Prova do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - Rio Grande do Sul - Técnico - Tecnologia da Informação - FCC (2015) - Questões Comentadas

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A vida é uma tapeçaria que elaboramos, enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho.
Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir.

(LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105)

O texto aponta para
  • A a liberdade do ser humano em estabelecer os rumos de sua própria vida, sem deixar de reconhecer a existência de limites e dificuldades nesse direcionamento.
  • B os conflitos que aparecem durante as primeiras fases da vida de uma pessoa, impedindo-a de se transformar num adulto consciente e capaz de resolver seus próprios problemas.
  • C as falhas de uma formação inadequada a que estão sujeitos os seres humanos, impossibilitando-lhes um direcionamento dos rumos de sua vida segundo parâmetros socialmente aceitáveis.
  • D o pleno desenvolvimento de potencialidades atingido por algumas pessoas, ainda que elas estejam subordinadas a estruturas sociais preestabelecidas.
  • E o papel das normas sociais aceitas pelo grupo na determinação da vontade de cada um em relação aos objetivos de sua própria vida, normas que sempre preponderam sobre decisões de cunho pessoal.
A vida é uma tapeçaria que elaboramos, enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho.
Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir.

(LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105)

Entende-se corretamente que, no 2º parágrafo, a autora aborda
  • A a determinação no traçado de objetivos que possam nortear, desde o início, as escolhas que se colocam na vida de cada pessoa, impostas pelos valores cultivados no meio social em que se insere.

  • B os problemas decorrentes de uma formação incompleta, ou até mesmo deformada, que resultam em futuros empecilhos na condução de uma vida menos subordinada às imposições do meio social.
  • C a plena independência que deve constituir o legado de cada pessoa, possibilitando-lhe escolhas livres, desvinculadas das normas de comportamento adotadas pelo grupo social a que pertence.
  • D as múltiplas maneiras de construção da melhor forma de viver, ou porque se deseja liberdade plena nas opções feitas, ou porque se torna mais fácil optar pelo pertencimento a um determinado grupo.
  • E as dificuldades surgidas ao longo da vida, que podem resultar em avanços à medida que são superadas ou acabam se transformando em obstáculos verdadeiramente intransponíveis.
A vida é uma tapeçaria que elaboramos, enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho.
Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir.

(LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105)

... enquanto somos urdidos dentro dela.

O verbo urdir na frase acima está transposto para a voz passiva. Dentre as opções abaixo, o verbo que admite essa transposição está em:
  • A A vida é, para todos, comparável a uma tapeçaria de desenho, cores e espessura individuais.
  • B Necessitamos, habitualmente, de orientação segura na tomada de decisões corretas em nossa vida.
  • C Pessoas próximas colaboram conosco na definição de projetos ao longo de toda a vida.
  • D Durante toda a vida, estamos sempre fazendo opções acerca de nossos objetivos.
  • E As cores escolhidas para o bordado parecem ser o propósito definitivo de uma vida.

Atente para os versos abaixo:

E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.

Para quê? não importa: João vem!

E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,

Amigo ou adverso ...


Considerando-se o poema e, especialmente, os versos acima, é correto afirmar que o poeta

  • A demonstra expectativa com a chegada de alguém, que lhe bata à porta a qualquer momento, embora não esteja disponível para bem acolher o visitante, pois está preso a divagações despertadas por antigas lições de gramática, e de ânimo bem pouco sociável.
  • B se mostra descrente de que as interações sociais possam transcorrer normalmente, pois estão sujeitas a situações que causam desconforto, como a interferência inesperada de alguém, a interromper divagações em torno de antigas lembranças.
  • C induz o leitor à conclusão de que os seres humanos, sujeitos a inúmeras variações de humor de acordo com as circunstâncias da vida, nem sempre se encontram disponíveis para os relacionamentos sociais, ainda que tenham aprendido as lições de bom comportamento.
  • D aborda as imposições sociais que se encontram usualmente na sociedade, determinando que as pessoas se comportem segundo certas normas de educação estabelecidas por todo o grupo, sendo inaceitável transgredi-las como, por exemplo, invadindo o espaço alheio.
  • E tece considerações, a partir de uma lição de gramática, a respeito de possíveis relacionamentos humanos e da instabilidade que caracteriza estados de espírito a que estão habitualmente submetidas as pessoas, nos mais diferentes momentos da vida.

As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso.

As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.

Os versos acima devem ser entendidos, considerando-se o teor do poema, como 

  • A explicações a respeito de que há um misterioso sentido nas palavras.
  • B verdades poéticas que costumam contrariar o sentido comum, registrado em uma gramática.
  • C questionamento da constatação de que o bom, mesmo, são os adjetivos.
  • D tentativa de aproximação da linguagem das plantas e dos animais.
  • E propósito de justificar a preferência expressa pelo poeta em relação às cousas.