guardar o DNA, e usinas de geração de energia chamadas mitocôndrias.” (Texto 1, 7º parágrafo);
  • D “É de se imaginar que esse rabinho ficasse atrás, empurrando a célula” (Texto 1, 9º parágrafo);
  • E “que se uniram em uma muralha para aumentar a área de captação de comida.” (Texto 1, 11º parágrafo).

Muitos textos de divulgação científica adotam uma linguagem marcadamente informal, com o objetivo de tornar mais palatável um assunto potencialmente árido.

Dentre as alternativas abaixo, o único caso em que a palavra ou expressão sublinhada NÃO tem, no contexto, caráter informal é:

  • A “Haeckel era o partidão perfeito, não fosse um problema” (Texto 1, 2º parágrafo);
  • B “Com a grana no bolso, casou-se com Anna.” (Texto 1, 3º parágrafo);
  • C “Um saco de gatos taxonômico.” (Texto 1, 7º parágrafo);
  • D “como um núcleo para guardar o DNA, e usinas de geração de energia chamadas mitocôndrias.” (Texto 1, 7º parágrafo);
  • E “A sacada de Haeckel foi que uma esponja-do-mar funciona como uma colônia de coanoflagelados” (Texto 1, 11º parágrafo).

A linguagem marcadamente informal do texto 1 não se manifesta apenas no vocabulário: ela se evidencia também pela presença de certas estratégias sintáticas e morfológicas.

A única alternativa em que a estratégia identificada NÃO corresponde, no contexto, a um uso informal é:

  • A emprego de estrutura com gerúndio, como se vê em “estudando animais marinhos” (Texto 1, 2º parágrafo);
  • B emprego de adjetivo formado por abreviação vocabular, como se vê em “Deprê e niilista” (Texto 1, 3º parágrafo);
  • C emprego do sufixo de aumentativo “-ão”, como se vê em “seres vivos grandões” (Texto 1, 7º parágrafo);
  • D emprego do sufixo de diminutivo “-inho”, como se vê em “com o cone e o rabinho para frente” (Texto 1, 9º parágrafo);
  • E emprego da construção “dar para”, como se vê em “dá para encontrar um fóssil mais antigo” (Texto 1, 14º parágrafo).